Nitzavim, ניצבים

15/09/2014 01:37

Aspectos da 51ª

O texto desta Parashá é:

Nitzavim, ניצבים  -( Deut.29:9-30:20)>>Sigf.Reunião de amizade

 

 

 

O texto da Haftará é:

 

  • A haftará desta parashá é Isaías 61:10–63:9.

Salmo 81

Nitzavim (ניצבים)

A parashá Nitzavim inicia narrando a última reunião entre Moshê e o povo de Yisrael. Moshê enfatiza a necessidade do afastamento das práticas más das nações idólatras, assim como a simplicidade e acessibilidade da Torá, de modo que esta pode ser praticada por qualquer pessoa. Devido a esta facilidade, a nação de Yisrael não tem como se escusar de cumprir a Torá, tendo de optar entre cumpri-la ou abandoná-la por vontade própria.

 


 

 

Leitura da Torá: Nitzavim, ניצבים  

    Nitzavim (Devarim 29:9-30:20) inicia-se com Moshê reunindo todos os membros do povo pela última vez em sua vida, para iniciá-los na eterna aliança com D'us. 

    Moshê os adverte a não serem tentados pelos atos maus dos idólatras que vivem ao redor deles, e a evitarem racionalizar a conduta imprópria dizendo que D'us os perdoará, pois manter tal crença é a suprema fonte de nossa destruição e exílio. Embora irá cometer pecados, o povo ao final se arrependerá e retornará para a Torá, e D'us introduzirá a Era Messiânica, quando todos retornaremos à Instrução da Toráh e as muitas bênçãos maravilhosas serão cumpridas. Moshê diz ao povo para não temer serem incapazes de corresponder às expectativas da Torá, assegurando-lhes que as mitsvot não são distantes ou inacessíveis; uma vida de Toráh está ao alcance de qualquer pessoa. 

A porção termina com uma exortação para escolher a Torá e a vida, acima da sinistra alternativa do mal e morte.
 
Responsabilidade da Alma
por Rabi Lee Jay Lowenstein

    Com precisão profética, a Parashat Nitzavim continua a detalhar as provações que se abaterão sobre os compromissados com a toráh, no decorrer de sua história. A devastação do país, o preocupante número de infortúnios, e a ira do Todo Poderoso deixarão as nações do mundo assombradas; que mal o povo judeu pode ter praticado para merecer destino tão trágico (Devarim 29:23). Mesmo assim, miraculosamente, o povo  sobreviverá. Oprimida pelo sofrimento, a nação  examinará seu passado e verá como tem sido beneficiada com uma enorme quantidade de benesses Divinas. Esta reflexão será o início de um retorno total aos valores da Toráh, e ao fortalecimento do vínculo existente entre o povo compromissado com a Toráh e D'us.

    Segundo Ramban, a Toráh garante explicitamente a capacidade de nos rejuvenescermos através de sincero arrependimento, na porção desta semana. A Toráh nos ensina: "Pois este mandamento do qual os encarrego hoje – não está oculto de vocês e não está distante. Não é nos céus que deveriam perguntar quem subirá e o procurará por vocês… Ao contrário, está na verdade muito perto de vocês – em sua boca e em seu coração – cumpri-lo" (ibid. 30:11-14). Teshuvá é de fato uma responsabilidade muito humana, que requer participação tanto do coração quanto da boca.
    Embora o entendimento de Ramban sobre os versículos referindo-se à teshuvá adapte-se bem dentro da linha de história da leitura da Toráh, é extremamente difícil compreendê-lo à luz de uma regra fascinante emitida pelo Talmud. 

    O Talmud (Tratado Baba Metzia 59b) relata o episódio de uma grande disputa entre Rabi Eliezer e os Sábios de Israel a respeito da capacidade de um recipiente em especial de tornar-se tamê. A própria Toráh apresenta o princípio fundamental que em caso de disputa devemos regulamentar de acordo com a maioria. 

    Rabi Eliezer foi enormemente derrotado, mas recusou-se a ceder terreno. Tão convencido estava de que a lei seguia sua opinião que começou a solicitar meios sobrenaturais para consolidar seu ponto de vista, e declarou: "Se a lei é como eu, que o rio corra para cima!"

    Com certeza, o rio mudou seu curso e a água subiu corrente acima. O restante dos sábios rejeitou friamente sua exposição, dizendo: "Não se pode citar evidência legal baseado em riachos!" Rabi Eliezer continuou a trazer provas sobrenaturais, todas rejeitadas pelos sábios da mesma maneira. Finalmente, em desespero de causa, Rabi Eliezer disse: "Se a lei é como eu, que uma voz venha dos céus para confirmar isso!" 

    Como para aproveitar a deixa, uma voz celestial foi ouvida, dizendo: "Por que discutem com Rabi Eliezer? Com certeza ele está certo!" Nesta altura, Rabi Yehoshua (a força liderante por trás da discordância) levantou-se e proclamou: "A Torá não está mais nos céus (referindo-se aos versículos acima citados); foi confiada aos sábios de Israel e nós, a maioria, decretamos que a halachá está de acordo conosco."

    Os sábios do Talmud entenderam que os versículos em nossa porção da Toráh têm grandes ramificações haláchicas ou jurisprudência: a Toráh está agora sob os cuidados exclusiva dos sábios de Israel e a sabedoria coletiva dos compromissados coma Torah. Como podemos justificar esta posição à luz da leitura de Ramban que é, de fato, a mais simples tradução dos versículos? O que tem a ver o fato de que a Toráh,  seja responsábilidade do povo judeu e monoteístas yachid, como cita o Talmud, com nossa capacidade de arrependimento, como Ramban os interpreta?

    Há duas motivações básicas que inspiram um indivíduo a se arrepender. A mais óbvia é o temor de aceitar as conseqüências do pecado. A Toráh está repleta de referências às horríveis tragédias, que se abaterão sobre o povo  se este ficar impassível e afastar-se de D'us. Este tipo de teshuvá é mais um ato de "salvar a própria pele" que uma tentativa de corrigir um ato falho. Há, entretanto, um ímpeto mais profundo, que jaz no âmago da alma da pessoa compromissada com a torah, e é onde está o verdadeiro poder da teshuvá. 

    Como podemos explicar o dito talmúdico que a Toráh não está mais nos céus? Como é possível que argumentemos com a palavra do próprio Todo Poderoso e sejamos corretos em nossa aplicação da halachá? 

    Pode existir apenas uma solução: O povo  não é composto de simples servos de D'us; somos parceiros com total responsabilidade de preservar e determinar as aplicações dos eternos princípios da Toráh. Como ocorre com qualquer sociedade, deve haver um denominador comum a nos conectar, formando a base do relacionamento. Neste exemplo, é a qualidade única da alma compromissada com a torah. A alma de uma pessoa compromissada com a torah  é mencionada nas fontes cabalísticas como tendo uma centelha do Divino. Existe dentro de nós um fragmento de eternidade. É este fogo sagrado que dá poder a pessoa, inspira seu desejo de controlar seu ambiente e o impele em direção ao maior sucesso que a vida pode oferecer. Esta mesma alma nos possibilita "imitar" as qualidades Divinas de D'us e nos torna depositários apropriados das verdades absolutas da Torá.

    Estar autorizado a estabelecer a política, interpretar a Toráh e aplicá-la segundo os métodos prescritos que foram transmitidos a Moshê, atestam a natureza elevada do povo compromissado com a torah. Somos criaturas Divinas e temos o poder de moldar a realidade conforme nossa sabedoria coletiva. Além disso, se D'us nos confiou Sua Toráh, Seu presente mais precioso, é uma prova do poderoso amor que Ele sente por nós. A pessoa não confia a um servo, não importa quão leal seja este, seu bem de maior valor. Apenas a um filho ou amigo querido a pessoa deseja legar o objeto de sua paixão.
    Entendido neste nível, o pecado é não apenas hediondo por causa de sua afronta ao Criador, como também igualmente prejudicial para nós em nível pessoal. Certamente o fumante inveterado, que está sofrendo com câncer do pulmão, deve sentir uma pontinha de arrependimento pelos anos de prejuízo auto-infligido. Muito mais remorso deveria sentir o pecador, quando reflete sobre o enorme dano que seus pecados causaram. 




    Isso deveria fazer alguém refletir: "Como pude eu, uma centelha do Divino, agir de maneira tão desonrosa fazendo isso e aquilo? Devo a mim mesmo ser uma pessoa melhor, corresponder ao papel que D'us criou para mim; ser Seu querido parceiro na maior história de todos os tempos, a história de minha vida e a história do povo compromissado com a Toráh!"

    Que seja a vontade de D'us que este ano nos vejamos sob uma luz diferente. Em vez de nos aproximarmos dos Dias Festivos com sentimentos de ansiedade, pensemos sobre o que realmente somos e como devemos aperfeiçoar a nós mesmos. Afinal, que tipo de história nossa vida refletiria se nada mais for que uma reprise?
 
 
 

Moshê consola o povo

    Na parashá passada, Moshê advertiu ao povo sobre os diferentes castigos que receberiam se pecassem. A nação tremeu de medo. "Como sobreviveremos a tais sofrimentos?" Benê Yisrael pensaram. "É tão difícil evitar pecar; temos medo de que todos nós pereçamos."

    Moshê viu seus semblantes transtornados pelo pânico. Por isso, tão logo terminou de falar sobre os castigos, começou a consolar o povo: "Não temam! O povo compromisado com a Torah,  sobreviverá neste mundo e no olam habá (mundo vindouro). As demais nações e povos sofrerão menos neste mundo, mas serão destruídas por causa de sua perversidade.

"Às vezes, o dia começa escuro e nublado. Então, o sol surge dentre as nuvens, aquecendo e iluminando. Similarmente, por vezes, sua vida pode parecer difícil. Porém, sempre pode almejar à duradoura felicidade do olam habá."

 

O novo pacto de Benê Yisrael

Era o dia sete de adar de 2488, dia do falecimento de Moshê. 

Moshê anunciou ao Povo de Israel: "Hoje, selarei um pacto entre vocês e D’us. 
Vocês devem jurar que serão Seu povo para sempre. Ao jurarem, isto incluirá todas as futuras gerações.

"Todos vocês estão ingressando nesta aliança – seus líderes: Yehoshua, El’azar, os nessiím (líderes) das tribos, e os anciãos do Sanhedrin; os juízes de milhares, de centenas, de cinqüentenas e de dezenas; todos os homens e suas esposas, que talvez não compreendam completamente minhas palavras, mas serão recompensados por ouvi-las e aceitá-las; e as crianças, que serão educadas na Toráh e mitsvot. A aliança inclui os guerim (convertidos) dentre vocês que são lenhadores e aguadeiros." [Moshê referia-se a um grupo de canaanitas que pediram para serem aceitos como guerim - convertidos]. Moshê designou-os lenhadores e aguadeiros comunitários.

"A aliança abrange até mesmo pessoas compromissadas com a Torah, que nascerão no futuro. Apesar de não estarem aqui fisicamente, suas almas estão presentes nesta assembléia." (Também em Matan Torá - Outorga da Torá –todas as almas compromissadas com a Toráh estavam presentes.)


"D-us quer que vocês aceitem a Torá através de um juramento, antes que eu encerre minha liderança. Ele Próprio jurou aos nossos patriarcas que jamais trocaria o povo compromissadas com a Torah, por outra nação. Se só Ele estivesse atado ao juramento (e vocês não), o pacto seria unilateral."


Porque Moshê queria fazer um novo pacto com Benê Yisrael, sendo que eles já aceitaram a Torá no Monte Sinai? 

Há diversas respostas:

1. A maioria dos judeus que entrariam em Erets Yisrael não estavam presentes no Monte Sinai. Eles eram os filhos dos que receberam a Toráh no Monte Sinai. 
Moshê queria que esta nova geração também prometesse que cumpririam a Toráh.

2. Benê Yisrael quebraram a promessa que fizeram no Monte Sinai ao fazerem o bezerro de ouro. Por isso, Moshê pediu uma nova promessa. 

3. Moshê acrescentou uma nova cláusula a este pacto. Disse a Benê Yisrael: 
"Até agora, D’us considerou cada indivíduo responsável apenas por seus próprios atos. De agora em diante, cada um também será responsável pelos atos de todos os outros compromissadas com a Torah." 


Todos concordaram imediatamente em aceitar a responsabilidade uns pelos outros. Aprendemos disto que uma pessoa compromissada com a Torah, não deve sentir-se satisfeito consigo mesmo, por ser um tsadic e cumprir a Toráh. Isto não é suficiente. Ele também tem de prestar contas pelos atos de seus companheiros.

Um pessoa compromissadas com a Torah, não pode acreditar em ídolos

    Todo Benê Yisrael concordaram com o novo pacto. Moshê advertiu o povo: "Muitos de vocês, que viveram no Egito, ainda se lembram de seus ídolos de madeira e pedra (que deixavam à vista), e os de ouro e prata (que deixavam trancados em suas casas, por temer ladrões). Vocês viram sua idolatria, e podem ter ficado impressionados com sua riqueza, sucesso e prestígio. Há outros dentre vocês que viram a idolatria de Edom, Amon, Moav e Midyian.

"Talvez haja alguém entre vocês que tenha aceitado a Toráh somente superficialmente, e no seu íntimo, pensa: ‘Na verdade, acredito em outros deuses. Porém, não fiz nada de errado. Pensamentos não contam.

"Saiba que esta atitude igualmente desperta a ira de D’us, pois pensamentos de idolatria por si só já são transgressões. E daqui a muitas gerações, estes pensamentos se transformarão em atos."

Então, quando Benê Yisrael servirem ídolos, D’us fará com que a terra de Erets Yisrael seja queimada, e nada crescerá nela.

"Vocês serão exilados e dispersados entre nações estrangeiras. Estas perguntarão: ‘Por que D’us lida de maneira tão rigorosa com a nação? Nós também somos idólatras, e nossa terra é fértil.’ E vocês terão de responder: 
‘Porque quebraram o pacto que D’us fez com eles, e serviram outros deuses.’"

Após ouvirem este exórdio, Benê Yisrael ficaram com medo. 

"Moshê," protestaram, "talvez haja alguém entre nós que esteja pensando em servir ídolos. Como podemos saber? Seremos todos castigados se um entre nós, em seu íntimo, acreditar em idolatria?"

"Não," garantiu-lhes Moshê. "Vocês não são responsáveis pelos pensamentos de outro. D’us se encarregará desta pessoa. Vocês só serão culpados se virem alguém pecando e puderem impedir, mas nada fizerem."

Ensinaram nossos sábios: "O mundo inteiro é mantido através dos méritos de um tsadic, como está escrito (Mishlê, 10:52:5) ‘O tsadic é a fundação do mundo.’"

A assembléia que estava prestes a entrar em Eretz Yisrael aceitou este novo pacto, além do pacto selado no Sinai.

D’us congregará Benê Yisrael

    Moshê prometeu: "Se vocês pecarem, a maldição do exílio se realizará. Não obstante, D’us não guardará Sua ira para sempre. Quando vocês estiverem entre nações estrangeiras, farão teshuvá, e ouvirão a voz de D’us."

A Torá prevê que Benê Yisrael farão teshuvá definitivamente. Talvez retornem a D’us por sua própria vontade.

"Quando vocês fizerem teshuvá com toda sinceridade, D’us extinguirá seu cativeiro. Terá misericórdia de vocês, e os congregará dentre as nações que Ele os dispersou. Se seu exílio for nos confins dos céus, de lá D’us, teu D’us, reunirá vocês, e de lá os tirará. Ele os reconduzirá a Erets Yisrael, a terra de seus antepassados, e vocês a herdarão. 

De acordo com o Rambam (Maimônides), no futuro, o Rei Mashiach reinstaurará a dinastia de David, reconstruirá o Bet Hamicdash e reunirá os dispersos de Klal Yisrael (todo o povo). Aquele que não acredita em sua vinda, ou não anseia por ela, não nega apenas as últimas profecias, mas a própria Toráh. Pois os versículos iniciais da Toráh concernentes a este assunto são: "E D’us, teu D’us, te redimirá de teu cativeiro e terá misericórdia de ti… Se teus exilados estiverem nos confins dos céus… D’us, teu D’us, te levará para a Terra que teus antepassados possuíam, e tu a possuirá." (Devarim, 30:3-5).

Nossos sábios nos contam:




 

D’us retornará da galut (exílio)

O Maimônides menciona este versículo em seu livro de Leis.

A Torá não diz: "D’us retornará seus cativos da galut." As palavras empregadas no passuk são: "D’us também retornará com seus cativos (Veshav). 

Daqui aprendemos que a Shechiná, por assim dizer, também será redimida.

Após a destruição do primeiro Bêt Hamicdash, o general babilônio Nevuzaradan conduziu Benê Yisrael acorrentados para a Babilônia. O profeta Yirmiyahu acompanhou os cativos em sua jornada.

Com tristeza Yirmiyahu perambulava ao lado de seus irmãos. D’us, porém, tinha planos diferentes para ele. D’us disse a Yirmiyahu: "Se você for com os hebreus para Bavel (Babilônia), Eu ficarei com os poucos que ficaram em Erets Yisrael. Se você ficar em Erets Yisrael, eu irei com os cativos!"

Yirmiyahu respondeu: "Que benefício traria minha presença a esses pobres 
prisioneiros? Que o Criador os acompanhe; certamente Ele poderá auxiliá-los." 

Yirmiyahu voltou e juntou-se ao pequeno grupo que ficara em Erets Yisrael. A 
Shechiná, por assim dizer, foi para o exílio com Benê Yisrael.

A Shechiná está com os hebreus em cada galut (exílio). Quando eles estão sofrendo, D’us, por assim dizer, também está. E quando a Redenção chegarda mesma forma D’us será redimido com eles.

"Quando você retornar a D’us com todo seu coração e toda a sua alma, você, Benê Yisrael, será abençoado com sucesso em tudo o que fizer. D’us se alegrará com você da mesma forma que Se alegrou com seus antepassados".

Ansiando pela Redenção

A Torá promete claramente que D’us nos redimirá dentre as nações.
Poderíamos perguntar: "Como podemos esperar por Mashiach quando nos damos conta do longo tempo em que nosso povo já está no exílio?"

Ainda assim, não devemos nos desesperar. A Toráh está repleta de exemplos mostrando como D’us conduz o mundo de acordo com Sua vontade. 
Freqüentemente, Ele eleva alguém à grandeza no momento em que todas as esperanças pareciam perdidas.

Quando Avraham teve Yitschac? Na idade de cem anos, quando, de acordo com as leis da natureza, ele já era velho demais para ter um filho.

Quando Yossef tornou-se legislador? Após ter sido prisioneiro durante vinte anos.
Quando Yaakov tornou-se pai de doze filhos e ficou rico, mesmo tendo vencido a luta com o anjo? Apenas depois de ter fugido da casa de seu pai, sem um centavo (pois o filho de Essav o roubou), e ter servido a Lavan dia e noite, sem descanso, durante vinte anos. 

Quem pensaria que aquele bebezinho, flutuando numa cesta no Rio Nilo, chorando de fome, um dia cresceria para tornar-se líder e tirar Benê Yisrael do Egito e dar-lhes a Torá? ! E tudo isto depois de ter crescido no cruel palácio do Faraó!

E você teria sonhado que o Faraó, que escravizou Benê Yisrael de maneira tão atroz e que se considerava um deus, se curvaria um dia perante Moshê e Aharon implorando-lhes que deixem sua terra?!

A Toráh nos mostra repetidamente que D’us é quem comanda. Ao final, Ele enviará Mashiach e reunirá os compromissados com a Torah, conforme a Toráh promete, não importa por quanto tempo eles esperaram.

A Torá está perto de cada pessoa compromissadas com a Torah

Como alguém faz teshuvá? Através do estudo e prática da Torá!

Moshê explicou: "Você pode argumentar: ‘A Toráh é complexa para que possamos entendê-la. Não conseguimos cumprir tantas mitsvot; não somos anjos."

"Esta Torá que eu te ordeno não é algo oculto," exortou-os Moshê. "Não alegue que não pode compreendê-la, pois forneci-lhe a Lei Oral com todas as explicações possíveis da Torá Escrita.:"



Uma analogia:

Certa vez um tolo entrou no Bet Hamidrash (casa de estudos). Observando os outros judeus que estudavam com fervor, indagou: "Como alguém se torna um perito na Torá?" Elucidaram-lhe: "Após estudar o Alef-Bet, a pessoa progride para o Chumash (os cinco livros da Torá), deles para os Profetas, e finalmente para a Mishná e Guemará (Talmud)."

O tolo raciocinou: "Como poderia dominar tudo isto?" Ele desistiu antes de tentar.
A pessoa sábia, contudo, age como o mais arguto dos dois homens que perceberam um pão numa corda suspensa presa ao teto. Um deles comentou: 
"Veja, está tão alto que jamais conseguiremos abaixá-lo." O outro pensou: 
"Obviamente, alguém o pendurou lá! Deve haver um meio de trazê-lo para baixo!" 
Trouxe escadas e varas; "pescou" até que conseguiu puxá-lo para baixo. 

Analogamente, a pessoa sábia diz: "Deixe-me estudar um pouco de Torá hoje, um pouco amanhã, e uma nova porção a cada dia, até que, ao final, eu a dominarei."

Moshê ainda disse mais aos povo: "A Torá não está mais no Céu – eu a trouxe para baixo, para a terra, e a revelei a todos vocês. Portanto, não digam: ‘Se nós tivéssemos outro Moshê que nos trouxesse a Toráh do Céu e a explicasse para nós, estudaríamos.’ (Mas mesmo se a Toráh ainda estivesse no Céu, por assim dizer, e vocês tivessem de se esforçar ao máximo para trazê-la para baixo, vocês seriam obrigados a fazê-lo.).

"A Toráh tampouco está além-mar, para usarem como desculpa: ‘Se apenas tivéssemos alguém que viajasse e nos devolvesse a explicação da Toráh, a estudaríamos. (Contudo, se a Toráh estivesse do outro lado do oceano, você teria de viajar para lá a fim de estudá-la.)"

"Se você disser tudo isso, está equivocado. A Toráh está perto de cada e toda pessoa compromissada com o Eterno. Tudo o que poderão alegar sobre o empenho no estudo e na sua prática são falsas desculpas. Vocês todos podem estudar e guardar a Toráh, se quiserem. 
Porém, deverão fazê-lo de todo coração."

O povo perguntaram a Moshê: "Nosso mestre Moshê, você afirmou: ‘A Toráh não está no Céu ou além-mar.’ Então, onde ela está?"

Moshê replicou: "Está muito perto de vocês, quando vocês a estudam; contanto que, enquanto vocês a estudam com a boca, preparem seus corações para cumpri-la."

Um dos sábios relata: "Certa vez, ao perambular de lugar em lugar, encontrei uma pessoa 
compromissadas com a Torah que era iletrado em Torá e mitsvot, e desdenhava o estudo da Torá. 

" ‘Meu filho,’ perguntei-lhe, ‘o que você responderá ao seu Pai Celestial no dia do julgamento?’

" ‘Tenho uma desculpa válida,’ disse-me. ‘Direi que o Céu não me supriu com inteligência suficiente para estudar Toráh.’

" ‘Qual a sua profissão?’ perguntei-lhe.

" ‘Sou pescador,’ esclareceu.

" ‘Que tipo de trabalhos você realiza?’ indaguei.

" ‘Dão-me linho, do qual teço redes. Lanço minhas redes ao mar, e apanho os peixes.’

"Disse ao pescador: ‘Se você é esperto o suficiente para tecer redes e pescar peixes, como você pode dizer que não compreende a Toráh, onde está escrito: 
‘Pois que ela está muito perto de ti, em tua boca e em teu coração, para que a cumpras.’ (Devarim 30:14)?!’

Ele explodiu num choro de sincero arrependimento, e consolei-o: ‘Meu filho, há muitos como você que darão desculpas no dia do julgamento. Contudo, D’us refutará todas elas.’"

Nossos chachamim (sábios) fizeram incontáveis sacrifícios a fim de manterem e prosseguirem em seu estudo de Torá. 



Uma história

O amor de Rabi Yochanan pela Torá

Certa vez, Rabi Yochanan estava andando com seu pupilo, Rabi Chiya, em cujo braço estava se apoiando.

"Você está vendo esta casa de fazenda?" perguntou Rabi Yochanan, apontando com o dedo. "Ela me pertencia, mas eu a vendi, a fim de ter dinheiro suficiente para meus estudos da Toráh."

Um pouco depois, passaram por uma casa num vinhedo. "Esta casa também era minha," comentou Rabi Yochanan, "mas tive de vendê-la para conseguir continuar a estudar."

Ao passarem por uma construção num olival, Rabi Yochanan disse: "Esta propriedade também era minha."

Rabi Chiya começou a chorar. "Porque você está chorando?" perguntou Rabi Yochanan.

"Sinto pesar pelo senhor ter vendido todos os seus bens," respondeu Rabi Chiya. 
"De que o senhor vai viver em sua velhice?"

"Não se sinta assim," consolou-o Rabi Yochanan. "Valeu mais que a pena. Vendi coisas que foram criadas por D’us em seis dias, mas adquiri Toráh, que foi dada a Moshê no Monte Sinai após quarenta dias. Ganhei bem mais do que perdi!"

Na verdade, a Toráh está perto de cada pessoa 
compromissadas com a Torah. Porém, a fim de estudar e cumpri-la adequadamente, uma pessoa tem que estar disposto a fazer um esforço para isto, e muitas vezes sacrifícios para atingir sua meta. 



Moshê implora que Benê Yisrael escolham a vida

Moshê terminou seu discurso enfatizando: "Depende de cada um de vocês se irão ou não cumprir a Toráh. Ninguém os força a fazê-lo ou não. Vocês têm liberdade de escolha. Porém, como expliquei anteriormente, se escolherem a Torá, estarão escolhendo a vida (neste mundo e no olam habá – mundo vindouro).

"Por favor, escutem meu conselho: escolham a vida! O caminho para a vida é amar D’us e escutar Sua voz."

 

Fonte:Talmud

            Midrash
            Pirke avot
            Torah
            Sefer haMitzvot
            Bíblia



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