Ki Tavo’, כי תבוא

06/09/2014 23:02

Aspectos da 50ª

O texto desta Parashá é:

Ki Tavo’, כי תבוא  -( Deut.26:1-29:8)>>Sigf.Dar atenção a beleza fisíca

 

 

 

O texto da Haftará é:

 

  • haftará desta parashá é Isaías 60:1-22

Salmo 51

Ki Tavo’, כי תבוא

 

Ki Tavo começa com uma descrição sobre o mandamento a ser cumprido pelos agricultores para que tragam as ofertas anuais dos primeros frutos (bikurim) aos cohanim no Tabernáculo. A parashá prossegue com as contínuas admoestações de Moshê ao povo de Yisrael para que não se apostate, e com o mandamento para que se escreva toda a Torá em doze pedras e se recite as bençãos e maldições no vale entre os montes Gerizim e Eival que deverão recair sobre aqueles que cumprirem ou descumprirem a Torá respectivamente.

 


 

 

Leitura da Torá: Ki Tavo’, כי תבוא  

 

Parashat Ki Tavo (Devarim 26:1 - 29:8) inicia descrevendo a mitsvá anual aos fazendeiros de Israel para que trouxessem seus bicurim, primeiros frutos, ao cohen no Templo, quando então o fazendeiro reconhece o importante papel de D’us na provisão de seu sustento. 

Após novamente exortar o povo judeu a permanecer fiel a D’us, que os elegeu especificamente como Seu povo escolhido dentre todas as nações do mundo, Moshê ensina duas mitsvot especiais que eles deverão cumprir ao entrar na Terra de Israel para reafirmar seu compromisso com a Torá. Primeiro deverão escrever toda a Torá em doze grandes pedras, e então deverão recitar bênçãos e maldições no vale entre Monte Gerizim e Monte Eival, as quais se aplicarão respectivamente àqueles que cumprem e àqueles que afrontam a Torá. Seguindo-se uma recontagem das maravilhosas bênçãos que D’us concederá ao povo compromissado com a Torah por permanecer fiel, Moshê faz uma assustadora profecia do que se abaterá sobre o povo  por não cumprir a Torá. Conhecido como admoestação, Moshê descreve com detalhes a horrível destruição que infelizmente acontecerá quando nos desviarmos das mitsvot. 

A Porção da Torá conclui quando Moshê contempla em retrospecto os maravilhosos milagres que D’us realizou pelos quarenta anos anteriores, lembrando o povo da enorme dívida de gratidão que tem com D’us por Seu carinhoso amor.

 

Tudo no coração
por Kevin Rodbell

O único breve toque de seu relógio digital anunciando a hora, 4:30 da tarde, assustou e acordou Jon de seu devaneio. O copo de coca-cola escorregou da bandeja e caiu direto no chão. Espatifou-se contra os ladrilhos brancos e pretos, espalhando vidro em todas as direções. O líquido escuro correu rapidamente sobre onze azulejos, formando uma poça escorregadia de refrigerante próximo à mesa onde Jon estava servindo. "Desculpe-me, senhor, sinto muito – não sei onde estava com a cabeça."

Na verdade, Jon não estava se concentrando em equilibrar a bandeja. É claro que, enquanto seu rosto enrubescia, concentrou-se totalmente na situação do momento. Seu emprego de verão como garçon começava às 9 da manhã e terminava às 5 da tarde. Geralmente, às 4h30, já estava ansioso para sair; hoje não era uma exceção. Embora suas mãos, olhos e ouvidos estivessem ocupados servindo suculentos hambúrgueres, batatas fritas engorduradas e refrigerantes gelados, a mente de Jon estava constantemente vagando até o jogo de futebol que aconteceria naquela noite. O passatempo favorito de Jon. Gostava tanto do entusiasmo e camaradagem que visões de correr atrás de bolas altas enchiam sua mente sem cessar. Jon concentrava-se nos lances do esporte, ao invés de servir refeições. Hoje ele enfrentava as conseqüências com um esfregão, em vez de assistir ao seu time jogar.

Todos conhecem o sentimento de "minha mente está em outro lugar". Algumas coisas que consideramos mais importantes – seja pagar a conta de luz ou tirar umas merecidas férias – tendem a desviar nossa atenção do equilíbrio da bandeja ou seja o que for que estejamos fazendo. Em vez disso, as pessoas podem passar a maior parte do dia realizando tarefas necessárias que não são de primordial importância, como fica evidente quando devaneiam sobre outros assuntos. Jon, por exemplo, passa dois terços do tempo no restaurante, mas sua principal ocupação em termos de horas não indica o verdadeiro interesse de seu coração.

Da mesma forma, muitos judeus passam longas horas no trabalho, mas esta alocação de tempo dos profissionais judeus não reflete o que deveria ser sua suprema aspiração na vida, a aspiração que expressamos duas vezes ao dia quando lemos o Shemá. "Amarás D’us com todo teu coração..." Apesar de todo o tempo que passamos realizando atividades aparentemente mundanas, o coração de uma pessoa compromissado com a Torah, na verdade anseia por crescer em Torá e construir um relacionamento com seu Criador.


Rabi Moshê Feinstein destaca este conceito em uma declaração intrigante que Moshê faz na porção desta semana da Torá: "Vocês viram tudo que D’us fez perante seus olhos na terra do Egito…as grandes provas que seus olhos viram, aqueles sinais, e grandes maravilhas. Porém o Eterno não lhes deu um coração para conhecer as bondades de D’us, e e olhos para ver, e ouvidos para ouvir, até os dias de hoje" (Devarim 29:1-3).

As pessoa compromissado com a Torah reclamaram em dez ocasiões diferentes sobre as condições inóspitas do deserto no qual D’us os colocara, mas jamais reconheceram todos os grandes milagres que D’us realizou para eles no Egito e no deserto durante os quarenta anos. D’us provou constantemente Sua dedicação aos Filhos de Israel, mas eles sempre responderam com rebelião e dissensão. Finalmente, naquele dia, ao final de sua jornada pelo deserto, Moshê percebeu que o povo eram definitivamente dedicados a D’us.


Um acontecimento em particular alterou a opinião de Moshê sobre o povo. No final de sua vida, Moshê copiou toda a Torá e tentou dar o rolo à família de Levi; eles, mais que qualquer outra tribo, deviam dedicar a vida a estudar e ensinar o precioso livro de D’us ao povo  compromissado com a Torah. Rashi relata que o restante do povo  reuniu-se e disse a Moshê que eles também tinham estado presentes no Monte Sinai quando D’us outorgou a Torá. Eles afirmaram que presentear este rolo especial da Torá aos Levitas poderia algum dia fazê-los dizer que a Torá fora dada exclusivamente a eles.


Rabi Moshê Feinstein explica que, na verdade, a família de levi jamais faria reivindicação tão audaciosa; é claro que a Torá completa, mesmo as leis especificamente aplicadas aos levitas, foram dadas a todo o povo. Ao contrário, as outras tribos suspeitaram de algo mais sutil. Os não-levitas, que deviam passar longas horas no trabalho para ganhar o sustento, temiam que os levitas, que tinham a oportunidade de passar o dia inteiro mergulhados na Torá, exigiriam exclusividade nas áreas de ensinamento da Torá, e na resolução de complicados problemas da Lei Judaica. Os não-levitas desejavam assegurar um lugar para si mesmos entre os especialistas em Torá.

Ao exigir um papel ativo na perpetuação da Torá, o povo  mostrou o enfoque em seu coração, e reassegurou a Moshê que tinham as corretas prioridades. Ter uma renda é certamente uma necessidade, mas não importa quanto esforço devotem a outras atividades, as pessoa compromissado com a Torah devem lembrar-se que a Torá e o relacionamento com D’us permanecem sendo nosso verdadeiro objetivo de vida.

 

 
 
A mitsvá de bicurim

Os primeiros frutos são trazidos das sete espécies pelas quais Êrets Yisrael é abençoada: trigo, cevada, uva, figo, romã, azeitona e tâmara.

Quando o proprietário de um campo nota que o primeiro fruto (de qualquer um dos tipos acima mencionados) começou a amadurecer em seu campo ou pomar, deve amarrar uma fita em volta dele para marcá-lo como bicurim.

Um dos benefícios da mitsvá é a de fortalecer o autocontrole da pessoa. É tentador degustar o primeiro fruto maduro de uma espécie que não estava disponível já há algum tempo. Em vez disso, nós somos obrigados a nos refrearmos, e reservá-lo para D’us.

O dono do campo espera até que as várias espécies de frutos tenham amadurecido para levá-los ao Bet Hamicdash. Se ele calcula que as primeiras frutas irão apodrecer antes de começar sua jornada, ele deve preservá-las. Por exemplo, transformando os figos em figos secos e as uvas em passas. Apesar de que ele só precisa dar uma fruta como bicurim, quanto mais ele acrescentar, maior será sua mitsvá. Bicurim são recebidos anualmente pelos cohanim entre Shavuot e Chanucá. 

As frutas devem ser trazidas ao Bet Hamicdash em algum recipiente, como uma cesta, e preferivelmente, uma espécie em cada recipiente. Se todas elas precisam ser colocadas no mesmo recipiente, deve-se proceder da seguinte forma: a cevada por baixo, por cima dela o trigo, acima dele as azeitonas, as tâmaras, as romãs, e finalmente os figos por cima de tudo. Entre cada camada de fruta deve haver uma divisória, como folhas, e a camada de cima é circundada por cachos de uvas.
 


Como os bicurim eram trazidos para Yerushalayim

As cidades de Êrets Yisrael eram agrupadas em distritos. Os habitantes de cada cidade de um mesmo distrito se reuniam em um lugar e viajavam juntos para Yerushalayim para trazer os seus bicurim. 

A mitsvá era engrandecida quando realizada por toda a congregação. Os viajantes descansavam à noite em céu aberto (evitando assim a possibilidade de ficarem impuros, pois alguém que estivesse numa casa que contivesse um cadáver, suas primícias se tornariam impuras e portanto inaptas para serem trazidas ao Bet Hamicdash). De manhã, o líder anunciava: "Levantem-se, e vamos a Tsiyon, à casa do nosso D’us!"

Um boi, que mais tarde seria oferecido como oferenda, ia à frente da procissão; seus chifres cobertos com ouro e uma grinalda de folhas de oliva enfeitava sua cabeça. Os viajantes recitavam (Salmos 122:1) "Eu ficava feliz quando me diziam: ‘Vamos à Casa de D’us.’" Flautistas proviam acompanhamento musical até que a procissão alcançasse Yerushalayim. Os viajantes paravam nos portões para arranjar e decorar seus bicurim, enquanto avisavam que eles haviam chegado à cidade. Eles eram recebidos por vários cohanim (sacerdotes), leviyim (levitas) e tesoureiros do Bet Hamicdash, que saíam para cumprimentá-los. Ao entrar na cidade os viajantes proclamavam (Salmos 122:2) "Nossos pés estavam em seus portões, Yerushalayim."

Os trabalhadores de Yerushalayim paravam seu trabalho, levantavam-se e cumprimentavam os recém-chegados: "Nossos irmãos de tal cidade, sejam bem vindos!" (Eles assim honravam os cumpridores da mitsvá. Para demonstrar nosso respeito àqueles que estão cumprindo uma mitsvá, nós costumamos nos levantar, como por exemplo quando um bebê é trazido para o Berit Milá.)

Os flautistas continuavam a tocar e os viajantes continuavam a recitar os versos dos Salmos até chegarem ao Monte do Templo. Aí todos, inclusive o próprio rei, colocavam suas cestas sobre os ombros e pessoalmente apresentavam-nas ao cohen. Quando a procissão entrava na Azará (o pátio do Bet Hamicdash) os leviyim cantavam: "Te louvarei, D’us, por ter me erguido e não ter deixado meus inimigos regozijarem-se em mim."(Salmos 30:2).

Os viajantes tinham anexado pombas aos lados de suas cestas e davam-nas para os cohanim, como oferenda. Com as cestas ainda em seus ombros, cada judeu recitava o verso (Deuteronômio 26:3): "Eu declaro hoje a D’us, nosso D’us, que eu vim à terra que D’us prometeu aos nossos antepassados que a daria para nós." Ele assim reconhecia que D’us manteve a Sua promessa para com os nossos antepassados, e que ele trouxe para o Bet Hamicdhash um presente de bicurim da sua porção de terra. Enquanto o proprietário segurava a alça da cesta, o cohen colocava suas mão sob esta, e juntos, eles erguiam a oferenda.
 


 
Lendo a declaração de bicurim

A fruta era colocada em frente ao altar (os bicurim eram colocados próximos do altar para simbolizar que eles não eram trazidos para o cohen, mas sim para D’us, Que os dava de presente aos cohanim). E o proprietário recitava em hebraico o capítulo referente aos bicurim (Deuteronômio 26: 5 -10).

Originalmente, aqueles que sabiam ler hebraico recitavam o texto sozinhos, e aqueles que não sabiam, um leitor realizava a mitsvá. Quando os sábios perceberam que os judeus não letrados abstinham-se de trazer bicurim ao Bet Hamicdash, pois tinham vergonha, eles instituíram que o texto fosse lido por um terceiro em qualquer caso. (Similarmente, em tempos passados a Torá era lida na sinagoga por aqueles que eram chamados para recitar a bênção. Já que algumas congregações não sabiam ler, foi instituído que a Torá deve ser lida por um expert, comum a todos.)

A Torá ordena ao proprietário dos bicurim para ler justamente esta porção da Torá porque ela descreve a bondade de D’us para com os judeus. O proprietário reconhece sua gratidão por tudo que D’us fez por ele. O texto relata os sofrimentos e as aflições do nosso povo, pois para apreciar as bênçãos deve ter em mente os infortúnios do passado. Isso é o que se lê, enquanto se segura os bicurim (versículos encontrados na nossa parashá – Deuteronômio 26:5):

"E ele (Yaacov) desceu ao Egito com pouca gente e lá tornou-se um povo poderoso e numeroso. E os egípcios nos maltrataram e nos afligiram e colocaram sobre nós trabalho duro. Nós gritamos para D’us, D’us dos nossos pais, e D’us ouviu nossa voz, e viu nossa miséria, nossa labuta e nossa aflição. E D’us nos tirou do Egito com mão forte e braço estendido e com grande temor, com sinais e maravilhas. E Ele nos trouxe para este lugar, e nos deu esta terra, a terra onde jorram o leite e o mel."

Já que eu reconheço que tudo o que possuo é graças à bondade de D’us:

"E agora, portanto, eu trouxe as primícias da terra que Tu, D’us, me deste."

Completada a leitura, os bicurim são erguidos uma segunda vez, o proprietário coloca-os ao lado do altar, prostra-se e deixa o Bet Hamicdash. Os bicurim eram distribuídos entre os cohanim que estavam em serviço no Templo Sagrado.

Aquele que oferecia os bicurim deveria trazer oferendas e passar a noite em Yerushalayim antes de retornar a sua casa. Esta mitsvá era chamada de liná, ou seja, pernoitar em Yerushalayim. Uma das razões para pernoitar lá é que D’us queria que aquele que oferecia os bicurim, depois de ter comparecido ao Bet Hamicdash, absorvesse plenamente a santidade de Yerushalayim antes de retornar a seu lar, para que a mitsvá tivesse um efeito duradouro sobre ele.

A mitsvá de bicurim, as primícias, é um exemplo impressionante dos esforços que os judeus fazem para embelezar as mitsvot. Somente um profundo amor para a mitsvá poderia converter o mandamento de "trazer os primeiros frutos ao Bet Hamicdash" em um glorioso procedimento – uma festiva procissão até Yerushalayim, o recital das escrituras acompanhado de música, e a apresentação de cestas de frutos cuidadosamente arranjadas e decoradas para os cohanim.
 


 
O midrash nos conta:

A voz celestial

Depois de o judeu ter cumprido a mitsvá de bicurim, uma voz celestial podia ser ouvida no Bet Hamicdash: "Que você tenha o mérito de trazer seus bicurim no próximo ano mais uma vez!"

Similarmente, nossos sábios nos contam que dois anjos acompanham o judeu da sinagoga para casa na noite de Shabat – um anjo misericordioso e um anjo negativo. Se as velas de Shabat estão acesas, a mesa posta, e a casa preparada para honrar o Shabat, o anjo bom clama: "Que seja a vontade de D’us que no próximo shabat seja a mesma coisa!" O anjo negativo vê-se obrigado a responder "Amen". Se, D’us nos livre, a casa não está preparada para o Shabat, o anjo negativo clama: "Espero que no Shabat que vem seja a mesma coisa!" E o anjo bom vê-se obrigado e responder "Amen". 

Sempre que um indivíduo cumpre uma mitsvá, ele cria um anjo que o ajuda a cumprir mais mitsvot.
 
 
 
Separação do Maasser e revisão da Torá

Os membros da tribo de Levi recebem alguns presentes de Benê Yisrael. Isso inclui terumá (doação) para o cohen e maasser (dízimo) para o levi. Todo judeu também deve separar o maasser sheni (o segundo dízimo), e comê-lo em Yerushalayim (Parashat Reê). Em alguns anos, deve-se dar também o maasser ani, o dízimo para os pobres, no lugar do maasser sheni.

Deve-se seguir algumas leis para cumprir a mitsvá adequadamente. Não se deve separar menos do que um décimo da colheita da primavera, achando que poderá separar uma parte extra da colheita do outono. Não se pode também comer o segundo dízimo quando se está enlutado por um parente morto que ainda não tenha sido enterrado. 

Quem é que verifica se o indivíduo separou a quantidade adequada de cada tipo de maasser? 

Ninguém. A Torá ordena que a cada três anos, todo indivíduo deve verificar a si próprio, se ele separou as quantidades certas de maasser do seu produto. Se perceber que não, ele deve separar o maasser naquela hora e dá-lo para um levi. 

Deve-se também separar terumá e chalá (uma parte da massa) para o cohen. Se não separou o segundo dízimo, ele deve fazê-lo naquele momento e trazê-lo para Yerushalayim. Assim também, se não tirou o dízimo dos pobres quando tinha de fazê-lo, deve dá-lo agora para os necessitados.

No último dia de Pêssach do quarto e do sétimo ano de cada ciclo de shemitá (ano sabático), o judeu deve proferir o vidui maasser (a confissão do dízimo), que atesta que ele cumpriu todas as leis de maasser. Isto o ajuda a ser cuidadoso ao separar os dízimos corretamente. Depois da confissão, pede-se a D’us que abençoe Benê Yisrael com chuva e produtos deliciosos:

"Eu cumpri meus deveres; agora Tu, D’us, cumpre a Tua parte: observe da residência da Tua santidade, dos Céus, e abençoe o Teu povo, Israel, e a terra que Tu nos deste assim como prometeste para os nossos pais, uma terra onde as frutas são gordas como o leite e doces como o mel."

Enquanto os judeus separassem os dízimos, as frutas teriam sabor e aroma deliciosos e seriam suculentas; quando eles parassem, estas bênçãos cessariam.

Por que esta declaração é chamada de "confissão", apesar de não mencionar nenhum pecado? 

Se Benê Yisrael não tivessem idolatrado o bezerro de ouro, o serviço Divino permaneceria como privilégio dos primogênitos, e todas as casas judias poderiam ser um templo sagrado. Somente por causa da recaída espiritual do povo tornou-se necessário retirar dízimos de casa para dá-los aos cohanim e leviyim. Por isso, nós confessamos.
 
Revisão da Torá

Moshê completou a revisão da Torá e o ensinamento das mitsvot. (O resto das parashiyot do livro de Devarim referem-se a fortificar a observância da Torá: escrever a Torá em pedras ao atravessar o rio Jordão; um novo pacto com Benê Yisrael; predições sobre o futuro; e admoestação para retornar a D’us em tempos de angústia.

Agora Moshê exortou Benê Yisrael: "Vocês receberam a Torá há quarenta anos no Monte Sinai, porém seus ensinamentos devem ser todo dia novos e frescos para vocês como se fosse o primeiro dia que vocês os ouviram. O objetivo do estudo da Torá é para saber a vontade de D’us e para cumpri-la de todo o coração (e não mecanicamente).

"Vocês proclamam diariamente a unicidade de D’us através do versículo ‘Shemá Yisrael – ouça Yisrael.’ "Em retorno, D’us declara que vocês também são únicos: ‘E quem é como o teu povo, Israel, uma nação na Terra’ (Shemuel II 7:23)!

"Ele lhes prometeu na outorga da Torá que vocês são Sua preciosa nação. Já que vocês estudam Sua Torá e são uma nação sagrada, vocês serão reconhecidos como supremos por todas as nações e elas os louvarão."

D’us e o povo de Israel são inseparáveis.
 
 
 
 
O memorial de pedras

D’us ordenou a Moshê: "Erga doze pedras enormes nas planícies de Moav. Escreva a Torá sobre elas." Moshê fez como D’us ordenou. As pedras serviam para lembrar a geração que entrou em Êrets Yisrael do cumprimento da Torá. Somente ao preservar a Torá eles preservariam a terra. D’us ordenou que mais dois grupos de pedras fossem erguidos pelo próximo líder, Yehoshua.

1. Yehoshua e Benê Yisrael atravessariam o rio Jordão para entrar na Terra de Yisrael. Yehoshua deveria colocar doze pedras no local onde Benê Yisrael atravessaria o rio.

2. Outras doze pedras deveriam ser removidas do rio Jordão e ser carregadas até o monte Eval. Esta é uma montanha no centro de Êrets Yisrael. Yehoshua e Benê Yisrael deveriam construir um altar com as pedras tiradas do rio Jordão para fazer oferendas para D’us. Depois de escrever a Torá nas pedras do altar, Benê Yisrael deveria pegá-las e levá-las novamente até a fronteira da terra de Canaan. Elas eram deixadas lá como um memorial.

Como as instruções de Moshê foram executadas na época de Yehoshua?

Uma história do livro de Yehoshua
 


 
A entrada miraculosa de Benê Yisrael para Êrets Yisrael

Moshê faleceu no deserto. Seu aluno Yehoshua levou Benê Yisrael até o rio Jordão, na fronteira de Êrets Yisrael. 

No dia 9 de Nissan, 2488, Yehoshua anunciou: "Preparem-se! Amanhã vocês atravessarão o Jordão de forma milagrosa!"

Era época da primavera. Após a estação chuvosa, o rio Jordão estava transbordante. No dia seguinte, Yehoshua comandou os oficiais: "Percorram o acampamento e clamem: ‘O Aron (arca sagrada que continha as tábuas da lei) irá na frente. Todos devem segui-lo, porém mantenham distância dele, em sinal de respeito.’"

Yehoshua escolheu quatro cohanim. "Em vez dos leviyim, vocês carregarão o aron hoje" – ele instruiu. "Vocês são mais santos que os leviyim. Hoje um milagre se realizará por intermédio do aron."

D’us orientou Yehoshua: "Diga aos cohanim que carregam o aron para entrarem no Jordão e ficarem parados dentro da água, às margens do rio."

Yehoshua reuniu Benê Yisrael e anunciou: "Um milagre acontecerá agora. Este irá confirmar que o D’us Vivo está entre vocês. Ele expulsará os canaanitas, os chitim, os chivim, os perizim, os guirgashim, os emorim e os yevussim.

"D’us secará o Jordão para vocês."

Os cohanim marcharam com o aron à frente do povo. Eles entraram no rio Jordão e ficaram parados nas suas margens. Imediatamente, o rio parou de correr. Ele amontoou-se em uma alta muralha de água. Agora havia uma região seca para Benê Yisrael atravessar. Os cohanim permaneceram de lado, parados dentro da água, próximos à margem leste do rio, até que todo o povo tivesse atravessado para a margem oeste do rio com segurança. Aí eles voltaram para a margem leste. A muralha de água começou a jorrar novamente para dentro do rio, que logo ficou cheio como antes do milagre. Os cohanim ficaram parados na margem leste do rio, enquanto todo o povo estava na margem oeste, dentro da terra de Canaan. 

Como os cohanim poderiam atravessar? 

Um outro milagre ocorreu: o aron elevou-se para o ar e carregou a si mesmo e aos cohanim em direção do povo! Os milagres encheram Benê Yisrael de um temor respeitoso. Eles exclamaram: "Vejam quão grande é Yehoshua! Ele merecia ser o líder depois de Moshê! Vamos obedecê-lo assim como obedecemos ao seu mestre!"

Yehoshua fez como Moshê ordenou na Torá, colocando doze pedras no rio Jordão, no local onde o povo judeu atravessou. Estas pedras lembrariam às futuras gerações do milagre lá ocorrido.

Yehoshua continuou a cumprir os mandamentos de Moshê , dizendo para um homem de cada tribo pegar uma pedra do Jordão. Eles carregaram estas pedras enormes até o monte Eval. Usando essas pedras, construíram lá um altar, fizeram oferendas e depois escreveram sobre aquelas pedras a Torá. No monte Eval e na montanha próxima dele, leram as bênçãos e as maldições. Então desmontaram o altar e carregaram as pedras de volta para a fronteira de Êrets Yisrael, onde as colocaram como um memorial para as gerações futuras. Todo judeu que entrasse em Êrets Yisrael veria estas doze pedras nas quais foi escrita a Torá. Se perguntasse: "Para que servem estas pedras?" Lhe seria dito: "Elas mostram que D’us dá a terra aos judeus sob a condição de preservarem a Torá e as mitsvot."
 
 
 
Bênçãos e maldições 

Há duas montanhas em Êrets Yisrael na vizinhança de Shechem – monte Guerizim e monte Eval. Moshe ordenou que no dia que os judeus entrassem em Êrets Yisrael, sob liderança do seu sucessor, eles deveriam viajar diretamente àquele lugar, para pronunciar as bênçãos e as maldições de D’us da seguinte maneira:

Seis tribos deveriam subir o monte Guerizim: Shim’on, Levi, Yehuda, Yissachar, Yossef e Binyamin. Mais seis no monte Eval: Reuven, Gad, Asher, Zevulun, Dan e Naftali.

O aron Hacodesh (Arca Sagrada), os cohanim e os mais velhos dentre os leviyim deveriam ficar no vale entre as duas montanhas, os cohanim formando um círculo interno em volta do aron e os leviyim formando um círculo externo em volta dos cohanim. Virando seus rostos em direção ao monte Guerizim, os mais velhos entre os leviyim proclamavam a primeira bênção para que as tribos das duas montanhas pudessem ouvir: "Abençoado é o homem que não faz uma imagem esculpida ou fundida." As tribos das duas montanhas deveriam responder: "Amen – que assim seja." Então os mais velhos dentre os leviyim viravam-se para o monte Eval e pronunciavam a primeira maldição: "Amaldiçoado é o homem que faz uma imagem esculpida ou fundida." As tribos das duas montanhas deveriam responder: "Amen – que assim seja."

Os leviyim deveriam continuar a pronunciar alternadamente uma bênção e uma maldição. (Apesar de que a Torá escrita somente declara as maldições, cada maldição era antes formulada positivamente, como uma bênção). 

Por que D’us ordenou que os judeus escutassem a bênçãos e maldições no dia que entrassem na Terra Santa?

Este seria um novo pacto, uma nova aceitação da Torá na própria Terra Santa. As duas montanhas serviriam como testemunhas eternas que lembrariam os judeus de sua promessa de cuidar da Torá em Êrets Yisrael.

Os leviyim deveriam amaldiçoar aquele que cometesse um dos onze pecados apontados (e abençoar aqueles que se abstivessem deles). Estes pecados são geralmente cometidos em segredo, portanto não podem ser punidos por uma corte de justiça. 

Eles são:

* Abençoado seja o homem que não molda secretamente uma imagem de idolatria! Amaldiçoado seja aquele que o faz!

* Abençoado seja o homem que não despreza seu pai e sua mãe! Amaldiçoado seja aquele que despreza seu pai e sua mãe [um pecado cometido freqüentemente em segredo]!

* Abençoado seja o homem que não move a demarcação de fronteira do seu vizinho [secretamente, para roubar sua terra]! Amaldiçoado seja aquele que o faz!

* Abençoado seja o homem que não induz o cego a errar no seu caminho (que não dá conselhos errôneos para um indivíduo ignorante)! Amaldiçoado seja aquele que o faz!

* Abençoado seja o homem que não perverte o julgamento de um guer (convertido), de um órfão e de uma viúva! Amaldiçoado seja aquele que o faz!

* Abençoado seja o homem que não deita (secretamente) com a mulher do seu pai! Amaldiçoado seja aquele que o faz!

* Abençoado seja o homem que não deita (secretamente) com um animal! Amaldiçoado seja aquele que o faz!

* Abençoado seja o homem que não deita (secretamente) com a sua irmã! Amaldiçoado seja aquele que o faz!

* Abençoado seja o homem que não deita (secretamente) com a sua sogra! Amaldiçoado seja aquele que o faz!

* Abençoado seja o homem que não atinge seu próximo secretamente [falando mal dele]! Amaldiçoado seja aquele que o faz!

* Abençoado seja o homem que não pega suborno [ou qualquer outro ganho financeiro] para matar um inocente! Amaldiçoado seja aquele que o faz!

* Abençoado seja o homem que cumpre todas as palavras da Torá! Amaldiçoado seja aquele que não o faz!

A última bênção e maldição é abrangente. Moshê abençoou a pessoa que aceita a Torá sobre si e amaldiçoou aquele que não o faz. O povo deveria responder "amen" depois de cada bênção ou maldição. 
O livro de Yehoshua relata que no dia em que entraram em Êrets Yisrael, os judeus viajaram até os montes Guerizim e Eval e pronunciaram as bênçãos e as maldições assim como a Torá ordenou. 
Depois disso, Moshê continuou a pronunciar bênçãos pelo cumprimento da Torá e reprovações pela sua transgressão. 
 
 
Bênçãos e advertências

Na Parashá de Bechucotai, no livro de Vayikrá, D’us prometeu bênçãos para Benê Yisrael por cumprirem a Torá e punições – D’us nos livre – por deixá-la.

Moshê estava muito preocupado. Ele temia que depois de sua morte o povo judia trangredisse a Torá! Por isso, pediu a D’us: "Posso dar aos judeus mais bênçãos e advertências?" D’us concordou com o pedido de Moshê. Quando Moshê expressou estas bênçãos e advertências adicionais, o Ruach Hakodesh (Espírito de Profecia) pairou sobre ele. A maioria das punições que ele predisse ocorreram na época da destruição do segundo Bet Hamicdash.

Assim como explicado anteriormente, as bênçãos não são a recompensa final pelo cumprimento da Torá, assim como as maldições não são a punição final pela violação desta. Um pagamento completo pelas mitsvot será dado somente no Mundo Vindouro. Até certo ponto, se o povo judeu cumpre a Torá plenamente, D’us o livra de preocupações materiais e o abençoa com abundância para lhes dar a oportunidade de cumprir mais mitsvot. Por outro lado, se negligenciam a Torá e as mitsvot, D’us os pune com sofrimentos, que limitam suas oportunidades de cumprir mitsvot.

As bênçãos e as maldições, então, indicam para o povo judeu se eles estão ou não seguindo o caminho correto. Se forem afligidos por uma ou mais maldições, eles devem reconhecer que o seu comportamento possuí falhas e devem reparar seus caminhos.
 
 
 
 
Sucesso 

D’us nos promete sucesso em nossos negócios na cidade (pelo mérito das mitsvot que nós cumprimos como moradores urbanos – mitsvot como viver em uma sucá em sucot, afixar mezuzot em nossas portas, e cercar nossos terraços e tetos). Igualmente, nossos campos serão abençoados (pelo mérito do cumprimento das mitsvot associadas à agricultura – dando parte da colheita para os levitas e necessitados).

Ele abençoará nossas crianças, nossa produção e nossos animais.

"Abençoado serás em sua chegada, abençoado serás em sua saída!" Serás abençoado ao entrar na casa de estudos e ao sair para os teus negócios. (D’us promete abençoar o judeu que faz da sua "chegada à casa de estudos" i.e., o estudo da Torá, como o principal objetivo de sua vida.)
 
 
 
Fuga dos inimigos, safras abundantes e respeito das nações

A Torá promete que os inimigos que vêm com a intenção de nos atacar fugirão em diferentes direções.
Nossos armazéns estarão repletos com uma abundância de grãos, vinho e óleo, como diz o versículo:
"D’us ordenará a bênção para você em seus armazéns e em todos os seus empreendimentos."

Certa vez um indivíduo pediu uma bênção do sexto Rebe de Lubavitch, Rabi Yossef Yitschac Schneerson, e recebeu-a. Alguns anos depois, quando o seu genro, o Rabi Menachem Mendl Schneerson, sucedeu-o na liderança de Chabad-Lubavitch, o indivíduo lhe expressou seu desapontamento pela não-realização da berachá dada pelo seu sogro. O Rebe lhe respondeu que a bênção é como a chuva. A chuva só tem valor quando o fazendeiro ara o campo, cultiva o solo e o semeia. Então, se D’us rega o solo com chuva, ele pode antecipar uma boa colheita. Porém, o fazendeiro que negligencia sua terra e somente reza pela chuva é ridículo pois nada crescerá lá sem o esforço requisitado e merecido.

A palavra "itchá"– "para você", no versículo acima, pode ser traduzida como "junto com você". A Torá está nos ensinando que D’us ordenará Sua bênção "em seus armazéns e em todos os seus empreendimentos" sabendo que tem o "itchá"– a sua participação e esforço sincero.

 
 
Nós seremos o povo sagrado de D’us, respeitados por todas as nações

"D’us os estabelecerá como Seu povo santo, e vocês deverão seguir os caminhos que são corretos perante Ele. Todas as nações deverão perceber que vocês são chamados pelo nome de D’us quando eles vêem vocês usando seus tefilin, e eles os temerão."

Nossos sábios explicam:

Os Tefilin são como uma coroa

Os tefilin na cabeça são uma coroa especial de D’us. Quando um tsadic coloca os tefilin, os não copromissados com a torah o temem pois ele está carregando o nome de D’us.

Lemos na história de Purim que Mordechai tornou-se um ministro do rei. Deram-lhe cinco peças de roupa reais para vestir, e uma coroa para colocar em sua cabeça. Sobre a coroa, Mordechai colocou os tefilin. Quando os gentios viram os tefilin, tsentiram um temor e respeito intensos por Mordechai, dizendo um para o outro: "Ele está usando o símbolo de D’us!"

Nossos sábios nos contam sobre Rav Abin, que certa vez foi convocado para comparecer perante o imperador. Ao final da audiência, Rav Abin deveria ter andado para trás, para não dar as suas costas para o imperador, como era o costume naquele país. Em vez disso, Rav Abin virou-se e simplesmente foi andando. Ele não percebeu ter cometido um crime imperdoável.

O imperador estava para ordenar a execução do Rav Abin, quando de repente, viu duas faixas de fogo saindo dos tefilin dele. "D’us está com este homem!" – pensou o imperador, com um tremor. Ele nem pensou em prendê-lo. 

O seguinte versículo havia se realizado com o Rav Abin: "As nações perceberão que vocês carregam o nome de D’us (nos tefilin), e elas os temerão."

D’us outorgará bênçãos extraordinárias sobre as suas crianças, animais e produção. Ele abrirá os Portões Celestiais de abundância e os regará com extraordinária bondade. Vocês serão capazes de emprestar dinheiro para os gentios, e não precisarão tomar nada emprestado. Vocês serão altamente estimados pelas nações e não desprezados. 

As acima citadas são dadas sob condição de estrita aderência às mitsvot de D’us, para que as estude e as cumpra. Alguns dos versículos acima mencionados fazem parte da oração semanal "Veyiten Lechá" recitada todo sábado à noite após a Havdalá.
 
 
 
A repreensão Divina

Quando Moshê começou a citar as palavras de repreensão, a Terra foi sacudida, os Céus tremeram, o Sol e a Lua escureceram, as estrelas perderam o seu brilho, os patriarcas choraram em seus túmulos, as criaturas silenciaram, e os galhos das árvores não mais oscilavam.

Os patriarcas protestaram: "Como nossos filhos serão capazes de agüentar estas punições? Talvez eles perecerão, pois não terão méritos suficientes para protegê-los e ninguém rezará por eles!"

Uma voz Celestial soou das Alturas: "Não temam, patriarcas dos judeus. O juramento que Eu fiz para vocês não será violado, e Eu os protegerei".

Moshê explicou: "As maldições de D’us só terão efeito se vocês não cumprirem Suas mitsvot (é sua escolha de evitar que elas se tornem realidade)."

– A maldição pairará sobre os negócios, sobre a produção, sobre os filhos e os animais.

– Confusão e doença

– Seca e derrota

– Pavor de doenças de pele e confusão mental, falta de conselhos

A Torá prediz que se as pessoas comoromissadas com a torah deixarem a Torá, eles serão como "cegos no escuro". Além de se sentirem (espiritualmente) perdidos e confusos, eles sentirão falta de alguém que poderia ajudá-los e guiá-los.

– Fracasso e frustração

– Exílio: Se as desgraças que ocorrerem na sua própria terra não os direcionarem de volta para D’us, vocês serão por fim exilados. 

– Desolação da terra e degradação daqueles que continuam em Êrets Yisrael.

Moshê então explicou que D’us pune medida por medida: 

"Já que vocês não serviram D’us, seu D’us, com alegria e com júbilo do coração ao aproveitar o grande número das Suas bênçãos, vocês devem, portanto, servir seus inimigos, os quais D’us mandará contra vocês, com fome, sede, nus e com incontáveis necessidades."

* Se vocês não quiserem servir a D’us, vocês terão que servir as pessoas descompromissada com a Torah.

* Se vocês não quiserem contribuir para o Bet Hamicdash, terão que pagar tributos para o governo dos inimigos.

* Se vocês não repararem as estradas para aqueles que viajam para o Bet Hamicdash, vocês terão que reparar as estradas para os reis.

* Se vocês não servirem a D’us com alegria em tempos de prosperidade, vocês terão que servi-Lo com fome e necessidades.

– Um povo de um país distante sitiará Yerushalayim, e virão a fome e o sofrimento como resultado

– O destino dos exilados se eles não cumprirem a Torá
Que aqueles que estiverem exilados não acreditem que com a expulsão da terra, D’us os livrou da obrigação de cumprir a Torá!

– Dispersão global, medo do futuro, retorno ao Egito.
 
 
 
 
Mashiach e o entendimento da Torá

Quando os judeus ouviram a repreensão, eles ficaram apavorados. Moshê então reuniu-os todos – homens, mulheres e crianças – e explicou-lhes que D’us destinou aquelas advertências para o seu benefício. Seu sofrimento preveniria sua assimilação entre os povos e lhes garantiria uma porção no Mundo V indouro com a vinda de Mashiach.

Somente recentemente nossa fé na Providência ficou tão chocada que o sofrimento nos faz questionar a justiça de D’us. Em parte, isso é graças à sociedade hedonista não judaica que proclama a boa vida neste mundo como objetivo final.

Nossos ancestrais viveram, sofreram e morreram com o ensinamento judaico enraizado profundamente de que a vida neste mundo é passageira, somente um preparativo para a vida futura e eterna. O que pode ser considerado um "infortúnio" no mundo presente pode provar ser uma fonte de felicidade no que está por vir.
 


 
O midrash nos conta:

Quando Rabi Shim’on Bar Yochai e seu filho El’azar estavam escondidos em uma caverna por medo do governo Romano, os sábios em Êrets Yisrael estavam estudando esta parashá.

Certa vez R. Yosse bar R. Yehuda avistou um grupo de pombas. Uma pomba solitária estava perambulando entre elas.

"Pomba, pomba", ele suplicou, "você é um mensageiro fiel desde os tempos de Noach e você simboliza o povo judeu. Voe para Rabi Shim’on Bar Yochai". 

R. Yosse queria saber a explicação das radmoestações. Ele colocou a pergunta escrita no bico da pomba e ela a levou para Rabi Shim’on. Ao ler a mensagem, este começou a chorar e comentou: "Quão baixo nossa geração afundou, que nós não sabem nem explicar ou entender corretamente a mensagem da Torá."

O profeta Eliyahu revelou-se para acalmar Rabi Shim’on e dar-lhe uma resposta.

"Esta parashá foi estudada na Yeshivá Celestial", Eliyahu revelou. "Neste caso, D’us é mais como um pai que, preocupado com a má conduta do seu filho, repreende-o profusamente por compaixão e piedade. Na verdade, cada faceta da repreensão vem do amor de D’us para o povo compromissado com a Torah; todas têm o intento de ajudar a guiá-los em direção ao caminho apropriado. Muitas das admoestações são repetitivas porque D’us previu a longa duração do nosso presente exílio e queria urgentemente advertir as pessoas para fazerem teshuvá. Mesmo a mais severa das maldições, ‘Toda doença e praga que não estão escritas neste livro da Torá D’us trará sobre vocês’, é expressa ambiguamente. ‘Ele trará sobre você’ (ya’lem alecha) pode significar também ‘Ele omitirá de você’ (do radical leha’alim – omitir) – em outras palavras, Ele não as trará sobre vocês. A repreensão deve ser lida com uma apreciação do profundo desejo Divino de que as pessoas não abandonem a Torá, e que aqueles que o fizeram, retornem a Ele."

Eliyahu revelou mais um segredo para o Rabi Shim’on Bar Yochai: "O versículo ‘E D’us os retornará para o Egito em navios’ é uma bênção disfarçada. Isso é uma dica que no futuro D’us realizará milagres similares àqueles ocorridos após o Êxodo. As nações virão em navios e tentarão destruir os compromissaados com a torah, porém em vez disso estes navios serão afundados.

Quando a pomba retornou à noite com a mensagem do Rabi Shim’on Bar Yochai para o Rabi Yosse, este último exclamou maravilhado: "Pomba, pomba, você é a mais fiel das criaturas!"

Ele mostrou a mensagem do Rabi Shim’on para os sábios e declarou: "Mesmo que nós não sabemos o paradeiro de Rabi Shim’on, onde quer que ele esteja, a Torá com certeza lá está. Afortunada é a sua porção!"

 
 
Uma história:

Quando o Rabi Shneur Zalman de Liadi (o primeiro Rebe de Chabad) vivia em Liozna, ele era o ba’al korê – leitor da porção semanal – no shabat. Certa vez, ele estava fora na semana de parashát Ki Tavô, e outra pessoa a leu em seu lugar. Seu filho, Rabi Dov Ber (que mais tarde o sucedeu como líder de Chabad), ainda não era Bar Mitsvá e desmaiou quando as maldições foram lidas, e ficou muito doente. Tanto, que era questionável se ele poderia jejuar no Yom Kipur. Depois de ser reavivado, foi-lhe perguntado por que ele foi mais afetado agora do que em anos anteriores? Ao que ele respondeu: 
"Quando meu pai lê a Torá, ninguém ouve nenhuma maldição."

Para o Rabi Sheneur Zalman, a maldições não eram o desejo final de D’us. Ao contrário, D’us ama seu povo e quer regá-los com bênçãos. Estas maldições são somente superficiais, e ocultas dentro delas há bênçãos que o povo compromissados coma Torá eventualmente merecerá. 

Um exemplo de bênçãos ocultas pode ser achado no seguinte passuk: "Shorechá tavuach le’enêcha velô tochal mimênu, chamorechá gazul milefanêcha velô yashuv lach, tsonechá netunot leoyevêcha veên lechá moshía." – "Seus bois serão abatidos perante os seus olhos e não comerás dele, seu burro será roubado de ti e não retornará, seu rebanho será dado aos seus inimigos e não terás nenhum salvador." (28:31).

Quando este passuk é lido de trás para frente, ele está cheio de bênçãos:

"Moshía lechá ve’ên leoyevêcha"– "Ele ajudará a vocês e não aos seus inimigos"– "yashuv lach tsonechá netunot" – "o seu rebanho que foi dado para outros retornará para você"– "velô milefanêcha gazul Chamorêcha" – "Teu burro não será roubado de ti" – "mimênu tochal velô le’enêcha tavuach shorêcha"– "Você comerá dele e seu boi não será abatido perante os teus olhos".

   44>>Não se deve raptar, roubar e furtar os limites da terra, com nossos débitos, nem enganar com conversas e negócios o prosélito.

 

45>>Não entregue, engane, negocie, em vender ou permiir que venda, ou afligir um escravo cativo ou pessoa com divídas entregue a você, Nem o coloque em um serviços degradante.

 

46>>Não planeje, cobiçe um trabalhador alugado, nem ignore em deixar, no engano uma pessoa, com pesos e medidas, para que o juiz não cometa, aceite ou favoreça um litigantes.

 
 


 

Fonte:

Talmud
            Midrash
            Pirke avot
            Torah
            Sefer haMitzvot
            Bíblia