מקץ Mikêts

17/01/2014 16:45

 

Mikêts

 

Aspectos da 10ª parashá: מקץ Mikêts ou NO FIM

 

        Mikêts inicia-se com o famoso sonho do faraó sobre sete vacas esqueléticas devorando sete vacas gordas, seguido por sete magras espigas de cereal devorando sete espigas saudáveis.

        Quando seus conselheiros e necromantes foram incapazes de resolver adequadamente a intrigante charada, o faraó chamou Yossef (José), que havia estado na prisão por um total de sete anos, para interpretar seus sonhos. Creditando seu poder de interpretação unicamente a D'us, Yossef diz ao faraó que, após viverem sete anos de extraordinária abundância nas colheitas, o Egito será assolado por sete anos de uma escassez devastadora.

        Yossef aconselha o faraó a procurar um homem sábio para presidir a coleta e o armazenamento de grande quantidade de alimentos durante os anos de fartura. Impressionado pela brilhante interpretação, o faraó designa Yossef para ser o vice-rei do Egito, fazendo dele o segundo homem na hierarquia do país.

        A mulher de Yossef, Asnat, dá à luz dois filhos, Menashê e Efraim, e os anos de fartura e escassez acontecem como Yossef havia predito.Com a fome abatendo também na terra de Canaan, os irmãos de Yossef vão ao Egito para comprar alimentos. Como não reconhecem seu renomado irmão, Yossef põe em ação um plano para determinar se eles se arrependeram totalmente pelo pecado de tê-lo vendido quase vinte anos atrás.

        Yossef age com indiferença e os acusa de serem espiões, mantendo Shimeon como refém, enquanto o restante dos irmãos retorna com os alimentos para Canaan. Yossef, ainda não sendo reconhecido, conta-lhes que Shimeon será libertado apenas quando retornarem ao Egito com o irmão mais novo. Relutante a princípio, mas confrontado pela escassez crescente, Yaacov finalmente concorda em permitir aos filhos que levem Binyamin com eles. Ao chegarem ao Egito, Yossef testa ainda mais os irmãos, tratando bem a todos, mas mostrando um grande favoritismo por Binyamin.        

        Quando os irmãos finalmente voltam para casa com os baús repletos de cereais, Yossef esconde sua taça na sacola de Binyamin e este é acusado de ter roubado o precioso objeto. A porção termina com a ameaça pendente de que Binyamin será feito escravo do governante egípcio

 

        Ao descrever os talos saudáveis no "sonho do trigo" do faraó, diz a Torá: "E vejam, havia sete sadias e boas espigas de grão crescendo num único talo" (Bereshit 41:5)

        É interessante notar que a respeito das magras espigas de grão, a Torá não menciona que cresciam num único talo. Não parece provável que esta diferença fosse inconsequente, pois sabemos que cada detalhe mencionado na Torá é importante e não deve ser deixado de lado. Assim, permanece a dúvida: por que a Torá descreve as boas espigas como crescendo em um só talo e omite este detalhe a respeito das espigas doentes?

        É proposto uma solução engenhosa para esta discrepância. Explica que podemos, de fato, aprender uma importante lição desta diferença na descrição: que aquilo que é bom e significativo tende a se fundir e ficar junto. Entretanto, aquilo que é mau e sem propósito não pode tolerar a harmonia e a concordância. Por esta razão, as espigas boas e saudáveis cresciam em um único talo. Devido à boa e pura disposição das espigas, era natural que se unissem para crescer em um só talo. Por outro lado, as espigas mirradas e doentes, naturalmente mostrando desarmonia, "escolheram" crescer em talos diferentes, porque na verdade, qualquer união do mal é apenas para o avanço das necessidades e desejos individuais.

        É interessante notar que, quando alguém pesquisa o passado dentro de alguns milhares de anos da história, percebe que esta mensagem é especialmente verdadeira. As pessoas comprometidas com a Toráh jamais representou mais que uma ínfima fração da população mundial. Apesar disso, permanece e tem sobrevivido e continua a ser ouvido neste mundo. Como isto é possível?

        A lógica diria que estes, com todas as provações e sofrimentos destes anos, deveria ter desaparecido há muito. Mais especificamente, encontramos na história  casos de pequenos grupos de pessoas comprometidas com a Toráh enfrentando inimigos maiores e mais fortes. Mesmo assim, estes sempre emerge vitorioso.

        Poderia parecer que a resposta se encontra nos conceitos acima mencionados. Quando um número de indivíduos se reúne para fazer o bem, naturalmente formarão um grupo coeso. Na história de Chanucá, a missão de restaurar a ordem e a paz no Templo Sagrado e na terra da Judéia levou à formação de um grupo unido. E como diz um velho adágio, "cinco palitos unidos são mais fortes que dez palitos separados".

        Os Macabeus, reunidos com o propósito do bem, puderam derrotar o exército grego que era composto simplesmente por indivíduos, cada um procurando realizar seus próprios desejos. Ocorre o mesmo com a nação judaica como um todo. Quando empreendemos uma missão sagrada, instintivamente formamos uma força invencível, que nos possibilita sobrepujar nossos adversários. Este é o segredo de nosso sucesso.

        Não é minha intenção diminuir a natureza miraculosa da vitória dos Macabeus. Não há dúvida de que a derrota dos gregos não teria acontecido sem a intervenção Divina. Estou apenas propondo o meio através do qual ocorreu o milagre. Por isso, entre as outras lições de Chanucá, podemos também extrair este importante ensinamento da Festa das Luzes.

        Ao acendermos a Menorá e avistarmos todas as velas acesas - e percebermos, que embora cada vela individual emite apenas um pequeno brilho, todas as velas juntas formam uma espetacular exibição de fogo e luz - podemos então lembrar a mensagem de Chanucá: a sobrevivência de pessoas comprometida com a Toráh.

 

O Faraó tem sonhos estranhos

 

        Após Yossef ter permanecido na prisão por doze anos, D'us decidiu: "Vou pô-lo em liberdade agora." Por isso, D'us fez com que o Faraó tivesse pesadelos à noite.

       Vocês sabem o que o Faraó sonhou?

        Ele estava no rio Nilo. Sete vacas estavam saindo do rio. Eram gordas e bem alimentadas. Em seguida, saíram do rio mais sete vacas. Mas estas eram totalmente diferentes! Eram magras e esfomeadas.

        O sonho continuou. As sete vacas magras e esfomeadas abriram suas bocas e engoliram as sete vacas gordas e sadias. Não sobrou nada delas; porém, as vacas magras não ficaram mais gordas depois de comerem as vacas sadias.

        Na verdade, era um sonho estranho, mas o Faraó não teve tempo de pensar sobre ele quando acordou, pois adormeceu novamente e sonhou de novo.

        Sete lindas e grandes espigas de trigo estavam saindo para fora de uma haste. Cada caroço era grande e cheio.

        De repente, o Faraó viu mais sete espigas brotando, mas eram diferentes: elas cresciam em sete hastes separadas ao invés de uma só. Além disso, cada espiga era tão fina e murcha que dava pena.

        E as sete espigas de trigo, finas e murchas, abocanharam as sete espigas grandes e cheias.

 

Yossef é chamado

        Vocês podem imaginar o estado do Faraó quando ele acordou? O que poderiam significar estes sonhos tão estranhos?

        O Faraó ordenou que todos os seus sábios e mágicos se reunissem no palácio.

        "Expliquem-me os meus sonhos," ordenou.

        Os mágicos tinham muitas idéias originais, cada um tinha uma explicação diferente para os sonhos do Faraó. Um deles disse:

        "É muito claro, meu Faraó, que tenhas sonhado com sete vacas gordas e sadias, porque tua mulher dará à luz sete filhas. Em seguida, vistes as sete vacas sadias serem engolidas porque, ai de mim, todas tuas sete filhas morrerão."

        Um outro continuou:

        "E vistes sete lindas espigas de trigo porque vais conquistar sete países. Sete espigas magras engoliram as boas, significando que, mais tarde, perderás estes sete países."

        Mas o Faraó não estava satisfeito. Seus mágicos sabiam como explicar o número "sete", mas por que tinha ele visto sete vacas saindo do rio e sete espigas de trigo ao invés de sete cães ou sete árvores, ou qualquer outro objeto? Seus mágicos não tinham respostas para suas perguntas.

        "Não há ninguém aqui que possa explicar corretamente meu sonho?" - gritou o Faraó.

        De repente, o adegueiro pensou num homem que sabia como explicar sonhos. Yossef! E exclamou:

        "Eu conheço o homem certo! Uma vez, ele explicou dois sonhos e os dois se realizaram. Mas este homem está na prisão."

        "Traga-o aqui imediatamente!" - ordenou o Faraó.

        Um mensageiro correu rápido para a prisão. O cabelo de Yossef foi aparado e sua roupa trocada para que ficasse apresentável perante o Faraó. E ele foi levado para o palácio.

        "Ouvi dizer que sabes como explicar sonhos," cumprimentou o Faraó a Yossef. Yossef respondeu:

        "Nenhum homem pode saber o verdadeiro significado dos sonhos; somente D'us sabe. D'us pode revelar para mim a verdadeira explicação de seus sonhos."

        Yossef não ficou orgulhoso quando o Faraó o chamou diante de si. Ele não tinha a pretensão de saber como explicar um sonho.

 

Uma história: O Professor e o pobre homem rico

        Certa vez, um Professor queria vender uma pérola. Procurou um comprador que lhe oferecesse um valor alto, porque a pérola era tão linda que era difícil encontrar outra igual. No mercado, todos souberam que o Professor tinha uma pérola rara e linda para vender.

        Um dia, quando o Professor passou pela sala de estudos, um homem com roupas esfarrapadas e rasgadas se ergueu do banco onde se sentavam os mendigos e disse para o Professor:

        "Soube de sua pérola e vou lhe pagar o preço que pede."

        O Professor olhou espantado para o homem pobre. Como ele poderia ter dinheiro suficiente para comprar uma pérola tão cara? Seria um trapaceiro? Ou estaria apenas fazendo uma brincadeira?

        Mas o homem pediu ao Professor que fosse a sua casa. Ele lhe pagaria lá. O homem conduziu o Professor até a casa. Não era uma choupana, mas uma linda mansão, onde apareceram criados bem vestidos que ofereceram uma refeição para o professor e seus alunos.

        O "pobre" homem trouxe ouro e pagou ao Professor o preço total. E ordenou a um criado que guardasse a pérola num lugar seguro onde ele guardava mais seis pérolas iguais.

        "Se és tão rico," perguntou o professor ao homem, "por que usas roupas de pobre? E por que sentas no banco dos mendigos da sala de estudos?"

"Mestre," explicou o homem, "a vida de um homem não é curta? Em breve, estarei na sepultura. Para lembrar a mim mesmo que não vou ter minhas riquezas para sempre, sento-me com as pessoas pobres. Deste modo, não fico orgulhoso por causa da fortuna que D'us me deu. E também há outra vantagem em sentar entre os pobres. Se alguma vez perder minha fortuna, não ficarei aborrecido, porque sei que um mendigo e um homem rico são iguais, como se diz, 'Não fomos todos criados por um Pai e um D'us?' Eu sei que D'us odeia as pessoas orgulhosas "

        Quando o Professor ouviu isso, elogiou o homem.

        "Eu gostaria que todas as pessoas ricas tirassem um exemplo de sua humildade!" - exclamou ele.

Yossef explica os sonhos

        Yossef escutou com atenção enquanto o Faraó relatava seus sonhos.

        D'us deu para Yossef Ruach Hacôdesh (espírito da profecia) e ele compreendeu o verdadeiro significado dos sonhos. Yossef explicou para o Faraó:

        "Os seus dois sonhos - aquele que se refere às vacas e o que se refere às espigas de trigo - predizem o mesmo acontecimento. Nos próximos sete anos, D'us dará ao Egito comida em abundância. Haverá mais produção nos sete anos de abundância do que o povo poderá comer. Estes sete anos bons são representados, nos seus sonhos, pelas sete vacas gordas e pelas espigas grandes de trigo."

        "Depois destes sete anos de fartura, porém, virá uma terrível fome. Por isso, D'us lhe mostrou as sete vacas magras e esfomeadas e as sete espigas de trigo murchas. As vacas magras devoraram as gordas e as espigas murchas engoliram as cheias porque os anos de fome serão tão terríveis que as pessoas esquecerão os anos bons."

        A explicação de Yossef fazia sentido para o Faraó. Um sonho em que o Nilo que regava a terra tinha a ver com comida. As vacas que pastavam nos campos também dependiam do Nilo e as espigas de trigo eram a comida. Na explicação de Yossef, tudo se encaixava.

        

O Midrash explica: A fome que foi diminuída

        Na realidade, quantos anos de fome tinha D'us planejado trazer para o Egito? A resposta é: 42 anos.

Sabemos disto pelo fato de que a Torá repete os sonhos do Faraó seis vezes:

1. O Faraó sonhou que sete vacas magras emergiram do Nilo.

2. O Faraó sonhou que sete espigas de trigo murchas cresceram.

3. O Faraó disse para Yossef: "Vi sete vacas magras saindo do rio."

4. O Faraó disse para Yossef: "Vi sete espigas de trigo murchas."

5. Yossef explicou ao Faraó: "As sete vacas magras fazem alusão aos sete anos de fome."

6. Yossef explicou ao Faraó: "As sete espigas murchas de trigo fazem alusão à mesma coisa: sete anos de fome."

A Torá nos fala seis vezes sobre os sete anos de fome para insinuar que, na realidade, D'us planejou quarenta e dois anos de fome para o Egito. Mas Yossef rezou:

"Por favor, D'us, traga somente sete anos de fome!"

D'us aceitou a reza do Tsadic (justo) e reduziu a fome para sete anos.

        Quando Yaacov foi para o Egito depois de dois anos de fome, ele abençoou o Faraó:

        "Possa D'us cessar a fome."

D'us realizou a bênção de Yaacov e a fome terminou. Por causa dos dois Tsadikim (justos), a fome foi reduzida de quarenta e dois anos para dois.

 

Yaacov manda dez filhos para o Egito

        Os países ao redor do Egito também sofreram com a fome. Na casa de Yaacov, na Terra de Canaã, não havia sobrado muita comida.

Yaacov disse a seus filhos:

        "Ouvi, de pessoas que voltam do Egito que naquele país há bastante grãos para vender. Quero que vocês viajem para o Egito e comprem comida para nós. Binyamin, porém, não irá com vocês. Ele é o único filho que me resta da minha querida esposa Rachel e tenho medo que alguma desgraça possa acontecer a ele na viagem."

        Yossef age como um estranho com seus irmãos

        Yossef sabia que, mais dia, menos dia, seus irmãos viriam ao Egito comprar comida. Emitiu uma ordem aos guardas de todos os portões da capital do Egito, "Anotem o nome de todos que entrarem na cidade e me mostrem a lista todas as noites."

        Uma noite, Yossef encontrou na lista dos que chegaram ao Egito dez nomes familiares. Mas cada nome da lista era de um portão diferente:

Reuven, filho de Yaacov
Shimon, filho de Yaacov
Levi, filho de Yaacov
Yehudá, filho de Yaacov
Yissachar, filho de Yaacov
Zevulun, filho de Yaacov
Dan, filho de Yaacov
Naftali, filho de Yaacov
Gad, filho de Yaacov
Asher, filho de Yaacov

        Finalmente seus irmãos chegaram! Mas onde estava Binyamin? 'Está faltando seu nome na lista,' pensou Yossef. 'Será que meus irmãos também o venderam? Será que eles também o odeiam como odiavam a mim?'

        Yossef ordenou a seus criados:

"Tragam estes homens diante de mim."

        Quando os irmãos apareceram, Yossef os reconheceu, mas eles não o reconheceram. Yossef pensou que se lhes dissesse: "Eu sou Yossef," eles ainda podiam odiá-lo e rejeitá-lo. Yossef decidiu. "Vou testá-los primeiro para ver se eles estão ou não arrependidos de terem me vendido."

        Os irmãos se curvaram diante do governante egípcio e Yossef se lembrou de seus sonhos e pensou: "Sonhei que Binyamin também se curvaria perante mim e mais tarde meu pai também. Mas por que Binyamin não está aqui? Preciso descobrir."

        Yossef se dirigiu a seus irmãos com severidade:

    "Soube que todos vocês entraram na cidade por portões diferentes," disse-lhes. "Somente espiões agem assim. Vocês vieram por caminhos diferentes para descobrir os segredos do Egito. Vocês são um grupo de espiões."

Os filhos de Yaacov protestaram.

        "Não, somos todos irmãos! Nosso pai recomendou para entrar por portões diferentes ao invés de por um único. Ele tinha medo que as pessoas fossem ficar com inveja e desejar o mal se vissem dez irmãos juntos, belos e fortes. Na verdade, somos doze irmãos, mas o mais novo ficou em casa e um outro está perdido no Egito. Estávamos procurando por ele na cidade, não somos espiões."

        Yossef respondeu asperamente:

        "Não acredito em vocês! Vocês são um grupo de espiões. Se querem provar que estão dizendo a verdade, mandem um de vocês para casa para trazer seu irmão mais novo. Enquanto isto, o resto ficará prisioneiro."

        Para provar que falava a sério, Yossef colocou os dez irmãos na prisão por três dias. Quando os soltou, ordenou:

        "Agora vão para casa e levem comida para suas famílias. Mas guardem minhas palavras, na próxima vez que vierem, tragam seu irmão mais novo e então acreditarei em suas desculpas. Caso contrário, mandarei matá-los como espiões".

        Os irmãos ficaram assustadíssimos pela inesperada aspereza do governante egípcio. Disseram um ao outro em hebraico: "Por que D'us trouxe esta desgraça sobre nós? Certamente está nos castigando porque não tivemos piedade de Yossef quando nos implorou para não vendê-lo."

Reuven repreendeu os outros:

        "Eu não disse que Yossef agia como criança? Ele não merecia ser vendido como escravo. Vocês deveriam ter sido mais brandos com ele."

        Os irmãos pensavam que o governante egípcio não entendia hebraico. Toda vez que os irmão falavam com ele, Yossef pedia que suas palavras fossem traduzidas para o egípcio, pois não queria que os irmãos soubessem que ele entendia hebraico.

    Mas, naturalmente, Yossef entendia tudo o que eles diziam. Ele se virou e começou a chorar pois estava com pena de seu sofrimento. Mas decidiu que ainda não era hora de dizer-lhes que era Yossef. Disse aos irmãos:

        "Vou reter um de vocês, Shimon, aqui na prisão, até ver vocês de volta com seu irmão mais novo."

        Os irmãos pedem para Yaacov deixar Binyamin viajar com eles

Antes dos irmãos saírem, Yossef ordenou a seu filho Menashê:

        "Quando você encher os sacos destes homens com grãos, ponha de volta o dinheiro que trouxeram para pagar a comida."

Mais tarde, os irmãos descobriram que o dinheiro foi devolvido a seus sacos. Eles tremeram. Por que o governante teria feito isto? Eles disseram a seu pai Yaacov:

        "O governante egípcio foi muito severo. Acusou-nos: 'Vocês são espiões!' Nós negamos, mas ele disse: 'Só vou acreditar se trouxerem seu irmão mais novo.'"

        "O que vocês me fizeram?" - gritou Yaacov. "Primeiro Yossef desapareceu. Depois, Shimon está preso no Egito. E agora vocês querem levar Binyamin também. Não permitirei."

        Os irmãos ficaram sem resposta. Mas quando sua reserva de comida estava quase no fim, Yehudá mostrou a Yaacov:

"Pai, você quer deixar todos nós morrermos de fome? Não temos escolha, temos de voltar ao Egito para comprar comida. Fico responsável por Binyamin. Garanto trazê-lo de volta."

        Com um peso no coração, Yaacov disse a seus filhos:

        "Uma vez que não há outra saída, levem Binyamin com vocês. Devolvam para o egípcio o dinheiro que vocês acharam nos sacos e levem-lhe um presente."

Os irmãos são convidados ao palácio de Yossef

        Quando os irmãos voltaram para a capital do Egito e foram ao palácio do governante com Binyamin, eles o viram e se curvaram perante ele. O primeiro sonho de Yossef se concretizou: todos seus irmãos se curvaram diante dele. Ele disse aos servos para dizer-lhes que Tsofnat Paneach (como Yossef era chamado) estava convidando a todos para uma refeição. Isto assustou os irmãos. Será que o egípcio acharia uma nova desculpa para castigá-los?

        Quando os irmãos foram mandados entrar na sala de jantar, Yossef disse-lhes palavras amigáveis, especialmente para Binyamin, seu irmão mais novo. Antes de começarem a refeição, mostrou-lhes seu copo:

        "Posso fazer truques com este copo. Com a ajuda dele posso sentar vocês à mesa na ordem certa."

Yossef deu um tapinha em seu copo e exclamou:

"Reuven, Shimon, Levi, Yehudá, Yissachar e Zevulun - todos são filhos de uma mesma mãe, sentem-se juntos. Dan e Naftali sentem-se juntos por terem a mesma mãe. Gad e Asher, fiquem juntos. A mãe de Binyamin não vive mais e nem a minha, então ele sentará comigo."

        Os irmãos ficaram assombrados com a "mágica" do Tsofnat Paneach. Isto era exatamente o que Yossef queria. Não queria que eles suspeitassem de sua identidade e agiu como um mágico

 

O copo de Yossef é achado na sacola de Binyamin

        Antes dos irmãos saírem, Yossef ordenou a seu filho Menashê:

        "Encha seus sacos com comida." E acrescentou, quando ninguém mais ouviu: "Também esconda meu copo no saco de Binyamin."

        Pouco depois, Yossef ordenou a seu filho Menashê:

        "Corra atrás dos irmãos! Acuse-os de terem roubado meu copo."

Menashê cavalgou atrás dos irmãos e os alcançou. Ele os acusou:

"Demos por falta do copo mágico do governante. Um de vocês o roubou."

Os irmãos responderam:

"Nós não o roubamos! Você não sabe que até devolvemos o dinheiro que encontramos em nossas sacolas quando voltamos para casa da primeira vez?"

Menashê respondeu:

"Contudo, tenho ordens de procurar em todos os seus pertences."

        Os irmãos descarregaram todas as sacolas e as abriram. Menashê procurou e o que ele tirou da sacola de Binyamin? O copo mágico de Yossef.

        Os irmãos ficaram chocados! Como o copo do governante fora parar na sacola de Binyamin? Este lhes assegurou:

"Eu não peguei o copo. Esta é mais uma conspiração mesquinha do egípcio para nos castigar."

        Menashê disse aos irmãos que deveriam voltar com ele para o palácio para serem julgados pelo governante pelo seu crime. Os irmãos não tiveram outra escolha senão obedecer e voltaram ao Egito com Menashê.

        Quando estavam novamente diante de Yossef, este os censurou.

        "O que vocês fizeram? Vou ficar com o ladrão como meu escravo. Vocês todos podem ir para casa."

        Por que Yossef fez esta encenação com os irmãos?

        Yossef queria fazer um teste com eles: Será que eles concordariam em deixar Binyamin para trás como escravo sem o ajudar, tal e qual fizeram com Yossef? Ou eles se levantariam para defender Binyamin? Então ele saberia que eles tinham caráter e não eram maus. E ele se revelaria para eles como Yossef

 

OS ASPECTOS DESTA PARASHÁ SÃO:

  • Todo o processo de recuperação de Yôsef, de seu amadurecimento pessoal e espiritual, do amadurecimento dos seus irmãos e do desenvolvimento do caráter de cada um, inclusive o de Yôsef
  • Yôsef interpreta os sonhos do Faraó na condição de prisioneiro:
  • O testemunho acerca do Eterno por Yôsef: o Eterno sempre deve ser honrado!
  • Yôsef como governador do Egito
  • O reconhecimento do Faraó acerca da unção de Yôsef
  • Os irmãos de Yôsef descem ao Egito: o início do reencontro/transformação
  • Os irmãos de Yôsef regressam do Egito: o início do reencontro/transformação
  • Outra viagem dos irmãos de Yôsef ao Egito: processos e embates
  • Yôsef hospeda seus irmãos: processos e embates
  • Sabedoria e Perspicácia de Yôsef para deter seus irmãos: testes do amor, do dinheiro, da honra aos pais, da comunhão entre os irmãos

>>>Nas Bênçãos do Eterno e na Luz do Mashiach

 

Fonte: Chabad

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            Bíblia