Kedoshim, קדושים

19/04/2014 00:22

Aspectos da 30ª

O texto desta Parashá é:

Kedoshim, קדושים -(Levictus 19:1-20:27) >>Sigf.Santos, Separados

 

 

 

O texto da Haftará é:

  • para os asquenazitas: Amós 9:7–15
  • para os sefaraditas Ezequiel 20:2–20

Salmo 76

 

Leitura da Torá: Kedoshim, קדושים

Qedoshim (קדושים)

Nesta parashá descreve-se a ordem de santidade para o povo de Israel através da exigência de diversos mandamentos da parte de D-us através de preceitos positivos e negativos de ordem moral, social, familiar e religiosa. Também descreve mandamentos sobre kilayim (misturas proibidas) e sobre as punições a serem executadas contra os que praticarem as imoralidades descritas na parashá Akharey.


 

    Kedoshim (Vayicrá 19:1-20:27) inicia-se com a ordem de D’us para toda a nação de Israel para ser santa, imitando a suprema santidade do próprio Criador. A Torá prossegue delineando uma infinidade de mitsvot através das quais podemos atingir a santidade, abrangendo uma grande variedade de assuntos, tanto mandamentos positivos como inferências negativas, lidando com nosso relacionamento ímpar com D’us e com nosso próximo. 


    Recebemos ordens de temer nossos pais, guardar o Shabat e abstermo-nos da adoração de ídolos. D’us nos instrui a deixar vários presentes de nossa colheita para os pobres e oprimidos, incluindo o canto dos campos e os feixes que caíram por acaso ao serem juntados. Devemos manter a justiça, fazer negócios honestos com nossos vizinhos, não praticar a maledicência, e de forma geral ter pelos outros a mesma consideração que temos por nós mesmos. 

    Segue-se uma descrição de várias categorias de kilayim (misturas proibidas) – hibridação de animais e plantas, e vestir shatnez (uma mistura de lã e linho em uma rmesma peça de roupa) – a Torá discute orlá, a proibição de consumir frutas nos primeiros três anos após o plantio de uma árvore. A porção continua com uma lista das punições a serem impostas às pessoas que transgridem e participam das várias relações proibidas relacionadas na porção da semana anterior. A Parashá Kedoshim conclui com o mandamento, mais uma vez, para que sejamos um povo santo e distinto dentre as nações do mundo.

     Mensagem da Parashá     


Estilos de cortes de cabelos
por Daniel Lasar


    Há uma importante correlação entre a porção da Torá de Kedoshim e a antecedente, Acharê Mot. Em Acharê Mot, D’us ordena ao povo Compromissado com a Torah: "Não use a prática da terra do Egito na qual você habitou, e não use a prática da terra de Canaã à qual Eu o trouxe, e não siga as tradições deles" (Vayicrá 18:3). Na porção que se segue, Kedoshim, o Criador se dirige o povo comprometido: "Sereis santos, pois Santo Eu sou, Hashem, vosso D’us" (ibid. 19:2). Estes dois versículos fornecem uma ênfase esclarecedora sobre não apenas como vivemos, mas do modo que vivemos no contexto de onde vivemos.

    Em Pirkei Avot (1:7), o sábio Nittai desenvolve: "Distancie-se de um mau vizinho, e não se associe com uma pessoa perversa." Não é preciso ler muitos jornais para estar informado dos sérios problemas de moralidade ameaçando nossa sociedade nos dias de hoje. É próprio da natureza humana ser influenciado pelos traços de caráter e padrões de valores presentes entre nossos vizinhos. Entretanto, é imperativo que nos esforcemos para seguir o código de conduta eterno que D’us prescreve na Torá.

    Um símbolo sutil, embora vital, do repúdio da influência da sociedade ocidental é encontrado até mesmo no modo em que cortamos o cabelo. Muitas pessoas hoje têm as costeletas aparadas, de muitas maneiras um reflexo dos estilos sempre mutantes do mundo contemporâneo. A Torá declara o contrário na porção desta semana: "Não cortarás o cabelo de vossa cabeça em redondo, e não raspareis (com navalha) vossa barba" (Vayicrá 19:27); os homens  também não podem raspar completamente as costeletas, nem barbear as faces com lâmina. Assim, em algo simples como uma ida ao barbeiro, devemos permanecer cônscios de que é a Torá que guia nosso comportamento, não aquilo que a sociedade define como "legal." Muitos de nossos hábitos, como usar kipá ou vestir modestamente, ajudam-nos a lembrar de nossa distinção e papel especial neste mundo. 

    Infelizmente, o último século tem mostrado uma taxa alarmante de casamentos mistos, ignorância e assimilação. Não é surpresa que isso pode ser atribuído em grande parte à sociedade convidativa em que vivemos. Ao contrário de antigamente, quando nossas mães caminhariam quilômetros para ir até o micvê, ou quando nossos pais conseguiriam juntar somente o dinheiro suficiente para honrar o Shabat com vinho para o kidush, nós felizmente possuimos infinitas oportunidades para cumprir mitsvot sem sacrifícios. Porém, tragicamente é muito tentador agir "em Roma como os romanos" e desejarmos nos encaixar na maioria. Recebemos ordem, entretanto, de não imitar valores que são antiéticos para a Torá. Ao contrário – devemos ser santos – seguirmos o estilo de vida da Torá. D’us tem Suas razões para prescrever a maneira correta pela qual devemos pautar nossa vida. 

    Estamos agora no período entre os dias de Pêssach e Shavuot, o intervalo de sete semanas no qual o povo  se purgou dos costumes egípcios e preparou-se para receber a Torá no Monte Sinai. Assim também, devemos inventariar nossas próprias atitudes e valores, notando que não são as novidades efêmeras da cultura ocidental que devemos incorporar, mas sim os padrões perenes da Torá. Se nos lembrarmos disso, então seremos verdadeiramente uma luz entre as nações.

     

 

Muitas mitsvot importantes

A Parashá Kedoshim tem mais mitsvot que qualquer outra Parashá até agora. São mitsvot importantes que dizem respeito a todos nós: "Amar todo pessoa compromissada com a ?Torah; não buscar vingança; não roubar", e muitas mais.

Moshê queria ter certeza de que cada pessoa ouviria esta importante Parashá. Por isso, antes de explicá-la, reuniu todo o povo – homens, mulheres e até crianças.

Explicaremos agora algumas mitsvot desta Parashá.

É uma mitsvá para cada pessoa compromissada com a Toráh ser santo

A Torá nos diz: "Vocês devem ser santos porque Eu, D’us, o Sou".

Como podemos cumprir a mitsvá de "sermos santos?"

1 – Uma pessoa compromissada com a Torah torna-se santo se cumpre as mitsvot da Torá e mantém-se afastado de tudo que a Torá proíbe. 

2 – Porém, isso não é o suficiente. A Torá quer "que sejamos santos", mesmo quando não estamos rezando, estudando ou cumprindo uma mitsvá específica. Uma pessoa deve tentar ser santa mesmo quando lida com seus assuntos do cotidiano. "Ser santo" significa usar nossa mente, corpo, e tudo que possuímos rumo ao propósito para o qual D’us deseja que os usemos. 

A mitsvá "ser santo" significa que antes de fazermos qualquer coisa, devemos fazer a nós mesmos a pergunta: "D’us ficará satisfeito com este ato; tem uma boa finalidade?"

Esta é uma tarefa muito difícil, por outro lado, nada é impossível; todas as mitsvot que Ele nos deu são passíveis de serem cumpridas. 


 

Uma história:

A família que comprava vegetais de baixo preço

Certa vez os sábios precisavam de tsedacá para seus alunos pobres. Decidiram ir de casa em casa, bater às portas e pedir tsedacá. Ao se aproximarem da primeira casa da aldeia, notaram um pai e seu filho parados perto da porta, conversando. 

Os sábios podiam ouvir a conversa. O filho perguntou ao pai: 

"O que teremos para jantar esta noite?"

"Vamos preparar legumes," replicou o pai.

"Eles vendem dois tipos no mercado," disse o filho. "Legumes frescos e de ótima qualidade por um preço alto, e vegetais ressecados pela metade do preço. Qual deles compraremos?"

"Vamos adquirir os legumes mais baratos," respondeu o pai.’

Os sábios ouviram as instruções do pai e disseram: "Deve ser uma família muito pobre. Nem ao menos podem comprar legumes frescos para o jantar. Vamos deixar esta casa de lado; certamente eles não podem contribuir com tsedacá. Voltaremos aqui por último, na volta para casa."

Os sábios passaram todo o dia muito atarefados, coletando tsedacá. À noite, detiveram-se novamente pela casa onde tinham visto o pai e o filho. Bateram à porta e o pai apareceu.

"Estamos pedindo tsedacá," anunciaram os sábios. "Por favor, ajude a cumprir esta mitsvá."

"Estou ocupado agora," respondeu o dono da casa. "Procure minha mulher e diga-lhe para dar a você uma xícara cheia de moedas de dinar." Naquela época, o dinar era uma moeda valiosa. Uma xícara cheia de dinares era uma fortuna.

Os sábios dirigiram-se à mulher e lhe disseram: "Seu marido quer que nos dê uma xícara cheia de dinares."

"Meu marido falou se devo dar a vocês uma xícara até a boca ou se deve estar transbordando?", a esposa perguntou.

"Ele não nos disse," responderam os sábios.

"Bem," disse a mulher, "deixe-me dar a vocês uma xícara transbordando. Se meu marido disser que não é isso que ele queria, digo-lhe que estou dando as moedas extra de meu próprio dinheiro."

Os sábios voltaram ao marido para dizer adeus. Ele lhes perguntou: "Minha mulher deu a vocês uma xícara apenas cheia ou transbordante?"

"Uma xícara transbordante," responderam os sábios.

"É isso que eu queria," disse o marido, satisfeito. "Entretanto, algo está me intrigando: Por que vocês não vieram à minha casa quando passaram por aqui esta manhã?"

Os sábios replicaram: "Ouvimos as instruçnoes que fornecia a seu filho para comprar os legumes mais baratos para o jantar. Pensamos que fosse pobre e não nos poderia dar um donativo grande."

O homem explicou: "Para as necessidades da minha família gastamos apenas o mínimo necessário. Entretanto, não podemos ser mesquinhos quando se trata das mitsvot de nosso Criador."

Esta família era portadora de muita grandeza. Muitos de nós não somos tão corretos quanto eles. D’us não ordena que façamos como eles. Entretanto, podemos aprender com esta história a não desperdiçar dinheiro. 

A mitsvá "ser santo" significa que devemos usar tudo que temos, incluindo o dinheiro, para uma boa finalidade.


 

Respeito aos pais

A Torá ordena: "Cada filho – mesmo adulto – deve respeitar seus pais."

  • Como cumprimos esta mitsvá?
  • Não chamamos nossos pais pelo nome próprio;
  • Devemos ouvi-los quando nos falam;
  • Não podemos contradizê-los;
  • Não devemos falar ao percebermos que o pai ou a mãe estão prestes a falar, e também não interrompê-los quando estão falando;
  • Não sentamos na cadeira reservada a nossos pais.

Há apenas um caso em que o filho está proibido de dar ouvidos ao pai ou à mãe – quando ele ou ela ordena-lhe que cometa uma transgressão. Por exemplo, se a mãe no Shabat, diz à filha: "Cozinhe isto agora!" a filha está livre de obedecer. Os mandamentos de D’us têm precedência sobre as ordens dos pais.




 

Não devemos pensar sobre idolatria.

A Torá adverte: "Não deves pensar ou ler sobre ídolos." 


    Portanto, estamos proibidos de ler livros ou artigos que falem sobre qualquer tipo de idolatria. É igualmente proibido possuir livros que declaram que o mundo não foi criado por D’us. D’us deseja que pensemos e leiamos sobre assuntos que são verdadeiros e que nos ajudem a cumprir Suas mitsvot.

Três mitsvot sobre a colheita 

Ser fazendeiro sempre foi um trabalho muito difícil. Na época do Bet Hamicdash, todo o trabalho no campo era feito à mão.

Quando, finalmente, o fazendeiro acha que pode empilhar as recompensas de seu trabalho e começar a colheita, ele não pode esquecer: D’us ordenou a não colher o canto de cada campo, mas deixar este grão para os necessitados juntarem.

A mitsvá de deixar o grão nos cantos do campo é chamada pea.

Deve-se deixar pea em cada um dos campos que possui: não é permitido deixar duas peot em um campo e nenhuma em outra.

Qual a quantidade da colheita que é deixada? 

Os sábios ensinaram que a mitsvá é cumprida com uma sexagésima parte da colheita. Entretanto, se a pessoa é generosa, pode deixar mais. Não há limite; quanto mais deixar, mais D’us o recompensará. Como a colheita é compartilhada com os pobres, como D’us ordenou, é uma colheita jubilosa, todos estão felizes, até os pobres.

Uma pessoa compromissada com a torah não pode dizer: "Permitirei apenas que meus parentes (ou amigos) pobres recolham minha pea; não quero estranhos." Qualquer judeu pessoa pode servir-se da pea.

D’us deu duas outras mitsvot para fazendeiros em Erêts Yisrael ao colherem grãos:

Leket: Se, durante a colheita, um ou dois ramos caem ao solo, é proibido recolher. Deve-se deixá-los para que os pobres os peguem. Entretanto, se cairem três ramos juntos, pertencem ao fazendeiro e não aos pobres.

Shikcha: Após a colheita, os ramos são amarrados em feixes e levados a um celeiro.Se um feixe foi esquecido no campo, é proibido voltar para apanhá-lo. Ele pertence aos pobres. Esta é a mitsvá de shikcha, esquecer um feixe. A pea também se aplica no caso de uma vinha em Erêts Yisrael. Uma ou duas uvas que caíram por distração são leket, bem como um cacho de uvas que esqueceu-se de recolher após cortar é shikcha. Além disso, quaisquer cachos de uvas que não estavam maduros ou crescidos à época da colheita devem ser deixados para os pobres. 

Se a pessoa tem um olival, também deixa pea e ainda tem as mitsvot de leket e shikcha para cumprir.

Contra o furto

A Parashá Kedoshim contém muitas mitsvot proibindo-nos de furtar dinheiro. Aqui estão algumas delas:

Não roubar
Por que esta mitsvá segue-se à mitsvá de deixar parte da colheita para os pobres? O que possuem em comum?

O proprietário de um campo é advertido: "Se você tem um campo e é muito mesquinho para deixar pea, está na verdade roubando comida dos pobres. Não roube!"

E os pobres, também, são advertidos: "Quando recolher leket, não furte! Se você perceber que o dono deixou cair três feixes juntos, não os recolha! Não lhe pertencem; pertencem ao proprietário. Também, se você não é realmente necessitado mas recolhe pea para ganhar ‘comida grátis’, está roubando! Pea pertence apenas aos pobres."

A Torá ensina a não roubar após as mitsvot de leket, shikcha e pea para insinuar estas advertências ao proprietário de um campo e aos pobres.

Uma pessoa compromissada com a Torah não pode roubar nem mesmo um centavo. Também não pode tirar nada de seu amigo como brincadeira, mesmo que tenha a intenção de devolvê-la mais tarde. E jamais deve comprar coisa alguma de um ladrão. 

A seguinte história vai mostrar o porquê.

Uma história:

Porque não devemos fazer negócios com um ladrão

Havia certa vez um governante não-judeu que promulgou esta lei: Se a polícia pegasse um ladrão, deveria libertá-lo. Porém, se pegasse uma pessoa que comprou artigos roubados, deveria condená-la à morte.

"Esta lei é ridícula!" comentava o povo. "Não seria melhor se o rei ordenasse que o ladrão fosse morto?" 

O rei soube que o povo ria de sua nova lei. Anunciou: "Todos estão convidados para ir ao grande campo atrás do palácio amanhã. Haverá um demonstração muito interessante."

Enorme multidão reuniu-se no campo no dia seguinte. Naquele local vivia um grande número de doninhas. O rei ordenou aos servos: "Coloquem comida que as doninhas apreciem."

Os servos trouxeram comida e a colocaram no campo. Imediatamente, apareceram doninhas de todos os cantos e pegaram a comida, carregando-a para suas tocas.

"Voltem todos amanhã nesta mesma hora e mesmo lugar!"anunciou o rei.
Aquela noite, o rei disse aos servos: "Encham com pedras as tocas das doninhas, onde os animais geralmente colocam sua comida."

No dia seguinte, após o povo estar reunido, o rei disse novamente aos servos: "Tragam comida para as doninhas!" Os servos puseram a comida no chão e os animais foram pegá-la. Carregaram-na para suas tocas, mas não puderam colocar a comida lá dentro; os buracos estavam fechados.

As doninhas trouxeram a comida de volta ao local de onde a haviam apanhado.

"Vejam," disse o rei. "Ladrões agem exatamente como doninhas. Roubam porque sabem que existem pessoas que negociarão com eles. Mas se souberem que ninguém comprará artigos roubados, deixarão de furtar. Por este motivo estou punindo todos que fazem negócios com ladrões; eles encorajam os gatunos a roubar!"

 

Não negar e não mentir

A Torá nos avisa: "Se você roubou alguma coisa, não o negue, dizendo: ‘Não roubei.’ Admita seu roubo e faça teshuvá."

A Torá também ordena: "Se alguém lhe der dinheiro para guardar em confiança ou lhe fez um empréstimo, ou se você achar dinheiro e ele lhe pedir para devolver, não minta, dizendo: "Nunca recebi este dinheiro."

Não jurar em falso

Se você receber dinheiro de alguém para guardar e negar isto mais tarde, o verdadeiro dono do dinheiro poderá dizer: "Vá ao tribunal e jure que você não tem meu dinheiro."

A Torá adverte: "Não jure falsamente que você não tem o dinheiro."

Não reter dinheiro que pertence a outrem

Se um amigo lhe emprestou dinheiro ou lhe deu dinheiro para guardar para ele, não faça brincadeiras ou use de força para ficar com o dinheiro. Não deve dizer: "Não tenho tempo para devolver-lhe o dinheiro hoje, volte amanhã."
Um judeu que propositadamente retém dinheiro que pertence a outra pessoa, está cometendo uma transgressão. Você não pode reter dinheiro que é devido a outra pessoa.

Não reter o salário de trabalhadores

Uma pessoa deve pagar quem trabalha para ele ao fim de cada dia de trabalho. Entretanto, se há um arranjo com o trabalhador para pagá-lo semanalmente, ou mensalmente, ou quando a tarefa for terminada, não é necessário pagar-lhe a cada dia. Ao invés disso, deve pagar-lhe ao tempo combinado. Se atrasar o pagamento, comete uma transgressão.

Nossos Sábios explicam:

O pecado de roubar causou o dilúvio

As pessoas que viveram na geração do dilúvio foram perversos que assassinavam, serviam ídolos, e tinham relações que lhes eram proibidas. Mesmo assim, D’us teve paciência e não ia trazer o dilúvio para destruí-los. Porém, quando cometeram o pecado do roubo, os anjos disseram a D’us: "Deves punir esta geração agora." Assim, D’us mandou o dilúvio.

O Midrash explica:

O truque da geração antes do dilúvio


    O povo perverso que viveu antes do dilúvio agia de maneira insidiosa quando roubava. Pegavam quantidades tão pequenas que os juízes da corte não podiam puni-los. Se um homem pusesse uma cesta de ervilhas sobre o peitorial da janela, alguém se esgueirava e roubava apenas uma ervilha. Outra pessoa viria então e pegaria mais uma ervilha, e uma terceira pessoa mais uma – centenas de pessoas pegariam apenas uma ervilha cada uma. Quando o dono descobria que a cesta estava vazia, iria ao magistrado.
"Minhas ervilhas foram roubadas," diria ao juiz.

"Quem as roubou?" perguntaria o juiz.

"Bem, vi um vizinho aproximar-se da cesta," diria o homem.

Então o juiz chamava o vizinho.

"Você roubou as ervilhas deste homem?" perguntava o juiz.

"Não, senhor," respondia o ladrão. "Peguei apenas uma. Uma não vale nem um centavo; certamente não vai me punir por pegar apenas uma."

Cada ladrão contava ao juiz a mesma história. Desta maneira, as pessoas que viveram antes do dilúvio eram espertas para safar-se do tribunal sem castigo. Entretanto, D’us puniu-os todos por sua gatunagem. Mandou um dilúvio que os destruiu.

 

Cuidados com a fala

A Torá ordena: "Você não pode amaldiçoar uma pessoa surda." 

Não podemos amaldiçoar uma pessoa surda, embora ela não possa ouvir nossa maldição e não se aborreça com isso. Então certamente não podemos amaldiçoar uma pessoa compromissada com a torah que pode nos ouvir e que se sentirá mal com nossa praga!

Por que a Torá nos proíbe de amaldiçoar? 

1 – Uma pessoa que souber que foi amaldiçoada certamente ficará muito magoada.

2 – Mesmo que a pessoa jamais descubra que foi amaldiçoada, mesmo assim é proibido fazer isso. A Torá deseja que sejamos bons e amigos de todos; não podemos desejar-lhes o mal.

3 – Cada palavra dita pela pessoa tem uma força formidável. D’us poderá cumprir a maldição. Então, teremos uma parcela de culpa se o próximo for punido.

Não podemos dar maus conselhos 

A Torá nos ordena: "Não faça uma pessoa cega tropeçar, colocando obstáculos em seu caminho."

Esta mitsvá também se aplica se alguém vem até você pedindo um conselho. Você não deve aconselhá-la erradamente, de propósito. Quem lhe pede um conselho é como se fosse "uma pessoa cega". Se lhe der a direção errada, estará fazendo-a "tropeçar", cometer um erro.

Quando você aconselha alguém, esta pessoa não sabe se sua intenção é ajudá-la ou causar-lhe problemas. Ele não pode ler seus pensamentos. Mas há Alguém que lê sua mente – D’us. Ele adverte: "Aconselhe honestamente."

A mitsvá de desculpar outras pessoas que não se comportam como deveriam

Nossa sagrada Torá nos dá uma mitsvá especial que podemos cumprir muitas vezes a cada dia. Não é fácil, mas, sendo difícil, temos um grande mérito ao cumpri-la. A cada vez que você ver um judeu comportando-se de maneira imprópria, perdoe-o mentalmente.

Esta mitsvá também é mencionada em Pirkê Avot (1:6): "Julgue cada pessoa com brandura!"


 

Uma história:

O maravilhoso Dr. Aba

Abaye era um dos santos sábios. Era tão notável que uma vez por semana tinha o privilégio de ouvir uma voz vinda do céu.

Certa vez, Abaye escutou algo surpreendente: "Há um certo doutor chamado Aba que escuta uma voz celestial todo santo dia!"

Abaye refletiu: "O que há de tão especial com este doutor Aba que D’us o favorece com uma voz celestial todos os dias? Deixe-me descobrir o que ele faz. Talvez possa imitar suas boas ações e tenha o merecimento de escutar a voz mais freqüentemente, também."

Alguém falou a Abaye: "Você não pode fazer o que este doutor faz."

Doutor Aba era famoso por muitos feitos especiais. Por exemplo, tratava cada pessoa que o procurava, sem se preocupar se podia pagar ou não. Para não constranger quem não lhe pudesse pagar, colocava uma caixa de pagamentos do lado de fora do consultório. Aqueles que podiam pagar punham o dinheiro na caixa: aqueles que não o podiam, nada colocavam. Ninguém sabia qual paciente havia feito o pagamento e qual havia sido tratado graciosamente. Se um jovem erudito de Torá entrava e queria pagar, Doutor Aba respondia: "Não aceitarei pagamento de você." Quando terminava de tratar o estudante de Torá, dar-lhe-ia uma doação e dizia: "Use-a para comprar comida a fim de ter forças para estudar Torá."

O sábio Abaye soube disto, e muitas outras maravilhas sobre o Doutor Aba.
"Ele é realmente um tsadic tão grande?" disse Abaye. "Mandarei dois de meus alunos para testá-lo."

Os dois estudantes foram ao Doutor Aba e disseram: "Somos alunos do sábio Abaye."

"Por favor, entre", Doutor Aba recebeu-os. "Servirei comida e bebida, e podem passar a noite aqui."

O doutor não sabia por que os estudantes tinham vindo visitá-lo. Não lhes fez perguntas, mas tratou-os gentilmente. Quando eles se aprontavam para dormir, estendeu lindos cobertores de lã, para que ficassem confortáveis.

Na manhã seguinte, depois que os estudantes tinham se levantado, dobraram os cobertores, puseram-nos debaixo do braço e deixaram a casa com eles! Doutor Aba nada disse. Não correu atrás deles gritando: "Ladrões!" Apenas deixou-os ir.
Os estudantes foram direto ao mercado. Ficaram num local onde sabiam que Doutor Aba passaria e esperaram por ele. Quando o Doutor se aproximou, eles levantaram os cobertores e disseram: "Estamos vendendo estes cobertores. Quer comprá-los?"

Imagine o que faríamos em tal situação. Provavelmente ficaríamos nervosos, gritando furiosamente com os estudantes. 

Mas Doutor Aba não ficou nervoso. Apenas olhou os cobertores e disse: "Acho que valem bem umas cem moedas."

"Talvez valham mais," replicaram os estudantes. "Achamos que talvez um bom preço seja cento e cinqüenta moedas."

"Ótimo," disse Doutor Aba. "Compro-os de vocês por cento e cinqüenta moedas." 
Abriu a carteira para pegar o dinheiro.

Agora os estudantes resolveram acabar com a bricadeira. "Certamente sabe que os cobertores são seus,"disseram ao médico. "O que pensou a nosso respeito quando os roubamos? E o que achou quando tentamos vender-lhe os cobertores?"
"Não pensei, D’us me livre, nada de mal sobre vocês," disse Doutor Aba. "Julguei-os favoravelmente. Imaginei que talvez tivessem sido enviados pelo seu rebe para libertar alguns prisioneiros judeus. É preciso uma grande soma de dinheiro para pagar aos captores . Na noite passada vocês não quiseram pedir-me uma tsedacá tão grande, então tiraram os cobertores, imaginando que eu não me incomodaria de dá-los a vocês."

Os estudantes disseram: "Somos gratos por desculpar nosso mau comportamento. Tivemos uma boa razão para pegar os cobertores; demos ouvidos ao nosso rebe que nos disse para testarmos o senhor. Agora queremos devolvê-los."

"Oh, não," disse Doutor Aba. "Não os aceitarei de volta. Já havia decidido comigo mesmo que seriam para tsedacá. Pretendo doá-los."

Os estudantes voltaram ao rebe, Abaye, e contaram-lhe como o Doutor Aba agira. Agora Abaye podia entender por que o Doutor merecia ouvir uma voz celestial todos os dias; era realmente um tsadic excepcional!


 

Não devemos espalhar rumores

Eis aqui outra importante mitsvá que podemos cumprir com freqüência:

A Torá adverte: Não saia por aí espalhando histórias sobre outras pessoas! Duas mitsvot estão incluídas nesta advertência:

1 – Não fale lashon hará sobre os outros! Lashon hará é uma observação verdadeira sobre outra pessoa, mas não é positiva. 

2 – A proibição de rechilut, espalhar boatos. Não conte a uma pessoa o que outra disse a seu respeito.

 

 

Sem ódio e sem vingança

A Torá diz: "Não odeie seu irmão em seu coração." Todos os compronetidos com a torah são chamados "irmãos" e "filhos de D’us." Um irmão deve amar o outro e preocupar-se com ele.

Por que as pessoas às vezes se odeiam? Talvez não haja uma verdadeira razão. Este ódio é chamado de ódio por razão nenhuma, sin’at chinam.

Rezamos a cada dia pela vinda de Mashiach e para que o terceiro Bet Hamicdash seja reconstruído. Mas primeiro, devemos parar de ter ódio. Impedimos a vinda de Mashiach por causa de ódio sem motivo.

Mesmo se outra pessoa enganar você, não deve odiá-lo. Esta é uma mistvá também: "Não podemos buscar vingança ou lembrar do mal que outro judeu nos causou."

É uma mitsvá repreender um judeu que cometeu uma transgressão

Se você vir seu próximo fazendo algo errado, a Torá ordena que lhe mostre o caminho certo. Todos os judeus são responsáveis uns pelos outros. Se um judeu errou, é uma mitsvá ajudá-lo a parar de errar.

O mais importante sobre esta mitsvá é como você a executa. Ninguém gosta de ser repreendido. Isto é válido especialmente se você o insulta ou constrange pela maneira que lhe fala. Por isso, seja cuidadoso com o modo pelo qual o corrige. 
Nunca o repreenda em público. E sempre reflita primeiro: "Como eu gostaria que me falassem se estou errado fazendo isso?" Se a outra pessoa perceber que você está tentando ajudá-lo, lhe dará ouvidos.

Não devemos procurar vingança

A Torá nos ordena: "Não se vingue!"

O que é vingança? Agir com o próximo da mesma forma que ele agiu conosco. Devolver o mal se nos fez mal.

Exemplo: Fulana se recusou a emprestar um objeto pedido por sua vizinha. 
Quando ela mesma precisou pedir algo para sua vizinha, esta replicou: 

"Infelizmente não posso te ajudar ". (Ela pensou consigo: "Por que haveria eu de fazer por ela aquilo que ela se negou a fazer comigo?) 
Isto é proibido pela Torá.

Um judeu que busca vingança age como o açougueiro desta história.

Uma história:

O açougueiro que buscou vingança 

Era um dia quente de verão. O açougueiro estava em sua loja, cortando grandes pedaços de carne. Pensava na ducha refrescante que tomaria após o trabalho. Mas enquanto sua mente divagava, a faca escorregou. Subitamente o sangue jorrou de sua mão esquerda. Por engano, havia cortado seu dedo médio. Ficou furioso.
"Sua mão direita idiota!" vociferou. "Por que me cortou? Vou vingar-me de você!" 

Levantou o facão com a mão esquerda e cortou fora o dedo médio da mão direita.
O açougueiro agiu de forma ridícula. Cortando uma das mãos por ela ter machucado a outra, feriu ainda mais seu próprio corpo. 


Uma pessoa compromissada com a Torah, que se vinga age da mesma forma. Todos as pessoas são "um só corpo"; todos dependemos uns dos outros. 


Não se lembrar o mal que o próximo lhe fez 

A Torá não proíbe apenas a vingança. Também não podemos lembrar o mal que outro judeu nos causou. Isto significa não lhe expressar verbalmente e o fazer recordar este mal.

Exemplo: Fulana se recusou a emprestar um objeto para sua vizinha. Quando ela mesma precisou emprestar um objeto da vizinha, esta lhe disse: "Com certeza lhe emprestarei, apesar de você ter me negado quando lhe pedi". 

A Torá nos ordena a não guardar rancor e ressentimento. 

Há muitos tsadikim famosos que perdoaram aqueles que os insultaram ou lhes causaram mal:

  • Yossef – Seus irmãos planejaram matá-lo e o venderam como escravo.Yossef, entretanto, não procurou vingar-se deles. Pelo contrário, providenciou comida para eles e suas famílias por toda a vida. Eis porquê é chamado de "Yossef, o tsadic."
  • Moshê – Os judeus freqüentemente insultavam e enfureciam Moshê. Apesar disso, ele rezava a D’us por eles.
  • Rei David – Era tão humilde que quando um homem (chamado Shimi ben Gueira) o amaldiçoou, disse aos servos: "Não quero que seja punido. D’us permitiu que ele me insultasse, portanto, devo merecer!"
  • O sábio Hilel era famoso por jamais se aborrecer ou se ofender. Ensinou aos alunos a portarem-se da mesma maneira, também. Hilel foi recompensado com vida longa. Viveu até a idade de cento e vinte anos (bem como Moshê e Rabi Akiva).

Ame seu próximo como a si mesmo
Sempre que tratamos o próximo da maneira que gostaríamos de ser tratados, cumprimos a mitsvá "Ame seu próximo" E sempre que cumprimos uma das mitsvot de fazer atos bons e gentilezas, como visitar pessoas doentes ou receber hóspedes, também cumprimos a mistvá "Ame seu próximo como a si mesmo."

Esta mistvá é muito importante. Quando D’us criou o mundo, Ele tinha em mente que as pessoas fariam chessed (bondade) umas para as outras. Assim, sempre que cumprimos a mitsvá de amar o próximo, D’us fica feliz e diz: "Estou orgulhoso deste judeu que ama o próximo. Ele age da maneira que Eu queria que todos agissem."

 
 

 
 

 

 

Proibições no campo e na vestimenta

Um fazendeiro em Israel tem muitas mitsvot especiais. Uma delas é que deve ser cuidadoso para não semear dois tipos diferentes de grãos, feijões, ou legumes muito próximo um do outro.

Um fazendeiro que deseja semear duas espécies diferentes num mesmo campo deve manter um espaço entre elas. Há leis especiais bem detalhadas que especificam a distância que diferentes tipos de plantas devem ter umas das outras.
A Torá chama dois tipos de plantas que crescem juntas de kilayim – uma mistura proibida. Se um fazendeiro semeou kilayim neste campo por engano, deve arrancar todas as plantas proibidas.

Um fazendeiro judeu fora de Erêts Yisrael pode semear dois tipos de plantas juntos em um campo. Entretanto, mesmo fora de Erêts Yisrael, não pode enxertar dois tipos diferentes de árvores. 

Não podemos vestir uma roupa contendo shaatnez, uma mistura de lã e linho
A Torá também proíbe um outro tipo de mistura. Um judeu não pode usar nenhuma peça de roupa que possua linho junto com a lã. Tal mistura é chamada shaatnez. Entretanto, pode-se ter o fio de linho completamente removido e substituí-lo por um de lã ou então sintético.

Uma vestimenta é completamente shaatnez mesmo se for feita totalmente de linho, mas tem botões costurados com fios de lã, ou o inverso.

Como podemos reconhecer se um casaco ou jaqueta contêm shaatnez?

A maioria de nós sabe diferenciar linho de lã ao pegá-lo nas mãos, saberá que material é um ou outro. No entanto, em relação a mesma peça de roupa, com tantos detalhes e complementos (forro, etiquetas, linhas de costura, fios e botões, etc), não saberíamos se há um pedacinho pequeno e escondido de shaatnez. No entanto, há pessoas que foram treinadas para tornarem-se "especialistas em shaatnez". Podem reconhecer um único fio de linha de shaatnez numa roupa. 

Muitos especialistas usam microscópios para verificar se há linhas shaatnez num tecido.

Toda vez que compramos um casaco, terno, jaqueta, ou qualquer roupa que possa conter shaatnez, devemos levá-la a um "verificador de shaatnez" antes de vesti-lo. 
Também não podemos sentar num sofá contendo shaatnez.

Por que D’us não quer que usemos roupas com shaatnez? Segundo uma explicação, é porque algumas das vestes dos cohanim, continham shaatnez. (O cinturão, o peitoral e o avental eram de linho, mas tinham fios de lã.) eram vestes sagradas que apenas os sacerdotes podiam vestir. Assim como um rei não deixa que cidadãos comuns vistam os mesmos uniformes que os soldados, assim D’us não quer que judeus comuns vistam o mesmo tipo de roupas que os cohanim costumavam usar.

 

 

De todas as antigas leis e costumes dos judeus, uma das mais misteriosas é aquela que proíbe o shaatnez. A maioria dos judeus provavelmente jamais ouviu falar nisso. Alguns podem ter ouvido, mas não sabem do que se trata. Mesmo aqueles que são escrupulosos ao seguir as leis dietéticas casher, podem não se preocupar com shaatnez. A verdade é que ambas possuem igual importância nos 613 mandamentos da Torá.

O que é shaatnez?

Shaatnez é a proibição bíblica de vestir lã e linho juntos na mesma roupa. (Usar uma roupa de linho e outra de lã ao mesmo tempo é permitido). Esta proibição contra shaatnez é encontrada em Devarim 22:11 e Vayicrá 19:19. Uma combinação de quaisquer outros materiais não cria shaatnez.

A referência à lã menciona lã de carneiro ou ovelha. Não se refere a lã de camelo, mohair, angorá, cashmere, alpaca ou vicunha. A referência bíblica ao linho aplica-se somente a fibras da planta do linho, não a cânhamo ou juta. Porém, fibras reprocessadas também podem conter shaatnez.

A proibição também inclui qualquer combinação de lã e linho independentemente se os dois estão combinados em uma peça de roupa ou se são peças separadas de roupa dentro do mesmo conjunto de roupas. Até mesmo ternos que são 100% sintéticos podem conter shaatnez. A lei americana permite alguma margem de segurança na etiquetagem. Uma etiqueta que declara que uma roupa é 100% lã pode conter até 2% de outros materiais. Além disso, a etiqueta se refere ao tecido, não a quaisquer linhas ou materiais de acabamento e enfeites. Segundo especialistas nesta área,, o shaatnez é mais provável de ocorrer nas roupas europeias do que naquelas fabricadas nos Estados Unidos ou Canadá.

A proibição aplica-se não somente a ternos, casacos, vestidos e calças mas a qualquer tipo de vestuário, incluindo meias, pijamas, luvas e gravatas. Também é proibido usar uma roupa na qual uma parte ornamental como uma fita que não toca o corpo possui shaatnez. No entanto, é permitido experimentar uma roupa numa loja sem saber se tem ou não shaatnez. Se a etiqueta diz claramente que a roupa inclui lã e linho, então é proibido.

Por que uma lei como esta?

Não há explicação! A lei proibindo shaatnez se enquadra na categoria daquilo que é conhecido como um chok, uma lei que não pode ser explicada. Vários motivos têm sido sugeridos, no entanto. A explicação dada por Maimônides é que sacerdotes pagãos eram obrigados a usar roupas feitas de lã e linho. A proibição pode ter sido criada para separar os judeus das práticas pagãs. É interessante notar, porém, que a roupa dos sacerdotes no Templo estavam isentas da proibição, dando margem a uma explicação alternativa de que a proibição era designada para separar o sacerdócio da prática pública.

Outra explicação, mais elaborada, é a de que Abel levou lã como oferenda, ao passo que Caim levou linho. A mistura foi letal e Abel perdeu a vida.

Uma explicação mais esotérica é que tudo tem sua própria força espiritual. Ao misturar certos itens, essas forças ficam comprometidas e não podem desempenhar a tarefa que lhes foi designada.

Os Examinadores de Shaatnez Atuais
A partir de dois versículos da Torá, e acrescentando as complexidades da moderna fabricação de roupas, surgiu um serviço internacional para testar shaatnez.

Como as etiquetas das roupas podem não ser confiáveis, deve haver outra maneira de determinar se um artigo contém shaatnez ou não. A resposta é que uma amostra de roupa é testada num laboratório shaatnez. Os examinadores da amostra são treinados para tirar amostras apropriadas de uma roupa (sem danificá-la) e enviar as amostras ao laboratório. Ali, profissionais examinam a amostra sob um microscópio de baixa potência (aproximadamente 100 vezes), seja binocular ou monocular, e conseguem identificar as fibras.

Não há dúvida de que com o uso disseminado de tecidos sintéticos, o tema de shaatnez não seja tão importante como já foi para o observante tradicional. No entanto, o assunto ainda surge, especialmente porque muitas roupas são manufaturadas em várias partes do mundo e em alguns casos com partes de uma roupa sendo fabricadas num país e outras partes em outro. O resultado é que fica difícil para os consumidores conhecer tudo que existe numa roupa. Novos tecidos também estão sendo desenvolvidos e novas combinações de tecidos estão surgindo.

Considerando estes desenvolvimentos, os testadores de shaatnez têm uma rede informal pela qual notícias de alerta são enviadas à medida que novas criações são descobertas. Tudo isso faz parte de um sistema vibrante que tem sido desenvolvido ao redor desta antiga e misteriosa proibição. 

 

Isso pode ser uma das razões para a mitsvá, mas é claro que todas as mitsvot têm mais razões que fogem ao nosso entendimento chamadas chukim.



Árvore frutífera 

Aqui estão as mitsvot que um fazendeiro judeu deve obedecer mesmo fora de Erêts Yisrael:

Por exemplo, um fazendeiro judeu planta uma macieira. Um ano depois, já existem pequenas maçãs. Ele não pode comer ou vender estas maçãs. Deve proceder da mesma forma no segundo e terceiro anos. A Torá ordena: "Se plantar uma árvore frutífera, não pode usar seus frutos (para comer ou vender), pelos primeiros três anos." Estas frutas são chamadas orla.

Porém, se comprarmos maçãs e outras frutas? Temos que descobrir se as maçãs são frutas orla ou não?

Se vivemos em Erêts Yisrael, antes de comprarmos frutas devemos sempre tentar saber se são orla ou não. A menos que uma fruta tenha uma supervisão rabínica declarando que não é orla, não devemos comê-la.

Fora de Erêts Yisrael a lei é diferente. Não precisamos investigar se uma fruta é orla; podemos comer todas as frutas. Apenas se soubermos com certeza que alguma fruta foi cultivada por um fazendeiro judeu e que os três anos após o plantio ainda não passaram, a fruta é vedada para nós. Mas geralmente não sabemos e podemos comer todas as frutas. 

O que faz um fazendeirto judeu com a fruta que cresce no quarto ano após a árvore ser plantada?

Na época do Bet Hamicdash, ele devia levar a Jerusalém toda a fruta que crescesse no quarto ano. Ele tinha que comer a fruta em Jerusalém. Se tivesse tanta fruta que lhe fosse difícil transportar para Jerusalém, era permitido trocá-la por dinheiro. Devia usar este dinheiro para comprar comida que deveria ser consumida em Jerusalém. 

Mesmo nos dias de hoje as frutas do quarto ano após o plantio da árvore são sagradas. Apenas podem ser ingeridas após o fazendeiro trocá-las por uma moeda. Ele deveria perguntar a um rabino como trocar as frutas por uma moeda e o que deve fazer com a moeda.

 

Mais mitsvot citadas na parshá

Não comas obre o sangue

A Torá nos ordena: "Não coma sobre o sangue!"

Esta ordem pode ser explicada de muitas maneiras. Eis aqui umas delas:
Um judeu que trouxe uma oferenda ao Bet Hamicdash não recebia permissão de comer sua parte da oferenda imediatamente após o abate. Devia esperar até que o cohen tivesse borrifado o sangue da oferenda sobre o altar.

Isto é o que significa o comando "Não coma a carne de um corban antes que o sangue tenha sido borrifado sobre o altar!" Borrifar o sangue sobre o altar é a parte principal no oferecimento do corban. Isto expia a culpa do ofertante. Não seria apropriado para ele comer sua porção antes que seus pecados fossem perdoados.

Não podemos ser supersticiosos

A Torá nos proíbe de acreditar em qualquer tipo de supertições. Nos tempos antigos, as pessoas eram ainda mais supersticiosas que hoje. Muitas nações acreditavam piamente em sinais "da sorte" e "do azar". Se um rei queria decidir se começava ou não uma guerra, atiraria flechas para o alto. Decidiria então que atitude tomar baseado na direção que as flechas apontavam ao cair.

Quando o Povo de Israel vivia no Egito, os egípcios acreditavam em "presságios", sinais para prever o futuro.

A Torá adverte Benê Yisrael: "Um judeu não deve acreditar em sinais. Não acredite que se certas coisas acontecem, elas significam boa ou má sorte para você. Não acredite que certos dias ou horas trazem sorte ou azar ao começar uma nova tarefa."

Devemos acreditar na verdade. Apenas D’us decide o que nos acontecerá no futuro. E seja qual for Sua decisão, sabemos que será o melhor para nós.

Um menino ou homem judeus não podem cortar suas costeletas 

A Torá ordena que meninos judeus e homens não cortem as costeletas. Como ocorre com outras mitsvot da categoria de chukim, não sabemos as razões desta. Conforme uma explicação, os idólatras nos velhos tempos costumavam cortar o cabelo por igual ao redor da cabeça. D’us queria que os judeus tivessem aparência distinta. Isso ajuda-nos a perceber que judeus devem sempre ser santos e agir diferentemente. 


Una pessoa compromissada com a Torah não pode tatuar seu corpo



Nos tempos de outrora, sacerdotes da idolatria costumavam se tatuar. E, muitas vezes, as pessoas se tatuavam após a morte de um parente para mostrar como estavam tristes. A Torá proíbe que uma pessoa de tatuar seu corpo. Esta lei nos mantém afastados dos idólatras e seus costumes, essa mitzvot mão se aplica somente aos judeus e sim a todos que tem a Torahm como estilo de vida - O não cumprimnto desta viola todas as outras mitsvot(ordenaças) deixada por Moshé

Outra razão pela qual a Torá proíbe tatuagem, é porque o corpo nos foi dado como um presente por D’us. É uma mitsvá cuidar bem do corpo. Não devemos perfurá-lo ou marcá-lo sem necessidade.

TATUAGENS!!!

As tatuagens, são desaconselhadas na Torah, no entanto do ponto de vista espiritual não se fica só pelo conselho, há uma proibição clara na Toráh, tal proibição é expressa no livro de Vayicrá/Levítico 19:28: "E não fareis em vossa carne incisões por um morto, e não poreis em vós escrita de tatuagem - Pois Eu sou O Eterno!".
O corpo é o templo da alma, e deve refletir o espírito que tem pelo invólucro bem cuidado, da mesma maneira que não destruímos a nossa casa que nos abriga, também não devemos destruir o nosso corpo.
O corpo é formado com os elementos da natureza e a alma com o elemento espiritual que provém de D-us, qualquer ofensa ao corpo e à alma é uma ofensa a D-us e uma rejeição clara da nossa missão nesta vida.
Como se pode perceber existe uma proibição taxativa em relação a tatuagem, e os israelitas, Judeus, e os comprometidos com a Torah e até mesmo o gentílico; não devem se utilizar dela. Na realidade, a proibição é extensiva a qualquer tipo de mutilação corporal ou auto-ferimento, mesmo que esta seja mínima, como é o caso do piercing.
E quem pensa a quero escrever algo em Hebraico ou mesmo um simbolo de minha cultura em minha carne a Torah não abre parenteses, ela estritamente proíbe por isso CUIDADO, Obedeça a Hashém!


Mostrar respeito pelo Bet Hamicdash

Era uma mitsvá para cada judeu que subia ao Har Habayit, a montanha onde ficava o Bet Hamicdash, comportar-se seriamente e com respeito. Ao entrar no pátio do Templo, deveria demonstrar ainda mais respeito, lá todos tinham que permanecer de pé. (Apenas reis da família real de David tinham permissão de sentar-se no pátio.) Cada judeu era lembrado desta forma que a presença de D’us repousava lá, e era obrigado a comportar-se de acordo. 

Hoje temos uma lei que demonstra nosso respeito pelo Bet Hamicdash: Não podemos fazer nenhum objeto exatamente da maneira que existia no Bet Hamicdash. Por exemplo, a menorá no Bet Hamicdash tinha sete braços. Usamos, portanto, menorot com cinco, seis ou oito braços. Da mesma forma, não fazemos para nós mesmos uma shulchan (mesa) ou outro objeto exatamente da maneira que havia no Bet Hamicdash.

Outra mitsvá que nossos Sábios decretaram é: Devemos nos comportar com respeito numa sinagoga e numa Casa de Estudos (Bêt Midrash). Eles são nossos pequenos Batê Micdash, mini-Templos.

Que leis devemos cumprir na sinagoga?

  • Devemos nos comportar com seriedade e respeito, lembrando que a Presença de D’us repousa neste local.
  • Não devemos falar sem necessidade; se queremos conversar, o fazemos fora deste recinto.
  • Devemos nos manter sentados em silêncio mesmo se não estamos rezando; sentar na sinagoga já é uma mitsvá! O livro de Tehilim nos ensina: "Ashrê yoshvê betecha"- "Feliz é o povo que (apenas) se senta em Sua Casa".

É proibido realizar a magia de Ov e Yidoni
Muitas nações nos tempos antigos ocupavam-se com magia. Havia um tipo de mágico chamado ba’al ov. Ele sabia como fazer sua voz soar como se viesse de muito longe. Com esta mágica, ele trouxe pessoas mortas de volta dos túmulos e os fazia falar.

Outro tipo de mágico era o yidoni. Este colocava um osso de um certo animal na boca. Com magia, fazia o osso falar. Então o mágico fazia coisas esquisitas, caía no chão, e predizia o futuro.

Devemos honrar os pessoas idososas

A Torá nos ordena: "Quando você ver uma pessoa de setenta ou mais anos, deve honrá-lo! Fique de pé e aja respeitosamente em relação à ele"

Um pessoa de idade é honrado mesmo não sendo um sábio. Merece ser respeitado porque D’us lhe concedeu vida longa. Tem experiência de vida e reconhece os caminhos maravilhosos de D’us neste mundo. Se todos  idosos devem ser honrados, quanto mais nossos próprios avós, se somos afortunados de o termos conosco.

O midrash nos conta:

Como nossos sábios honravam os idosos 

Quando o sábio Abaye caminhava pela rua, costumava estender seu braço para que todo judeu idoso pudesse apoiar-se nele. 

O próprio Rava não sustentava pessoas idosas. Porém, sempre que via um judeu de idade, mandava um de seus alunos oferecer-lhe o braço.
Sempre que Rabi Meir via um judeu idoso, mesmo um que não fosse estudioso da Torá, levantava-se para ele. Dizia: "Deve haver uma razão para D’us deixá-lo viver até esta idade avançada: ele certamente realizou boas ações!"

Devemos honrar os eruditos de Torá 

A Torá chama um erudito de zaken (homem idoso), mesmo se for jovem. Por ter estudado Torá, possui a sabedoria de um homem de mais idade. Por isso, a Torá nos ordena: "Honra todo erudito de Torá, seja ele jovem ou idoso."

Nós nos levantamos para um erudito; fazendo-o caminhar à nossa frente. É claro que cada aluno deve honrar ainda mais seu próprio mestre de Torá.

Em Pirkê Avot está escrito: "Seu respeito pelo Rebe deve ser tão grande quanto seu temor a D’us."

Um aluno deve levantar-se para seu rebe: não pode sentar-se na cadeira do rebe; deve fazer perguntas com respeito; não deve interrompê-lo, e tampouco contradizê-lo. Seu rebe merece a maior honra, porque lhe ensina a Torá, doando seu tempo e sabedoria.

 

Não devemos trapacear com pesos ou medidas

Se você pesa ou mede um artigo que deseja vender, a Torá adverte: "Tenha balanças e fitas métricas exatas!"

Uma balança dos tempos antigos tinha dois pratos. Em um deles, o mercador colocava pedras. Cada pedra tinha um determinado peso. No outro prato ele punha mercadorias do mesmo peso. Se ele marcasse uma pedra com as palavras "1 quilo", mas na verdade a pedra pesasse menos que um quilo, o cliente sempre recebia menos que um quilo de mercadoria.

Hoje em dia, usamos balanças computadorizadas. O vendedor põe os artigos na bandeja da balança e o peso aparece no mostrador. Mesmo assim, se o computador não é exato, o cliente será prejudicado.

Por isso, independente do tipo de balança ou medidor que o judeu use, a Torá lhe ordena: "Assegure-se de que está exato. Se trapacear, seu freguês jamais saberá. Mas há Alguém que sempre o sabe."

A santidade da nação 

Nesta Parashá, aprendemos sobre importantes mitsvot. Podemos cumprir algumas delas todos os dias.

Quando Moshê explicou esta Parashá, Benê Yisrael ouviu com atenção.

Quando Moshê terminou, disse em nome de D’us: "Eu, D’us, dei a vocês todas estas mitsvot para que possam ser santos, kedoshim. Se vocês, a nação judaica, agir de maneira diferente dos outros povos, então serão Meus".

Um mestre chassídico certa vez perguntou a seus discípulos: "Se vocês se perderem numa floresta, é melhor que seja a pé ou a cavalo?"

"É claro que o melhor é se perder andando a pé" – respondeu um dos discípulos. "Você não 
estaria perdido tão longe como se estivesse a cavalo."

A isso o Rebe replicou: "É melhor se perder estando montado a cavalo. Porque no minuto em que você notar que está perdido, pode sair da floresta muito mais depressa."

Durante nossa jornada pela vida com freqüência nos perdemos. Cometemos erros. Isso é inevitável. Quanto tempo demoramos para reparar nossos erros quando os descobrimos – isso é que faz a verdadeira diferença na qualidade de nossa vida.

Algumas pessoas consideram muito difícil abordar alguém a quem magoaram, e desculpar-se pelo sofrimento que talvez tenham causado. Quantos relacionamentos pessoais e profissionais poderiam ter sido salvos, quantos lares desfeitos teriam sido evitados, quantos afastamentos entre pais e filhos teriam sido resolvidos – se uma das partes envolvidas tivesse tido a coragem de encarar a outra pessoa e dizer: "Sinto muito!" Ainda que acreditemos não tê-lo feito com más intenções ou que não erramos, mesmo assim podemos nos desculpar pela dor que a outra pessoa sofreu.

Admiro a enfermeira que, antes de dar uma injeção, diz ao paciente: "Desculpe, mas isso vai doer." Embora suas ações sejam em benefício do paciente, ela ainda se desculpa pela dor que vai causar a ele."

Algumas pessoas ficam preocupadas ao dizer "Sinto muito". Talvez pensem que ao fazê-lo estarão admitindo que erraram. Talvez temam o que pode acontecer se sua desculpa for rejeitada. No entanto, receberíamos mais respeito do próximo se tivéssemos a coragem de nos desculpar. Tudo que diríamos seria: Sou mais inteligente hoje do que fui ontem, e aprendi alguma coisa nova. 
"É nossa ira que nos faz entrar numa briga" – disse certa vez um sábio – "e nosso ego que nos faz continuar nela."

Certa vez, quando eu estava me desculpando com um velho amigo, ele sorriu e disse-me: "Eu gostaria de ter sido tão corajoso quanto você, e pedido desculpas." Nossa antiga amizade foi restaurada e hoje está muito mais forte do que jamais este antes.

Como se desculpar? Apenas faça isso. Com freqüência, é preciso apenas dar uma volta com o cavalo e sair da floresta.

 

     
 A luz do Shabat
 
   

A Torá é um Guia de Vida que orienta o homem a como se conduzir desde o momento em que acorda até a hora em que irá dormir. É o plano Divino do mundo, antes mesmo de ele ter sido criado. 

A Torá é dividida em 5 livros: Bereshit (Gênesis), Shemot (Êxodo), Vayicrá (Le-vítico), Bamidbar (Números) e Devarim (Deuteronômio).

Bereshit, "No princípio", descreve a Criação do Mundo. D’us criou os Céus e a Terra, o dia e a noite, as plantas e os animais e, assim por diante, durante cada dia até chegar no sexto dia. Quando tudo estava pronto e perfeito, D’us criou o homem. Soprou em suas narinas o sopro da vida, a alma, e fez o mesmo com a mulher, criada para ser sua companheira. E ao final do sexto dia criou D’us o sétimo, o Shabat, para o homem descansar.

O Shabat foi feito para que o homem não se julgar entre todas as criaturas a mais importante, a essência do mundo ou o centro do Universo e esquecer a quem deve sua própria existência. Este dia foi feito para que o homem dedique seus pensamentos em assuntos mais profundos ligados ao espírito. 


Este dia torna-se a força que renova as "baterias" do homem para que ele possa enfrentar uma nova semana renovado e feliz. Hoje, mais do que nunca, onde todos mergulham em uma luta incessante pela conquista de bens materiais, prestígio, status, conforto, vem o Shabat e o manda parar para pensar: aonde queremos chegar?


O Shabat é comparado a uma ilha no meio do oceano.

O Shabat é comparado a uma ilha no meio do oceano. Já pensou depois de uma semana atribulada, atendendo mil telefonemas, respondendo e-mails, atendendo compromissos e enfrentando horas perdidas preso no trânsito chegar ao pôr-do-sol do último dia da semana (sexta-feira) e cair direto em um oásis? Este é o mar turbulento da atualidade. Não se tem tempo para nada, vira-se escravo do relógio e da agenda. Quando chega o final do sexto dia, o homem tem a 
opção de cair em uma ilha, desligar-se de tudo, e a conexão é uma só: observa-se a Criação como um presente Divino onde o Rei é o próprio Criador.

O homem de fato foi criado no sexto dia para entrar imediatamente no sétimo; era uma ponte entre os seis dias seculares e o sétimo sagrado, porque esta aparente dicotomia é o propósito de sua existência. A intenção de D’us e Sua obra se completam mutuamente: uma expressa a missão do homem, a outra se refere às condições de sua vivência.

De todas as criaturas no Universo, somente o homem é capaz de conceber santidade. As formas de vida material e animal podem tornar-se sagradas, mas só o homem pode consagrá-las. O Shabat é na verdade o selo de D’us, mas só o homem pode imprimir esta imagem sobre o Universo.

Guematria é o valor numérico atribuído a cada letra ou palavra. A Guematria da palavra Shabat é 702. Quando o Shabat é totalmente observado, há 39 tipos de trabalhos proibidos. Um Shabat permeado de tal observância nos dá 702 divididos por 39=18. Dezoito é a Guemátria de Chai, Vida. Portanto, observar as mitsvot do Shabat é como se estivéssemos observando a Torá inteira – o Guia de Vida.


Afinal quem é o homem verdadeiramente livre? Àquele que não se torna escravo de seu tempo, mas o domina.

Em um nível mais profundo, as letras shin e beit podem ser lidas como Shav significando "retornar" e a letra Tav, a última do alfabeto hebraico é também a última da palavra "Emet", verdade. Assim, o Shabat faz "retornar" o povo judeu, semana após semana, à verdadeira conclusão: D’us criou o mundo.

O desligamento do grande mundo e o recolhimento para o ambiente íntimo criado pelo Shabat e sua atmosfera, por um dia, podem assegurar a liberdade espiritual do indivíduo. Afinal quem é o homem verdadeiramente livre? Àquele que não se torna escravo de seu tempo, mas o domina. 

A "lojinha" pode ser fechada no Shabat, mas está nas mãos de seu dono o fazer ou não. Mas se as portas realmente se fecharam Shabat, quem disse que não haverá lucros maiores e maiores recompensas?

 

  
    Por que o judaísmo é tão intolerante quanto à idolatria? Não estou falando de templos imensos com sacrifícios humanos. Mas sim, falo do idólatra civilizado, na privacidade de seu próprio lar. Com um emprego, família, hipoteca, que faz doações para o Fundo Mundial contra a Fome e o Greenpeace - e ao invés de um D'us, ele simplesmente tem dois ou três, ou mesmo várias dúzias, todos alinhados no painel do carro. Por que o judaísmo faz disso um pecado capital, exigindo a erradicação total da idolatria em cada canto do mundo? Desde que não prejudique ninguém, o que há de tão terrível?

Resposta:

Há muitas maneiras de se responder a isso, mas tomemos uma perspectiva histórica. Os historiadores concordam que nosso atual padrão ético origina-se na ética judaica. Sim, os gregos nos legaram as ciências naturais, a filosofia e a arte; os romanos nos deram estrutura governamental e engenharia; dos persas, temos a poesia e a astronomia; dos chineses, o papel, a impressão, a pólvora, acupuntura e mais filosofia, e assim por diante. Porém o fato histórico é que todas estas culturas (e todas as outras não citadas) apoiaram e até glorificaram atitudes e comportamentos que hoje em dia abominamos universalmente. Nos dias de hoje, se você se livrar dos filhos não desejados, praticar a pederastia, colocar seres humanos para se matarem uns aos outros por esporte, ignorar os direitos daqueles inferiores a você na pirâmide social e recusar-se a reconhecer qualquer responsabilidade social para com os pobres e os desabilitados, e mal consegue esperar para correr para a guerra contra o país vizinho, você é um bárbaro. Você teria sido um perfeito cidadão de Atenas ou Roma, mas hoje, nenhum clube o aceitaria.

De onde vêm estes valores? Existe somente uma fonte que os historiadores podem apontar: a Torá. E o mesmo ocorre com a educação universal e o ideal da paz no mundo.

Ora, isso dá a qualquer erudito um problema de monta para resolver. A História é geralmente vista como algo similar à uma floresta virgem e diversificada, onde uma coisa cresce a partir de outra. As sementes caem e brotam. As árvores ramificam e florescem, depois caem e nutrem cogumelos a partir de sua raiz apodrecida. Toda a vegetação e criaturas da floresta dividem o mesmo ar, água e solo, e nenhuma criatura pode subsistir isolada. Assim também, uma civilização se ergue do barro, ramifica-se, e cai para tornar-se o solo nutriente para a próxima. As idéias se transformam, numa perpétua metamorfose ao passarem pelos filtros das variadas culturas. Tudo o que é, já foi - e terminará por passar.

Tudo exceto os judeus. Totalmente fora de contexto, com uma ética que fez cada nação chamá-lo de louco e absurdo, totalmente radical, sempre fora do compasso. Definitivamente, não é parte desta floresta. E no fim, sua ética leva a melhor.

Faz-se necessária alguma explicação. Antes de mais nada, de onde eles tiraram estas idéias estranhas? E dizer-me que o Todo Poderoso os tirou da escravidão e ditou tudo para eles, não funciona. É verdade, mas não basta. Porque os seres humanos somente podem ouvir aquilo que já sabem. Precisava haver alguma coisa lá que chegou antes.

A resposta clássica é que certa vez, houve um homem chamado Avraham (Abraão), vindo de Ur, na Caldéia - a base original da civilização. Ele surgiu com este padrão através de seu próprio gênio independente. É claro que ser engenhoso, bravo e dissidente não bastava. Sua missão exigia também a tenacidade e a convicção para despertar uma geração que daria continuidade a esta idéia, nadando rio acima em situação de inferioridade perante a sociedade dominante. E então, por muitas eras, esta ética provou ser a espinha dorsal mais eficaz de uma sociedade sustentável.

Agora, diga-me, algum erudito racional realmente acredita neste cenário?

Na verdade, a versão apoiada pelo Talmud e descrita em detalhes pelo Rambam (Maimônides) é muito mais crível:

A ética que Avraham apresentou ao mundo já existia desde o início. A humanidade sabia que cada pessoa era feita à Divina imagem, que a vida tinha um propósito. Que o mundo era a obra de uma entidade celestial que desejava que dele cuidássemos, e que nos julgava segundo nossos méritos. Mesmo no tempo de Avraham, indivíduos isolados resistiam e pregavam isso a seus discípulos, como uma tradição desde Adam (Adão), Metushelach (Matusalém) e Nôach (Noé).

Mas estamos falando de seres humanos. Exatamente por causa da centelha Divina dentro de si, o humano é também a criatura selvagem e louca que busca a abordagem de vida mais bizarra, capaz e pronto a fazer qualquer coisa. Assim, a sociedade humana em geral abandonou o padrão original de Adam por "aquilo que a faz sentir-se bem." A lei tornou-se nada mais que uma forma de o rei governar seu povo. A ética passou a ser nada mais que o costume que fosse mais confortável para a maioria das pessoas. A única medida do valor de uma vida humana era o grau de poder que a pessoa tinha. E o mundo natural era visto como um local sem valor, não valendo a pena investir em nada além daquilo que produzisse alimentos e poder sobre os outros.

Avraham não precisou começar com a humanidade a partir do zero. Ele tinha apenas que resgatar aquela ética original. Mas ele também redescobriu - e ele o fez por si mesmo - a base que tornou aquela ética sustentável: o Monoteísmo. Mais especificamente: a providência monoteísta. Para simplificar: todo adulto e criança deve saber que há um Único Criador de todas as coisas, que Se importa com aquilo que você está fazendo com Seu mundo.

 

Por que o monoteísmo e a providência são tão essenciais?

Voltemos à história novamente, segundo as fontes judaicas tradicionais:

Os predecessores de Avraham também sabiam do D'us Único, Criador do céu e da terra. Porém eles entendiam D'us como sendo sublime e transcendente demais para estar ocupado com este mundo profano e suas criaturas. Eles começaram a fazer pouco de Sua providência, afirmando que poderes secundários, de Seu mandato, tinham sido concedidos como uma parte do domínio. Chegaram ao ponto de construir templos, onde concentravam suas mentes na dinâmica destas forças, atingindo alturas espirituais e poder místico. Por fim, a sabedoria deu lugar ao charlatanismo, conforme os sacerdotes diziam às massas que uma determinada estrela, deus ou deusa tinha falado com eles, ordenando-lhes que servissem a ele ou ela de uma certa maneira. Os governantes acharam que uma boa mistura de conhecimento secreto e uma mitologia conveniente poderia ser um instrumento de poder sobre o populacho; que controlando o fluxo de conhecimento, seriam capazes de manter o povo em respeito e obediência.

Foi aí que Avraham divergiu. Ele enxergou através da ordem estabelecida com sua hierarquia de conhecimento e poder, e ponderou que esta era a origem de todo o mal. Viu até o fundo disso: enquanto D'us estivesse "lá em cima" e tudo o mais fosse visto como num plano descendente, mais e mais distante de Seu domínio, este mal continuaria.

Dentro deste paradigma, a vida humana perde seu valor essencial. Você, como indivíduo, não conta mais. Tudo que importa é quão alto você está na escala. Não somente os direitos humanos, como também o avanço da tecnologia é atrasado - pela necessidade da classe dominante de manter as massas trabalhando. Todo o progresso é dar ainda mais poder ao poderoso. A saúde pública, a previdência e a educação são um despropósito. Portanto, Avraham desafiou aquela hierarquia. Ele ensinou cada pessoa a invocar o nome do Único D'us dos céus e da terra, que julga igualmente os atos de todos os homens, desde o rei mais importante até o servo mais humilde. Ao colocar o D'us original de volta no mundo, Avraham recriou a "pessoa" - um ser humano que tem valor apenas por estar aqui.

Dentro do antigo padrão, a ética não tem uma base para se firmar. Se você não gosta daquilo que um deus exige de você, vai procurar outro deus que seja mais a seu gosto. Ou você molda estes deuses, enganando-os ou subornando-os, como eles mesmos estão acostumados a fazer um com o outro. Afinal, nenhum deles é supremo, nenhum é todo poderoso. Portanto, tudo é justificável. Então, Avraham destruiu os ídolos. Como existe somente um D'us, que supervisiona todas as coisas, a moralidade deixou de ser relativa. Todas as éticas são determinadas não pelo fluxo da conveniência social, mas por Seu padrão intransigente.

Sem a base de Avraham para a ética, a sociedade não tem estabilidade. Qualquer instituição poderia ser abalada até os alicerces, modificando as circunstâncias e os caprichos da vontade humana. Na Grécia Antiga, a instituição do casamento chegou à beira do colapso, devido às preferências pelo mesmo sexo, enquanto que em Roma, a unidade da família foi gradualmente desmantelada pela promiscuidade. As instituições que deveriam ter nutrido a espiritualidade humana em muitas sociedades tornou-se corrupta em orgias sangrentas e na veneração aos sentidos. Em muitos exemplos, tais como oriente, com nenhum senso de responsabilidade social, permitiu-se que a pobreza crescesse em proporções incontroláveis, com imensa concentração de poder. Em nossa época, com a origem das espécies atribuída aos místicos deuses do acaso e da lei natural, foram cometidos os mais horrendos crimes contra a humanidade, e a própria biosfera está ameaçada. Somente quando os edifícios da sociedade se erguerem sobre o alicerce sólido Daquele que Criou Tudo em Primeira Mão, uma sociedade sustentável poderá desenvolver-se.

A bem da verdade, a mensagem de Avraham também começou a perigar com o tempo. Não foi senão até que a providência monoteísta transcendesse o reino das idéias e se tornasse a real experiência de vida de um povo, que foi realmente capaz de prevalecer. E é exatamente isso que aconteceu no Monte Sinai, quando os descendentes de Avraham ficaram face a face com as ordens de agir diretamente vindas do Alto. O conceito da "mitsvá" entrou no mundo - algo que você faz porque D'us assim o deseja. E esta base tem se provado para sempre resistente.

Quanto ao restante das nações, como escreve o Rambam, elas também receberam ordens no Monte Sinai - de cumprirem as sete mitsvot de Adão e Nôach, que incluem a proibição contra o politeísmo.

Hoje, estamos testemunhando os mais dramáticos resultados da estratégia de Avraham em ação: nosso progresso nos últimos 500 anos, até chegar à atual habilitação do consumidor com a tecnologia e a informação, somente tornou-se possível através do despertar desta ética. Em um mundo politeísta, isso jamais teria ocorrido. Foi somente depois que o povo da Europa começou de fato a ler a bíblia e a debater o que ela tinha para lhes dizer, que os conceitos de direitos humanos, responsabilidade social, o valor da vida e por fim o ideal da paz mundial tiveram seu lugar no progresso da civilização. E somente um mundo assim poderia ter desenvolvido a educação e a saúde públicas, a pensão de aposentadoria, os telefones, máquinas de fax, computadores, a Internet, o design ambiental e o desarmamento nuclear.

Estamos muito envolvidos para reconhecermos isso; o cobertor das trevas que resiste lutando até seu último alento preocupa nossas mentes. Porém se pudéssemos viajar de volta no tempo e descrever ao judeu das eras passadas o mundo que temos hoje em dia - um mundo que valoriza a vida, a paz mundial, os direitos individuais, a liberdade de expressão, o estudo, o saber e a compaixão por aqueles que possuem menos - aquele judeu sem dúvida responderia de olhos arregalados: "Quer dizer, são os dias de Mashiach?"

Um tempo que começou quando um jovem na Suméria pegou um martelo e esmagou os ídolos na casa de seu pai.

Leitura complementar: A versão judaica da história está espalhada por todo o Talmud, mas um completo esboço está na abertura de Maimônides, Leis da Idolatria. Esta é uma leitura essencial, como também a palestra do Lubavitcher Rebe que ilumina aquele esboço, apresentada em Licutei Sichot, vol. 20, pág. 13-24.

 

 
VEJAMOS AGORA O SIGNIFICADO E USO DE CADA NOME DE DEUS:
 

31º LECABIEL
Deus que inspira
Ajuda na tomada de decisões, estimula a generosidade, ajuda nos estudos da astronomia, geometria e meteorologia. Influi sobre o clima.
Na oposição provoca avareza e desequilíbrio na natureza.
Planeta: Sol
Dias: 19/abril – 01/julho – 12/setembro – 24/novembro – 05/fevereiro
Hora: das 10h00 às 10h20
Salmo 70, versículo 16:
“Contarei as tuas proezas Senhor, e vou narrar a tua vitória, toda tua”.

 

32º VASARIAH
Deus piedoso
Detém o ataque dos inimigos e protege contra os caluniosos. Fortalece a memória e facilita a comunicação de massa.
Na oposição causa doenças do corpo e da alma.
Planeta:Mercúrio
Dias: 20/abril – 02/julho – 13/setembro – 25/novembro – 06/fevereiro
Hora: das 10h20 às 10h40
Salmo 32, versículo 4:
“Pois a palavra do Senhor é reta e sua obra toda é verdade”.

 

 

31 - Termine o que Começou: Encontrando forças para terminar o que começou -BET KAF LAMED
Termine o que começou a sempre que tiver vontade que tive de desistir...
REFLEXÂO:
Freqüentemente obstáculos externos ou auto-impostos nos impedem de atingir nossos objetivos. 
É fácil ficar entusiasmado e otimista no começo de um novo empreendimento.
Desafios de diversos tipos, entretanto, muitas vezes nos impedem de realizar nossas metas.
Adiamos nossos projetos - e nossa paixão se desgasta.
Os obstáculos internos incluem o medo, a frustração, o esquecimento, a dúvida e a preguiça.
Os desafios externos vêm em todas as formas e tamanhos, mas não passam de um teste.
O imponente muro de tijolos proverbial é geralmente uma cortina flexível e macia, artisticamente pintada e inteligentemente disfarçada para se parecer com um muro de tijolos - somente para nos impedir de sequer tentarmos atravessar!
Ninguém disse que o caminho para a realização pessoal e para a grandeza espiritual era fácil, mas é um caminho possível de ser percorrido com sucesso e que pode ser feito por um trajeto belo e pitoresco.
AÇÂO:
Você é dotado de força, para concluir tudo o que começa, especialmente tarefas e metas de natureza espiritual.
 
32 - Memórias: Quebrando o ciclo - RESH SHIN VAV
Termine o que começou a sempre que tiver vontade que tive de desistir...
REFLEXÂO:
Quando cometemos algum erro muito grande na vida, e acabamos pagando caro por isto, prometemos nunca mais repeti-lo.
Aprendemos a lição, dizemos a nós mesmos.
À medida que o tempo passa, entretanto, a dor do nosso erro gradualmente desaparece e logo esquecemos o preço que pagamos.
De acordo com a Cabala, a oportunidade de repetir o mesmo erro inevitavelmente ressurge, mas de uma maneira levemente diferente, talvez em uma outra circunstância ou com alguma outra pessoa.
O problema por trás, no entanto, é o mesmo. 
Somos obrigados a enfrentá-lo repetidas vezes até que tenhamos internalizado a lição e removido a característica negativa que originalmente nos levou ao equívoco.
Cada vez que repetimos o mesmo erro, a dor e o preç

o a pagar aumentam.
AÇÂO:
O poder da memória desperta dentro de nossa consciência. 
As lições da vida são profundamente interiorizadas dentro do nosso ser, incluído as lições de sabedoria que preenche as próprias páginas deste site.
Este Nome também remove lembranças negativas e ativa a capacidade de memória.
 
 
 
Fonte: Chabad
            Talmud
            Midrash
            Pirke avot
            Torah
            Bíblia