Ki Tetze’, כי תצא

01/09/2014 10:58

Aspectos da 49ª

O texto desta Parashá é:

Ki Tetze’, כי תצא  -( Deut.21:10-25:19)>>Sigf.Dar Atenção a beleza fisíca

 

 

 

O texto da Haftará é:

 

Salmo 32

Ki Tetze’, כי תצא

Esta parashá é uma descrição de diversos mandamentos sobre tópicos diversos como sobre mulheres capturadas por Yisrael em batalhas, leis referentes a herança, sobre rebeldia filial, shatnez , difamação de uma mulher casada , a proibição de diversos tipos de casamento, a responsabilidade da fidelidade no pagamento aos empregados, assim como a consideração pelos órfãos e as viúvas.


 

Leitura da Torá: Ki Tetze’, כי תצא  

 
    Ki Tetsê (Devarim 21:10 - 25:19) começa discutindo o caso de uma mulher quando capturada por um soldado hebreu durante uma batalha. Pelo resto da Porção, a Torá continua com uma lista de várias mitsvot cobrindo vasta gama de tópicos. Relata então os direitos especiais de herança do primogênito, o caso do filho teimoso, a importância de respeitar-se a propriedade de outras pessoas, a obrigação de enxotar a ave mãe do ninho antes de pegar seus filhotes, e que não se deve vestir shatnez, mescla de lã e linho na mesma peça de roupa. 

O caso da difamação da mulher casada é então discutido, seguido pela proibição de adultério e outros casamentos proibidos, bem como a ordem de manter o acampamento do exército como local santificado. Após mencionar brevemente o divórcio e o requerimento de um guet (carta de divórcio), a Torá discute o sequestro, a mitsvá de pagar os trabalhadores no tempo apropriado, e o conceito da responsabilidade do indivíduo por suas próprias ações. 

A Torá descreve então a consideração especial que deve ser dada a um órfão e a uma viúva, o casamento levirato e a mitsvá de ser honesto nos negócios. Esta Porção da Torá conclui com uma exortação para recordar as atrocidades que a nação de Amalek cometeu contra nós após o Êxodo.
 

 
Prisioneiro de guerra
por Yoel Spotts

    À primeira vista, a seção registrada no início da porção desta semana da Torá a respeito de eshet y'fat to'ar parece inteiramente fora de caráter com a mensagem geral da Torá. Durante todos os cinco livros de Moshê lemos sobre as leis enfatizando a restrição e auto-disciplina, responsabilidade e controle. Mesmo assim, na porção desta semana da Torá descobrimos o caso de eshet y'fat to'ar, quando um soldado, em tempo de guerra, tem permissão de abandonar aqueles ideais elevados e render-se a seus desejos. 

    Que mensagem a Torá está tentando transmitir, quando aparentemente permite que soldados hebreu apoderem-se de mulheres cativas à vontade, sem dar importância alguma ao auto-controle?
Entretanto, antes que façamos um julgamento apressado, devemos primeiro examinar mais cuidadosamente os versículos que relacionam a atitude prescrita, pois o consentimento da Torá a esse encontro com uma mulher prisioneira não representa nem metade da história. 

    Em Devarim 21:12, aprendemos que logo após seu encontro inicial, a mulher deve raspar sua cabeça e deixar crescer as unhas, certamente uma visão nada atraente. O versículo 13 explica ainda que ela deve chorar incessantemente por seus pais mortos, durante trinta dias, tudo isso à vista de seu captor. Apenas após este mês de luto eles poderão iniciar um relacionamento normal como marido e mulher. Certamente após esta exibição, quase qualquer homem se tornaria rapidamente desinteressado pela mulher que, apenas pouco tempo atrás, tanto estimulara seu interesse. 

    Na verdade a Torá, esperando tal reação, prescreve a ação correta que fará com que o homem não mais deseje esta mulher como esposa. Obviamente, a aparente sanção da Torá a tal comportamento não é bem precisa; claramente, existe aqui uma mensagem mais profunda. Consideremos por um momento a provação do soldado em tempo de guerra. Afastado da esposa e da família por meses intermináveis, está sujeito às duras condições do brutal confronto. Se isso não fosse suficiente, deve ainda suportar as tentações da mulher não-judia que passou a desfilar em frente aos soldados da forma mais sedutora possível, a fim de distrair sua atenção da batalha. (De fato, por este motivo a Torá exige que a mulher "raptada" troque suas roupas de guerra antes de entrar na casa do soldado.) O soldado judeu nesta situação poderá ver-se incapaz de controlar suas emoções, e conseqüentemente ficar seduzido pelas armadilhas desta mulher. 

    O que deve acontecer com este soldado – ser condenado à danação eterna pelo seu crime? O Monoteísmo diz que não. D'us criou o homem como um ser físico num mundo físico, com desejos físicos. É claro que a missão do homem nesta terra é superar sua má inclinação, que o leva a agir segundo estes desejos. Entretanto, não se pode esperar que a pessoa domine suas emoções do dia para a noite. É uma batalha para a vida toda. Dessa maneira, a Torá aceita que a pessoa possa ver-se incapaz de resistir aos apelos do pecado. Apesar disso, não deve permitir-se permanecer neste estado de depravação. Embora tenha falhado desta vez, deve tomar as precauções para ter sucesso na próxima. Dessa maneira, o soldado deve raspar a cabeça da mulher, permitir que suas unhas cresçam, abster-se de ter relações com ela, fazer tudo para tornar a mulher desprezível. Afortunadamente, quando trinta dias se passarem, seu desejo pela mulher também terá passado.

Embora muitos de nós jamais tenhamos nos defrontado com estas mesmas circunstâncias que o soldado hebreu descrito na porção desta semana da Torá, mesmo assim temos que suportar nossa própria cota de tentações. Não se espera que a pessoa consiga derrotar seus desejos todas as vezes. O Rei Salomão declarou isso há muito tempo, quando disse: "Não existe homem que seja tão correto na terra que sempre faça o bem e jamais peque" (Cohêlet 7:20). 

Todos em alguma ocasião sucumbem por seus desejos. A verdadeira questão é: O que acontece depois? A pessoa se renderá às suas fraquezas, resignando-se à noção de que o homem não tem esperança em sua guerra contra a má inclinação e que tudo está perdido? Ou se reerguerá com nova determinação, acreditando que embora possa ter perdido a batalha, ainda pode vencer a guerra?


Aprenderá realmente com seus erros, e tomará as devidas precauções para assegurar futuras vitórias? 

A maneira pela qual alguém responde estas perguntas determina se ele se permitirá ser refém de suas emoções, ou se será capaz de libertar-se das amarras da má inclinação. Com o mandamento de eshet y'fat to'ar, a Torá nos forneceu uma receita para tratar eficazmente a síndrome de pós-pecado. 

Agora cabe a nós tomar corretamente o remédio.
 
 

Desposar uma mulher cativa

Moshê continuou a ensinar as mitsvot que se aplicam à época em que o povo  vive em Erets Yisrael. Nestas, incluem-se mandamentos a respeito da agro-pecuária e cuidado com animais; sobre vestuário, vida familiar e comportamento comunitário.

Moshê também repetiu algumas mitsvot que não eram novas, a fim de explicá-las mais ampla e profundamente. Por exemplo: um judeu não pode vestir shatnez (uma mistura de lã e linho); deve atar tsitsit a uma vestimenta de quatro cantos; e não se pode utilizar pesos e medidas adulterados. Explicaremos agora algumas das novas mitsvot.

Yefat Toar 

Durante uma guerra, o exército hebreu às vezes captura inimigos e os mantém como reféns. O que acontece se um soldado hebreu vê uma mulher cativa e deseja casar-se com ela?

D’us disse: "Se Eu proibir os judeus de se casarem com não judias cativas, alguns soldados podem não conseguir derrotar seu yetzer hará (mau instinto).Eles pecarão, de qualquer maneira. Portanto, permitirei isto; contudo, eles devem observar leis especiais, bastante difíceis. Assim, talvez o soldado mude de idéia."

Que leis são estas? As leis de yefat toar aplicam-se apenas sob a liderança de um rei judeu; atualmente, elas não se aplicam:

1. Quando o soldado judeu levar a yefat toar, a cativa de guerra, à sua casa, ela deve raspar todo o seu cabelo.

Por que D’us ordenou isto? Talvez o soldado tenha se sentido atraído pela sua beleza. Ao raspar seu lindo cabelo, ele poderia não desejá-la mais.

2. Ela deve deixar suas unhas crescerem, para que tenham uma aparência horrível.
3. Ela deve despir-se de suas belas vestimentas.

O soldado agora olharia para ela e se perguntaria: "Como pude sequer pensar em casar-me com ela, em vez de com uma mulher comprometida com a Torah? Ela não é tão bela quanto pensei. Estava errado em querê-la! Ele talvez a deixe ir, agora. 

Contudo, se ainda a quiser como esposa, ela permanece em sua casa por um mês. Ela deve se preparar para ser uma guiyoret (convertida). Somente após a conversão um judeu poderia casar-se com ela.

Durante esse mês, ela deveria prantear seus pais, os quais estava deixando. O soldado a veria chorando e infeliz. Isto poderia fazê-lo pensar: "Será que eu realmente preciso de uma mulher assim? Afinal de contas, talvez seja melhor não me casar com ela!"

Se ele ainda a quisesse, e ela concordasse em tornar-se judia, o Bêt Din (tribunal) a tornaria guiyoret após um mês. Ela deveria observar todas as mitsvot, e ser tratada como qualquer mulher judia ou compromissada com a Torah

No passado, era permitido a um homem ter mais de uma esposa. Se esse soldado já tivesse uma esposa judia, a cativa tornava-se sua segunda esposa. A Torá, através de uma alusão, adverte que ele provavelmente odiará a yefat toar, a cativa de guerra. 
Como sabemos disto? 

Porque o próximo assunto do qual a Torá fala é sobre um marido que tem duas esposas e odeia uma delas. Quando o soldado viu a yefat toar pela primeira vez, ficou cego por sua beleza. Não levou em conta se ela seria ou não uma esposa adequada para si. Uma vez casado, começou a pensar: "Como pude querer essa moça? Ela não é tão fina, delicada e educada como uma esposa compromissada com a Torah deve ser!" Ele se lamentaria e se arrependeria de ter se casado com ela, até que, finalmente, começaria a odiá-la.

Se isso acontecesse, ele poderia pensar: "Farei dela uma escrava! Ou talvez a venda como escrava!" Mas a Torá o proíbe de agir assim: "Você a tomou por esposa, agora, deve tratá-la bem!"

 
 

Vestimentas apropriadas

Um homem compromissado com a torah, não pode vestir trajes ou jóias normalmente utilizados por mulheres, e uma mulher não pode usar roupas masculinas.

"Lo yihyê kli guever al ishá, velo yilbash guever simlat ishá"; "Não haverá traje de homem na mulher, e não usará o homem vestimenta de mulher." ( Ki Tetzê, 22:5)

A Torá quer que respeitemos e preservemos a distinção que D’us criou entre os sexos. A proibição impede um homem de vestir-se como mulher a fim de misturar-se com mulheres, e vice-versa, evitando, assim, imoralidade e promiscuidade, abominadas por D’us. 

De acordo com o Midrash, armas são consideradas artigos masculinos; portanto, mulheres são proibidas de carregá-las.(Mesmo sem carregarem armas, a Torá proíbe a presença de mulheres no exército, uma vez que esta mistura leva à devassidão. Nota: Em Israel há jovens religiosas que servem o país desempenhando outras funções, que valem como serviço militar e que não ingringem a Torá.)

No entanto a mulher,  pode aprender lutas para defesa pessoal.

Afastar o pássaro-mãe de seu ninho


    Se uma pessoa compromissada com a Torah quiser pegar os ovos ou os filhotes de um ninho, ele deve, antes, afugentar o pássaro-mãe. Se a ave retornar, ele precisa afugentá-la novamente. Não é permitido pegar os ovos ou os filhotes do ninho enquanto a mãe ainda estiver perto. Esta mitsvá se aplica apenas às aves selvagens casher. Se alguém cria patos ou galinhas em seu quintal, pode pegar os ovos.

A Torá não nos diz porque temos de afugentar a mãe do ninho. Uma explicação é que D’us não quer que destruamos uma família inteira de pássaros de uma vez. Do mesmo modo, Ele proibiu-nos de abater a mãe de um animal e suas crias no mesmo dia. Estas mitsvot nos ensinam a sermos misericordiosos. 

Outra explicação é que a mãe-pássaro fica muito triste ao ser separada de seu ninho. Ela chora de sofrimento, despertando, assim, a misericórdia de D’us. Por conseguinte, D’us é misericordioso com todos os que por Ele clamam.

Contudo, não precisamos de uma explicação para cumprirmos uma mitsvá. Ao realizar uma mitsvá, devemos pensar: "Fazemos a mitsvá porque D’us a ordena!"

Qual a recompensa da mitsvá de de afugentar a mãe do ninho? A Torá promete: "Será bom para ti. Terás uma vida longa."

Que outra mitsvá da Torá promete vida longa? A mitsvá de honrar os pais. 

É muito mais difícil cumprir a mitsvá de honrar os pais que a de afugentar a mãe do ninho. A mitsvá de kibud av vaem (honrar pai e mãe) demanda muito mais tempo e dedicação! 
Afugentar a mãe do ninho, em comparação, é bem mais simples. Não constitui grande esforço, e leva só alguns instantes.

Como a Torá pode prometer a mesma recompensa tanto para uma mitsvá difícil como para uma fácil? 

O seguinte mashal, parábola, nos ajudará a compreender.

O jardim do rei

Um rei possuía um lindo jardim, com diversas espécies de árvores, como laranjeiras, macieiras e pereiras. No jardim também cresciam plantas raras, e verduras fresquinhas. O rei contratou jardineiros para cuidarem do jardim. Cada jardineiro era responsável por uma planta.

Ao término de um mês, o rei mandou que todos os jardineiros se apresentassem, pois ele iria lhes pagar. O rei perguntou ao primeiro jardineiro: "De que planta você cuidou?" 
"Da pimenteira," respondeu o operário.

"Por isso, você receberá uma moeda de ouro," disse-lhe o rei. Satisfeito, o trabalhador recebeu seu salário e saiu.

"Você cuidou de que planta?" perguntou o rei ao próximo trabalhador. 

"Cuidei das esplêndidas flores brancas," replicou o jardineiro.

"Por isso, você receberá meia moeda de ouro," disse o rei. 

Ao questionar o terceiro jardineiro, este respondeu que cultivara a oliveira. 

"A oliveira me é muito cara," disse o rei. "Você receberá duzentas moedas."

E desse modo, o rei pagou todos os jardineiros. Alguns receberam altos salários, outros bem menos. Não demorou muito para que os jardineiros começassem a discutir e brigar entre si.

"Sua Majestade," reclamaram, "porque não nos disse o salário para cada planta antes que começássemos a trabalhar? Assim, poderíamos ter escolhido com quais plantas trabalharíamos!"

"É exatamente por isso que não lhes revelei seu salário de antemão," sorriu o rei. "Preciso de todas as plantas deste jardim. Se eu tivesse lhes dito que o pagamento para determinadas plantas é menor, ninguém se daria ao trabalho de cultivá-las."

A lição da parábola

D’us quer que cumpramos tantas mitsvot quantas forem possível. Se Ele nos tivesse dito de antemão a recompensa para cada mitsvá, as pessoas se dedicariam mais para cumprir as mitsvot de maior relevância, e negligenciariam as de menor recompensa. Para nos mostrar que não devemos tentar calcular que mitsvá é mais "valiosa", D’us nos dá a conhecer que ambas as mitsvot, honrar os pais e afugentar a mãe do ninho têm a mesma relevância. Disto aprendemos que não podemos saber a recompensa de cada mitsvá . Isto nos ajuda de duas maneiras: 

1. Cumpriremos igualmente todas as mitsvot. 

2. Cumpriremos as mitsvot leshem shamayim, para cumprir a vontade de D’us, e não por termos alguma recompensa em mente.

 
 

Fazer cercas

Maakê – Construir cercas em áreas perigosas


Moshê ordenou: "Se você se mudar para uma casa com laje ou varanda que utilizará, deve imediatamente construir uma forte cerca protetora que a circunde."

A cerca deve ter no mínimo dez tefachim (80 cm) de altura. 

D’us protege os tsadikim de qualquer infortúnio. Não obstante, temos de tomar precauções contra acidentes, pois D’us quer que ajamos de acordo com as leis da natureza, que Ele criou. 

Também é proibido que alguém deixe largados em sua propriedade objetos perigosos ou que ofereçam riscos, tais como uma escada quebrada. Esta mitsvá também se refere a qualquer situação perigosa, como piscinas ou escadas altas. 

Se alguém ferir-se ou morrer porque um proprietário não tomou as devidas precauções, este é culpado pelo acidente; apesar de que nenhum acidente ocorre acidentalmente", ou seja, sem o consentimento Divino. Não obstante, somos advertidos para não sermos os agentes culpados de algum infortúnio.


Nossos sábios preocupavam-se com a segurança 

Certa vez, na cidade de Nahardaya, em Bavel, havia um muro instável. Contudo, as pessoas passavam perto dele. Elas asseveravam umas às outras, dizendo: "Este muro está assim há treze anos, e nunca ocorreu nenhum acidente. Provavelmente, é seguro!"

Todavia, dois sábios, Rav e Shemuel recusavam-se a andar rente ao muro. "É perigoso," diziam. Eles sempre se desviavam de seu caminho, para não passar perto do muro.
Um dia, Rav Ahada bar Ahava, que era um grande tsadic, visitou os chachamim (sábios).
Os três saíram juntos, e chegaram perto do muro. Shemuel disse a Rav: "Vamos circundá-lo, como sempre fazemos."

Rav replicou: "Desta vez não será necessário, pois Rav Ahada está conosco. Seu zechut (mérito) é tão grande que tenho certeza de que nenhum mal nos sucederá."

Outro sábio, Rav Huna, estava preocupado com sua adega. As paredes estavam tão vacilantes que ele temia entrar na adega. Mas era uma pena desperdiçar tantos barris de vinho. Se as paredes ruíssem, esmagariam os barris, e o vinho se perderia. 

"Como posso retirar o vinho em segurança?" perguntou-se Rav Huna. Então, teve uma idéia: "Sei que as paredes não tombarão enquanto o tsadic Rav Ahada lá permanecer. Vou chamá-lo."

Rav Huna convidou Rav Ahada à sua casa. Eles discorreram sobre assuntos da Torá. Rav Huna e seu convidado adentraram a adega, enquanto continuavam a falar de temas da Torá. Rav Huna fez sinal para que seus criados removessem os barris para fora. Assim que a adega foi evacuada, Rav Huna conduziu seu inocente amigo para fora. Neste instante, as paredes ruíram! Quando Rav Ahada percebeu que foi usado para salvar o vinho de seu anfitrião, ficou aborrecido: 

"Você correu um grande risco," reclamou para Rav Huna. "Não sou um tsadic perfeito. Poderíamos ambos termos sido soterrados sob os escombros! Ninguém pode colocar-se numa situação de perigo e então confiar num milagre que o salvará!"

Vemos dessa história que Rav Huna não se considerava um tsadic fora do comum. Era um homem muito humilde, a despeito de sua grandeza. O Talmud nos conta muitas coisas maravilhosas sobre Rav Huna. Em seus últimos anos, sempre que havia uma forte tempestade, costumava percorrer a cidade numa carruagem. Ele inspecionava todas as casas, para verificar quais delas eram seguras. Quando avistava uma parede cujas estruturas estavam abaladas, aconselhava o proprietário a reconstruí-la. Com freqüência, Rav Huna encontrava um pobre cuja choupana era frágil. Caso o pobre lhe dissesse: "Não posso arcar com as despesas de uma reforma." Rav Huna contribuía com seu próprio dinheiro para reconstruir a casa.

Mitsvá goreret mitsvá

Dizem nossos sábios: Um pecado leva a outro, uma mitsvá atraí outra. 

Como as mitsvot desta parashá estão relacionadas umas às outras?

A parashá começa com o tema da yefat toar. Se um judeu se casar com uma yefat toar, ele terá duas esposas. Elas discutirão, e o marido logo odiará uma delas. A yefat toar provavelmente dará à luz um ben sorer umorê (filho rebelde). 

O início da parashá nos mostra como uma averá leva à outra. 

Analogamente, mitsvot conduzem a mais mitsvot. 

Se alguém cumpre a mitsvá de afugentar o pássaro-mãe de seu ninho, D’us o recompensará com uma casa. Então, ele terá a chance de cumprir a mitsvá de construir uma cerca de proteção (maakê). Em decorrência disto, D’us lhe dará campos, onde cumprirá a mitsvá de kilayim (não semear duas espécies diferentes juntas). D’us, então, lhe concederá animais, com os quais cumprirá a mitsvá de não arar sua plantação usando dois animais diferentes, atrelados juntos. 
Como recompensa, D’us lhe dará roupas com as quais poderá agora cumprir a mitsvá de tsitsit. E assim a lista continua.

 

Casamentos proibidos

Moshê continuou a explicar as leis sobre a vida familiar monoteísta. Geralmente, é permitido casar-se com um não-compromissada com a torah, homem ou mulher, desde que ele(ela) tenha se voltado ao monoteísmo conforme a jurisprudência, Lei da Torah e passa a cumprir todas as mitsvot. Contudo, há exceções, como veremos na tabela abaixo.

Casamentos entre judeus e não judeus

Nação ___________________ Guer (Convertido) __________________ Guiyoret (Convertida)
Amon _(não hospitaleiro) _____
 Proibido __________________________ Permitido 
Moav _ (feiticeiro)__________
 Proibido __________________________ Permitido
Edom _____________________ Permitido na 3ª geração ______________ Permitido na 3ª geração
Egito ______________________ Permitido na 3ª geração ______________
 Permitido na 3ª geração

Explicando a tabela:

Convertidos de Amon e Moav

Moshê explicou: " Os amonim e moavim são descendentes de Lot, sobrinho de Avraham. Lot devia sua vida a Avraham. Avraham resgatou-o quando foi capturado pelos quatro reis que conquistaram Sedom. O mérito de Avraham também salvou Lot quando os perversos de Sedom foram destruídos.

"Amon e Moav deveriam ter sido bondosos e solícitos com Benê Yisrael, pois devem sua própria existência a Avraham Ao invés disso, foram cruéis. Quando Benê Yisrael aproximaram-se das terras de Amon e Moav, o povo não ofereceu pão e água a Benê Yisrael. Eles não sabiam que os judeus tinham o man e o poço de água de Miriam. Sabiam que Benê Yisrael estavam cansados e famintos, porém recusaram-se a oferecer-lhes hospitalidade. Moav chegou até a contratar o feiticeiro Bil’am para maldizer Benê Yisrael. Como tinham mau caráter D’us não queria que o povo judeu se casa-se com eles." 

Mas porque é permitido que suas mulheres convertidas casem-se com judeus? 

As mulheres moabitas e amonitas não têm culpa de terem negado hospitalidade. Não seria um ato de recato as mulheres terem saído para saudar estrangeiros com alimentos. Isto era uma obrigação exclusiva dos homens, não das mulheres. Outro motivo pelo qual D’us proíbe o casamento com amonitas e moabitas é porque, em Shitim, eles enviaram suas filhas para que Benê Yisrael caíssem em tentação e pecassem. Tentar destruir o povo judeu espiritualmente é muito mais grave sua destruição física. 

Convertidos de Edom

Convertidos de Edom, homens ou mulheres, podem casar-se com outros convertidos (de sua nação ou de uma outra diferente), mas não com um judeu de nascimento. Seus filhos também só poderão casar-se com guerim. Mas seus netos, homens e mulheres, podem casar-se com judeus natos.

Por quê? 

Os edomitas são descendentes de Essav. São parentes próximos de Benê Yisrael, e têm o mérito de descender dos santos filhos de Avraham. Por este motivo, D’us releva o mal que fizeram a Benê Yisrael. Quando Benê Yisrael se aproximou do país de Edom, os edomitas mobilizaram seus exércitos. Agiram belicosamente, pois foram ensinados por seus antepassados que Yaacov tomou a primogenitura de Essav.

A terceira geração de convertidos egípcios

Assim como os edomitas, os convertidos egípcios precisam aguardar até a terceira geração para casar-se com judeus natos. Transcorridas essas gerações, eles poderiam casar-se com Benê Yisrael. 

Isto é surpreendente. Acaso os egípcios não escravizaram nosso povo? Acaso não causaram enorme sofrimento ao Povo de Israel? Como lhes é dada esta permissão?

Quando Yaacov e sua família desceram ao Egito, durante a fome, os egípcios os convidaram a ficar. No princípio, trataram bem os judeus.

 
 
 

Divórcio e Leis sobre garantia de empréstimos

 
O Guet
 
A Torá não exige que um casal que não se entenda permaneça atado um ao outro até o fim de suas vidas. Mesmo assim, nossos sábios, os mais humildes e pacientes dos homens, toleravam esposas geniosas e irritantes, como nos ilustram os casos a seguir: 
 
A esposa de Rav causava-lhe constantes aborrecimentos. Quando ele lhe pedia que cozinhasse lentilhas, ela cozinhava ervilhas, e vice-versa. 
 
Quando seu filho, Chiya, cresceu e começou a levar mensagens de seu pai para sua mãe, compreendeu que deveria invertê-las, para que seu pai recebesse o prato que realmente queria.
Rav comentou com seu filho: "Sua mãe melhorou."
 
"Ela melhorou porque sempre lhe digo o contrário do que você pede," elucidou o garoto. 
Apesar de admitir que foi uma ótima idéia, Rav proibiu seu filho de continuar a trocar as instruções. "Ninguém deve acostumar-se a mentir," explicou. 
 
Não obstante a esposa de Rabi Chiya causar-lhe muitos aborrecimentos, ele mesmo assim levava-lhe presentes. Quando Rav indagou a seu filho, Rabi Chiya, o porquê, ele retrucou: 
"Ficamos satisfeitos por nossas esposas educarem nossos filhos, e nos salvarem de pensamentos pecaminosos."
 
Podemos perceber o quão importantes e vitais são a paciência e autocontrole para manter a harmonia no lar (shalom bayit).
 
Contudo, se um divórcio é inevitável, a Torá ordena um compromissado com a torah a dar o guet, um documento de divórcio, à sua esposa. Assim como um casamento  tem status legal somente se forem realizadas as cerimônias de chupá e kidushin, também um divórcio requer um guet, um documento cujo texto exato envolve muitos detalhes. Qualquer discrepância nas exigências haláchicas no tocante às palavras ou ao estilo invalida o guet.
Se um guet está haláchicamente inválido, a esposa "divorciada" continua a manter seu status de mulher casada. Casar-se com outro marido constitui adultério, e uma criança que nasça deste matrimônio é um mamzer (proibido de se casar com um judeu nato). A fim de evitar danos irreparáveis para as futuras gerações, é de vital importância entrar em contato com um rabino ortodoxo perito em administrar um guet de acordo com a halachá, para que o guet seja válido. 
 
Se o rabino não souber todo o procedimento do divórcio, ele deve indicar ao casal uma autoridade haláchica competente, caso contrário, são inválidos, de acordo com a lei da Torá, e causam tragédias irreparáveis.
 
O divórcio também é perfeitamente legal dentro das normas do país em que se vive, para um monoteísta 
 
O guet protege a santidade do casamento (similarmente ao kidushin, a cerimônia de casamento realizada em público e perante testemunhas). Os diversos detalhes haláchicos de como escrever um guet também impedem que o marido queira, num ímpeto, "divorciar-se" de sua esposa quando, digamos, ele estiver de mau humor.

Se um monoteísta divorcia-se de sua esposa e esta casa-se novamente, a Torá proíbe que seu primeiro marido case-se de novo com ela, mesmo após a morte do segundo marido, ou se ela divorciou-se dele. Esta proibição impede a possibilidade de trocas previamente combinadas de esposas, sob o manto protetor da legalidade.

Leis sobre garantia de empréstimos

 
Enumeramos algumas leis da Torá sobre garantias de empréstimos:
 
*Não se pode aceitar como garantia algo que o comodatário necessite para preparar seus alimentos; por exemplo: a mó que ele utiliza para moer a farinha.
 
*Também não se pode confiscar do comodatário a faca para shechitá, seu forno, ou qualquer outro objeto necessário para o preparo de refeições.
 
Se você emprestar dinheiro a alguém e esquecer-se ou não se der ao trabalho de pedir uma garantia, você não poderá exigi-la depois. Em vez disso, você dirá ao Bet Din (tribunal) que emprestou dinheiro a alguém e quer uma garantia. O Bet Din enviará mensageiros que exigirão uma garantia. É proibido ao mensageiro do Bet Din até mesmo entrar na casa do comodatário. Ele deve esperar do lado de fora até que o comodatário lhe traga a garantia.
 
*O que acontece se o comodatário for tão pobre que não possua nada valioso para usar como garantia? Ele pode dizer ao cedente: "Você pode reter minhas roupas como garantia." Se ele der seus pijamas, e não tiver outros, a Torá ordena que o cedente devolva os pijamas toda noite. Em seu lugar, o cedente pode reter as roupas diurnas do comodatário durante a noite. De manhã, o cedente pode pegar os pijamas novamente. Se o comodatário der as roupas que veste de dia ao cedente, este poderá retê-las apenas durante a noite, e é obrigado a devolvê-las todas as manhãs. 
 
*Ninguém pode aproveitar-se de um pessoa, e fazê-lo sofrer porque deve dinheiro. 
A Torá nos inculca traços de caráter positivos.
 
Se uma viúva pedir um empréstimo, não se pode pedir-lhe garantia. A Torá compreende que a vida de uma viúva é difícil. Não devemos dificultar-lhe ainda mais, pedindo-lhe garantias.



Leis sobre garantia de empréstimos

Enumeramos algumas leis da Torá sobre garantias de empréstimos:

*Não se pode aceitar como garantia algo que o comodatário necessite para preparar seus alimentos; por exemplo: a mó que ele utiliza para moer a farinha.

*Também não se pode confiscar do comodatário a faca para shechitá, seu forno, ou qualquer outro objeto necessário para o preparo de refeições.

Se você emprestar dinheiro a alguém e esquecer-se ou não se der ao trabalho de pedir uma garantia, você não poderá exigi-la depois. Em vez disso, você dirá ao Bet Din (tribunal) que emprestou dinheiro a alguém e quer uma garantia. O Bet Din enviará mensageiros que exigirão uma garantia. É proibido ao mensageiro do Bet Din até mesmo entrar na casa do comodatário. Ele deve esperar do lado de fora até que o comodatário lhe traga a garantia.

*O que acontece se o comodatário for tão pobre que não possua nada valioso para usar como garantia? Ele pode dizer ao cedente: "Você pode reter minhas roupas como garantia." Se ele der seus pijamas, e não tiver outros, a Torá ordena que o cedente devolva os pijamas toda noite. Em seu lugar, o cedente pode reter as roupas diurnas do comodatário durante a noite. De manhã, o cedente pode pegar os pijamas novamente. Se o comodatário der as roupas que veste de dia ao cedente, este poderá retê-las apenas durante a noite, e é obrigado a devolvê-las todas as manhãs. 

*Ninguém pode aproveitar-se de um judeu, e fazê-lo sofrer porque deve dinheiro. 

A Torá nos inculca traços de caráter positivos.

Se uma viúva pedir um empréstimo, não se pode pedir-lhe garantia. A Torá compreende que a vida de uma viúva é difícil. Não devemos dificultar-lhe ainda mais, pedindo-lhe garantias.

 
 
 

Relembrando Amalec

A Torá ordena: "Lembre-se do que Amalec fez a você logo após a saída do Egito!" D’us dividiu o Yam Suf (Mar Vermelho) e afogou os egípcios. Todas as nações tremiam, apavoradas. Apenas Amalec ousou atacar. Eles queriam mostrar que D’us é fraco, e destruir Seu povo. 

"E naqueles dias você estavam cansados de viajar." Os amalequitas atacaram secretamente, de surpresa, pela retaguarda, os judeus que andavam do lado de fora das Nuvens de Glória.

"Após estabelecer-se em Êrets Yisrael, o rei judeu deve destruir totalmente a nação de Amalec. Não deve poupar uma alma sequer."

Shaul, o primeiro rei de Israel, foi ordenado a guerrear e destruir todos os amalequitas. Ele venceu a guerra e matou todos os soldados Tomou Agag, o rei amalequita como prisioneiro. 
Agag implorou a Shaul que este poupasse sua vida. "Tenha misericórdia! Porque devo ser destruído?" suplicou Agag a Shaul.

Shaul sentiu pena de Agag, e deixou-o viver. Shaul também não matou todos os animais dos amalequitas, como a Torá exigia. O erro de Shaul causou trágicos resultados. Para entender melhor, leia a história a seguir.

Uma história

A erva vivificante

Um homem que viajava a Êrets Yisrael viu dois pássaros brigando. Ao final, um matou o outro. Apareceu um terceiro pássaro, com uma erva em seu bico. Este colocou a erva sobre o corpo do pássaro morto e algo espantoso aconteceu: o pássaro morto voltou à vida.

"Isto é incrível!" exclamou o homem. Ele correu, para conseguir a erva.

"Agora poderei ressuscitar os judeus mortos em Êrets Yisrael!" declarou alegremente. 
O homem colocou a preciosa erva na sua mochila e continuou seu caminho. Pouco depois, avistou uma raposa morta num campo. "Vejamos se isto funciona mesmo," pensou, e colocou a erva sobre a raposa. Esta abriu os olhos e saiu andando! 

O homem ficou maravilhado. Logo passou por um leão morto à beira da floresta. "Se a erva puder trazer um leão de volta à vida," pensou, "saberei que é realmente poderosa." Colocou a erva sobre o leão. Este levantou-se com um estrondoso rugido. Quando o leão avistou o homem, abriu a boca imediatamente e devorou-o. 

O rei Shaul pensou que estava sendo bondoso poupando a vida de Agag. Qual foi o resultado? 
Agag teve um descendente, Haman, que tentou aniquilar todo o povo judeu de uma só vez!

É uma mitsvá ler os versículos do final desta parashá uma vez por ano. Nós os lemos no Shabat que antecede Purim. Desta maneira, cumprimos o mandamento da Torá de lembrar o que Amalec fez ao povo judeu. A história de Purim nos conta como Haman, o iníquo e perverso descendente de Amalec quis destruir o povo judeu; mas D’us os salvou. Na época de Mashiach Amalec será completamente destruído.