Re’eh, ראה

24/08/2014 01:50

Aspectos da 47ª

O texto desta Parashá é:

Re’eh, ראה  -( Deut.  11:26-16:17)>>Sigf.Veja

 

 

 

O texto da Haftará é:

 

  • A haftará desta parashá é Isaías 54:11–55:5.

    Quando esta parashá coincide com Shabat Machar Chodesh a haftará é 1 Samuel 20:18–42.

     

 

Salmo 87   

Re'eh (ראה)

Esta é a maior parashá da Torá, onde Moshê faz uma revisão de grande parte das mitzvot, incluindo os mandamentos relativos a conquista de Kanaam, sobre a idolatria, do cashrute a lei de ma’aser sheni (segundo dízimo), consumido pelos seus ofertantes na cidade de Yrushalayim (Jerusalém). A parashá prossegue com a descrição do mandamento de shemitá e sobre as leis relativas a escravidão entre o povo de Yisrael. A parashá conclui com uma descrição das festas de Pessach, Shavuot e Sucót.


 

 

Leitura da Torá: 

Re’eh, ראה  


Na Parashat Reê (Devarim 11:26 - 16:17), Moshê continua a exortar o povo a seguir os caminhos da Torá, e a confiar em D’us. Moshê começa a colocar as mitsvot em perspectiva, sem ambigüidade, declarando que o povo  será abençoado se cumprir a Torá, e amaldiçoado se não o fizer. 

Ele começa então uma longa revisão de várias mitsvot, compreendendo a maior parte do livro Devarim. Primeiro discute alguns dos mandamentos, que são relevantes à iminente conquista da Terra de Israel pelo povo, conclamando-os novamente a remover qualquer vestígio de idolatria. 

 

Neste ponto de Idolatria é muito Clara:

- Qulaquer pessoa, que coloca algo entre Hashem e você é considerado idolatra. A Idolatria consiste na união, com pessoas descompromissadas e vínculo com religiões, que nada tem haver com o Eterno. O hetenoteísmo é tão idólatra quanto qualquer outro, pois ela é formado por uma antiguidade,doutrina e um sacerdócio, que por fim também se classifica como religião, sem falar no vínculo com pessoas que nada tem com o ensino da Torah.

-Não importa se você é judeu ou não, a Idolatria  é um ato odioso visto pela Torah. Cada minuto perdido com a idolatria é uma desgraça.

- Da idolatria nada temos a esperar se não escravidão e horores. É preciso que se decida o quanto antes, porque resoluções e medidas de água morna para nada mais serve. Cada momento perdido é uma desgraça. Só há dois caminhos a seguir:

 - Partir para idolatria e se entregar prisioneiro das cortes ou,

- Se envolver com a Torah e proclamar sua independência.

 

Após ensinar-lhes certos detalhes sobre a oferenda e o consumo de corbanot, sacrifícios, a Torá ordena que o povo  se abstenha de imitar as nações que os circundam. A eles é dito que permaneçam atentos aos falsos profetas e outras pessoas que poderiam afastá-los de D’us, e aprendem as leis de uma cidade judaica que tornou-se tão corrupta que a maioria de seus cidadãos sucumbiu à idolatria, recebendo por isso a pena de morte. 

A Torá faz uma revisão sobre quais animais são casher, permitidos para consumo, e quais não o são, seguida pelas leis de ma’aser sheni – o segundo "dízimo", que é consumido por seus proprietários, mas apenas na cidade de Jerusalém. 

Após ordenar que todas as dívidas sejam canceladas ao final de cada sétimo ano (Shemitah), e que devemos ser calorosos e caridosos com nossos irmãos, a Torá repete as leis relativas ao servo compromissado com a Torah. Ele deve ser libertado incondicionalmente, no sétimo ano e coberto de presentes generosos,por seu antigo amo. 

A Parashat Reê conclui com uma breve descrição das três festas de peregrinação – Pêssach, Shavuot e Sucot – quando todos deveriam ir a Jerusalém e ao Templo com oferendas, para celebrar sua prosperidade

 

 

Importância individual
por Ranon Cortell

A porção desta semana da Torá começa com a dramática exortação de D'us: "Vejam, hoje apresento perante vós uma bênção e uma maldição" (Devarim 11:26). 

Quanto ao tipo de bênção e maldição, os sábios nos informam que isso refere-se à sagrada Torá e suas mitsvot que, dependendo de nossa observância, nos fornecerão uma bênção ou uma maldição. Entretanto, se alguém examinar o conteúdo gramatical desta declaração, perceberá uma perfeita contradição nos tempos do verbo usado em cada versículo. Primeiro, no singular, D'us ensina cada indivíduo 're'ê – veja". Depois, o versículo descreve a bênção e a maldição como sendo proferidas perante uma audiência plural: "perante vós", referindo-se à toda a nação compromissada com a Torah. Diversas explicações foram desenvolvidas, por nossos eminentes sábios para solucionar esta diferenciação das mais singulares.

Rabi Moshê Alshich sugere que esta contradição revela a natureza da missão de D'us, em nosso infeliz mundo corrupto. Um monarca comum, quando designa um empreendimento gigantesco à nação, não se preocuparia com o progresso de cada indivíduo, desde que a obra fosse completada ao final do prazo. Entretanto, isso não se aplica à missão designada pelo Rei dos reis à sua sagrada nação. Todo e cada indivíduo tem total responsabilidade de cumprir tudo que está incluído nos limites da Torá. Por esta razão, o versículo usa os tempos contraditórios, para informar-nos que embora a Torá tenha sido outorgada à nação como um todo, cada pessoa deve esforçar-se para cumprir os deveres a ele impostos por D'us.

Uma segunda explicação sobre a dicotomia deste versículo explora o conceito de que cada judeu é responsável pela observância de seu próximo da Torá. Como conseqüência direta deste conceito, podemos ser punidos ou recompensados, pelas ações de nossos amigos. Portanto, o versículo usa o singular e o plural para ensinar-nos que, ao colocar a responsabilidade de guardar a Torá sobre cada indivíduo, D'us está também impondo sobre nós a responsabilidade de conferir se nossa família e nossos amigos também cumprem Suas sagradas leis.

Como resultado destas nuances  e perspicazes de uma simples contradição textual, podemos deduzir que devemos constantemente lembrar que a responsabilidade da Torá cabe a cada um de nós. Além disso, devemos também estar constantemente preocupados,com o bem-estar e o crescimento da observância de nossos irmãos, que estão a nossa volta.


A santidade de Êrets Yisrael e a remoção da idolatria

Esta parashá e as próximas duas concentram a maioria das mitsvot encontradas no livro de Devarim. Até agora, Moshê transmitiu mitsvot fundamentais como amor e temor a D’us, diretrizes contra a idolatria, sermões inspiradores enfatizando o compromisso do povo em relação à D’us, e a obrigação de se conduzir à altura da santidade de Êrets Yisrael. 

Moshê inicia sua recitação colocando as mitsvot em sua devida perspectiva, dizendo que, a escolha entre aceitar a Torá em sua totalidade ou não, nada mais é que escolher entre bênção e maldição. Aqueles que guardariam as mitsvot seriam abençoados por D’us.

Há mais de 50 mitsvot nesta Parashá. Para conhecer a todas, é preciso estudá-las na própria Torá.

Moshê disse: "Êrets Yisrael está repleta de imagens e outros objetos de adoração de ídolos. As nações da terra colocaram imagens em cada montanha ou colina. Há ídolos sob cada árvore. Construíram templos, altares e matsevot (pedras para adoração de ídolos). Plantaram também asherot, árvores que consideram sagradas."

"Sua primeira mitsvá ao entrar na terra será destruir cada ídolo e cada objeto de adoração! Livrem-se deles! Destruam os ídolos imediatamente! Não deverá permanecer nem mesmo um traço! Se uma cidade recebeu o nome de um ídolo, troquem seu nome."

A mitsvá de destruir ídolos aplica-se a todas gerações. Os reis  que foram tsadikim limparam o país das imagens que reis perversos lá haviam colocado anteriormente.

Em Êrets Yisrael, todo rei é obrigado a procurar os ídolos e assegurar-se que a terra está completamente livre de todos os traços de idolatria estrangeira. Assim como antes de Pêssach procuramos e destruímos chamêts, da mesma forma devemos procurar e nos livrar de todos os ídolos em Êrets Yisrael.

Êrets Yisrael está onde repousa a Shechiná. É como o palácio do rei. Um servo ousaria erguer uma estátua do inimigo do rei no palácio? Colocar um ídolo em Êrets Yisrael é exatamente a mesma coisa. Não poderia haver crime mais grave.

 


 

Local dos sacrifícios e os milagres no Bet Hamicdash

Moshê continuou: "Vocês não poderão construir altares e oferecer sacrifícios a D’us em qualquer lugar em Êrets Yisrael, embora não adorem ídolos. Assim que se estabelecerem no país, D’us escolherá um local fixo para Si. Este será o Bet Hamicdash, onde serão trazidas suas oferendas." 

Quando todas as oferendas eram trazidas a um só local, isso ajudava a crer no único D’us. Também forçou as pessoas a visitarem o Mishcan ou o Bet Hamicdash, o que ajudou a aumentar seu temor a D’us. Os visitantes presenciavam lá milagres que reforçaram sua emuná (fé).
Nossos sábios nos relatam:



Milagres no Bet Hamicdash

Eis aqui alguns dos milagres que ocorriam no Bet Hamicdash

  • Toda as noites, os cohanim queimavam todas as sobras de carne e gordura das oferendas no mizbêach (altar). Às vezes, havia muito para queimar. As sobras de carne ficavam sobre o altar por dois ou três dias sem refrigeração. Em geral, se uma carne for mantida à temperatura ambiente mesmo por um só dia, já começa a se estragar. A carne no altar permanecia miraculosamente fresca.

  • Todos os sacrifícios eram abatidos no pátio do Bet Hamicdash, do lado de fora. Normalmente carne, ossos e sangue atrairiam enxames de moscas zumbindo em volta das mesas. Mas a Azará (pátio) era tão sagrada que nem mesmo uma única mosca jamais chegava perto.

  • A chuva nunca apagava o fogo sobre o altar de cobre no pátio. O vento também não desarranjava o pilar de fumaça que subia do fogo sobre o altar. Em vez disso, a fumaça subia direto para o céu.

  • A Azará ficava sempre completamente cheia, quando o povo  se reuniam para rezar. Não havia um centímetro de espaço livre. Ao invés de curvar-se, como fazemos atualmente para rezar, as pessoas  na época do Bet Hamicdash caíam ao solo, esticando os braços e pernas. Como poderia a pessoa ter espaço suficiente? Um milagre acontecia: a Azará se expandia. Todos tinham espaço suficiente para permanecer no solo!

  • Havia também o milagre que acontecia com os lêchem hapanim. Estes pães eram colocados sobre o shulchan (mesa) a cada Shabat. Estavam sempre frescos e quentinhos até o próximo Shabat, quando eram substituídos! Os cohanim costumavam elevá-los e mostrá-los aos, que iam ao Bet Hamicdash. "Veja o quanto D’us ama vocês," diziam eles. "Ele realiza milagres!"

 

A proibição de ingerir sangue e o abate de animais

As pessoas compromissadas  com a Torah  já tinham ouvido de Moshê a proibição de Ingerir sangue. Naquela época o consumo de sangue era muito comum e difundido entre os povos. Portanto Moshê precisava advertir: "Sejam muito restritos com esta mitsvá! 
"Evitem ingerir sangue, não porque possam achar isso repugnante, mas porque vocês desejam agir conforme ‘o que é certo aos olhos de D’us ’".

Este princípio se aplica a todas as mitsvot: É importante procurar conhecer o porquê das mitsvot, mas é preciso lembrar que o significado é apenas um acessório, e nunca pode se tornar o motivo principal para seguir a Torá. A intenção essencial é obedecer à D’us. 

 

No tangente a transfusão de sangue  o principio é simples salva uma vida, tudo que fica entre a Torah e vida se escolhe a vida, somente como 3 exeções que é a Idolatria, prostituiçao e assasinato em que a opção da vida é descartada.



Abater animais e aves conforme as leis da Torá

D’us ordenou: "Existe apenas uma maneira casher de abater um animal para alimento: cortando a faringe e o esôfago."

D’us ensinou a Moshê o ponto exato onde deveria ser cortado. D’us acrescentou também outras leis.

Um shochet é um judeu que abate animais de acordo com a lei da Torá. Ele precisa conhecer bem as leis. Deve conferir sua faca antes de fazer o trabalho, para que o corte seja suave. 

O que acontece se um shochet esqueceu de examinar sua faca? Se a faca tiver qualquer falha, como uma saliência ou depressão, o animal que ele abateu não é casher. 

Um animal morto que não foi abatido de acordo com a Halachá (Lei Judaica) é chamado de nevelá. Não pode ser consumido.

Ser um shochet é um trabalho de muita responsabilidade. A melhor maneira de assegurar-se de que a carne ou ave é realmente casher é conhecer o shochet pessoalmente. Se isto não for possível, por exemplo, quando uma companhia emprega vários shochatim, deve-se descobrir se são todos honestos, tementes a D’us e peritos em Halachá. Antes do abate, o shochet recita a bênção: "Bendito és Tu, D’us, que nos santificou com suas mitsvot e nos ordenou a shechitá" 
Por que os animais devem ser abatidos desta maneira especial?

D’us não nos revelou a razão. Esta lei é conhecida como um choc (mitsvá cujo significado não nos foi revelado). Apesar disso, temos algumas explicações: A shechitá faz com que uma grande quantidade de sangue saia do animal. Esta mitsvá nos ajuda a evitar a ingestão de sangue.

O método indicado pela Torá para abater o animal é misericordioso, rápido e indolor. D’us não quer que o animal sinta dor e sofra.

O cumprimento desta mitsvá é benéfico; elevando-nos espiritualmente e nos aproximando de D’us.

 

 

Falsos profetas e missionários

Devemos obedecer somente à um profeta de D’us. Moshê nos advertiu: "Não dêem ouvidos ao falso profeta!" 

Como podemos saber quem é um falso profeta? 

1 – Aquele que alega que um ídolo fala com ele é um falso profeta. Devemos cortar toda relação com alguém assim. Um Bet Din (Tribunal Rabínico) deve sentenciá-lo à morte.

2 – Um profeta que proclama que D’us nos ordenou deixar de cumprir qualquer mitsvá para sempre, é falso.

Ele poderia nos dizer: "Farei um milagre para provar que D’us realmente falou comigo." 

Moshê alertou os compromissados com a Torah: "Não acreditem nele, mesmo se prever acontecimentos futuros! Não confiem nele mesmo se realizar maravilhas nos céus ou na terra. Não se impressionem mesmo se ele parar o sol! Não se influenciem por milagres de um falso profeta! Ele é um impostor!"

Como o Maimônides codificou, um dos treze princípios da fé judaica, é o conceito que a Torá nunca poderá ser mudada, não importa quantos milagres sejam realizados por um profeta. A nossa fé não é baseada em milagres.

" Se vocês se perguntarem: "Por que D’us o permite realizar milagres? Esse na verdade é um teste ao qual D’us nos submete. D’us está pondo à prova nossa lealdade a Ele. Se não seguimos um profeta falso, estaremos demonstrando um verdadeiro amor por D’us."

Missionários

O messit, instigador, é aquele que influencia outros a servir ídolos. É pior influenciar outros a adorar ídolos que servi-los por conta própria.

Moshê alertou: "Se qualquer judeu - até mesmo um parente seu muito próximo como um pai ou uma esposa - lhe propuser: ‘Vamos deixar de lado a tradição dos nossos antepassados e servir um dos deuses dos outros povos.’ Rejeite imediatamente sua proposta"

"Você poderá pensar: ‘’Não vou ouvi-lo e certamente não servirei ídolos. Porém ficarei quieto, não direi a ninguém que ele tentou me influenciar a adorar ídolos’. Esta atitude é um erro. Não deves protegê-lo de nenhuma maneira." 

A Torá decreta leis muito severas à respeito de um "instigador" ou "missionário", que tenta convencer nosso povo a aceitar deuses estranhos. Apesar da sermos ordenados a amar todo judeu, o messit não está incluído na mitsvá de "Amarás ao teu próximo". Ele é uma exceção. Levar outros à idolatria é tão grave, que a Torá não tolera este indivíduo. Este pecador pode ser um parente muito querido, mesmo assim a vítima é obrigada a denunciá-lo ao Bet Din, que irá condená-lo à morte. 

Moshê continuou: "Nem deverás pensar: ‘Não quero testemunhar contra ele. Me sinto culpado de causar sua morte.’ Isto também é um erro. É uma mitsvá ajudar o Bet Din a executar um messit." 

Um messit é pior que um assassino. Um assassino tira a vida de uma pessoa apenas neste mundo, mas o messit prejudica a pessoa também no mundo vindouro. 

Um messit pode ocultar parcialmente suas verdadeiras intenções e tentar persuadir outros com palavras gentis e amorosas. Os missionários são alguns dos atuais messitim. Eles tentam convencer judeus ignorantes (e às vezes também necessitados), a abandonem a Torá. Uma boa maneira de combatê-los é ajudar financeiramente organizações que resgatam judeus das mãos de missionários.

 

 

Ir hanidachat e leis de cashrut

Moshê continuou com o assunto de adoração de ídolos:

"Pode acontecer que a maioria das pessoas  de uma cidade seja persuadida a adorar ídolos."

Se os juízes do Sanhedrin ouvirem tal coisa, devem verificar a veracidade desta notícia. Se as testemunhas declararem que a maioria dos habitantes serviram ídolos, a cidade e tudo que ela conter deve ser destruído. Isso é chamado ir hanidachat – uma cidade que foi convencida a adorar ídolos. 

"Todos aqueles que servem ídolos devem ser condenados à morte pelo Bet Din. Aquele que não o fez pode deixar a cidade. Entretanto, quando a cidade for destruída, seus pertences devem ser destruídos também. Ninguém tem permissão de usar coisa alguma da cidade. A cidade é queimada e jamais poderá ser reconstruída."

De acordo com alguns de nossos sábios, jamais existiu uma ir hanidachat e jamais haverá uma. (Seria impossível preencher todas as condições). Mesmo assim, a Torá ordenou esta mitsvá para nos ensinar a gravidade da adoração de ídolos.

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Animais casher e não-casher

Na Parashá Shemini no livro de Vayicrá, aprendemos que os judeus podem ingerir animais e peixes apenas se estes tiverem dois sinais indicando que são casher. Moshê agora repete estas leis. Acrescentou também novas leis, e advertiu os judeus novamente a não misturarem leite e carne.

A Torá enumera apenas dez espécies de animais terrestres casher que possuem patas fendidas e ruminam; e quatro animais que não são casher por terem apenas um desses sinais. Vale salientar que não existem outras espécies que tenham só uma dessas características. 

Os comentaristas observam que isto demonstra a origem Divina da Torá, pois um legislador humano jamais arriscaria ser refutado por descobertas de outros animais para ele desconhecidos, àquela época. 

Rashi explica porque vários animais são proibidos aos judeus. A missão espiritual do povo judeu é unir-se à Fonte Primordial de vida espiritual. Conseqüentemente, os judeus devem abster-se de consumir quaisquer alimentos que o Intelecto Divino saiba ser um obstáculo para atingir seu sublime objetivo. 

Numa parábola encontrada no Midrash, um médico veio visitar dois pacientes. Para o primeiro ele disse: "Você pode comer tudo o que quiser." Para o outro ele prescreveu uma dieta detalhada e rigorosa. Logo, o primeiro paciente morreu, e o segundo recuperou-se. O médico explicou que não havia esperança para o primeiro, não havendo, portanto, razão para negar-lhe alimentos dos quais gostava. Porém o segundo paciente estava basicamente saudável, por isso era importante ministrar-lhe uma dieta que recuperasse suas forças e plena saúde. 
É assim com o povo de Israel. Sendo que o povo judeu possui o potencial para a vida espiritual, D’us "prescreveu" alimentos que incrementam seu crescimento espiritual.

A importância da cashrut 

A Torá enfatiza a razão da cashrut com termos bastante claros: ao observar as leis de cashrut, o judeu consegue elevar-se na escada da santidade. 
Apesar de que o dano que os alimentos proibidos causam não é físico, todavia, impedem que o coração capte e atinja os elevados valores da alma através do estudo da Torá.

O alimento não-casher contamina a alma de forma que exame físico algum consegue detectar, e cria um impedimento entre o judeu e sua percepção de D’us. Gradualmente, este consumo constrói uma barreira que bloqueia e impede sua compreensão da santidade. 

Assim como alguém que está constantemente exposto à música alta e forte barulho, lenta e imperceptivelmente, porém com certeza, sofre perda de sua capacidade de ouvir sons delicados e de detectar modulações sutis; a Torá nos diz que da mesma forma, se um judeu ingere alimentos não casher, ele mina e entorpece suas capacidades espirituais, e nega a si mesmo plena oportunidade de santificar-se.

Quem consome alimentos proibidos torna-se incapaz de perceber suas perdas e não entende a lógica destas proibições. Assim como quem vive tomando analgésicos, acha estranho que outros chorem de dor e sensações que ele não sente. Analgésicos entorpecem os nervos assim como alimentos proibidos entorpecem os chips espirituais.

Por esse motivo, mesmo uma criança pequena deve evitar comer alimentos proibidos, para que seu potencial espiritual não seja prejudicado.

 

 

Maasser e o ano de Shemitá

Maasser Rishon - O Primeiro dízimo

Moshê também ordenou Benê Yisrael a separarem maasser (um décimo) dos produtos que crescem em Êrets Yisrael. 

O Midrash nos ensina que um judeu que ingere alimentos dos quais não foi separado o maasser, é como se tivesse comido carne não casher!

"Se vocês produzirem vinho, cereais, ou azeite, devem sempre separar o dízimo antes de comê-lo," lembrou Moshê. "Se vocês derem o maasser aos levitas, D’us os abençoará com riquezas."

Maasser sheni / O segundo dízimo

Como aprendemos, um judeu tinha que separar um décimo de sua colheita. Dava-o a um levita. Após o primeiro maasser, cada fazendeiro tinha que separar outro décimo de sua produção. Era chamado maasser sheni, o segundo maasser. 

O que ele fazia com o maasser sheni?


O agricultor e sua família viajavam a Jerusalém com sua produção de maasser sheni e a comiam lá. Se fosse muito oneroso transportar a produção para Jerusalém, o proprietário podia trocá-la por dinheiro. Levava o dinheiro então para Jerusalém e com ele, comprava alimentos para si e para sua família.

Por que D’us desejava que os judeus comessem maasser sheni em Jerusalém?

A Torá explica: "Isso os ensinará a temer D’us."


Na época do Bet Hamicdash, uma visita a Jerusalém era uma experiência maravilhosa. No Bet Hamicdash, um judeu podia sentir a presença Divina e até mesmo presenciar milagres. Podia visitar os juízes no Grande Sanhedrin, os grandes sábios da nação. E podiam admirar os tsadikim que lá viviam.

Quando um judeu retornava de sua viagem de "maasser sheni" em Jerusalém, sentia-se tão entusiasmado que isso o ajudava a cumprir melhor as mitsvot.

Maasser ani - O dízimo para os pobres

No primeiro, segundo, quarto e quinto anos de cada ciclo de sete, o fazendeiro tinha que separar o maasser sheni e comê-lo em Jerusalém. No terceiro e sexto anos, o agricultor tirava maasser ani (dízimo para os pobres) ao invés do maasser sheni. Esta décima parte era para as pessoas necessitadas, que vinham ao seu campo reivindicá-lo.


Shemitat kessafim - O cancelamento de dívidas

Moshê ensinou a Benê Yisrael sobre outra mitsvá que está relacionada com chêssed (bondade). Aprendemos que cada sétimo ano é um ano shemitá (sabático) em Êrets Yisrael, quando o solo repousa. Entretanto, há uma lei de shemitá que deve ser mantida mesmo fora de Êrets Yisrael.

Nesta parashá, a Torá (Devarim XV:2) diz: "Ao fim de cada sete anos farás o ano sabático. E este é o procedimento da shemitá: cada credor perdoará tudo o que emprestou a seu semelhante; nada exigirá dele."

Esta passagem significa que é proibido cobrar dívidas particulares durante o ano sabático. Isto se aplica tanto na Terra de Israel quanto fora dela (enquanto que as leis agrícolas de shemitá aplicam-se somente à Terra Santa).

Portanto, depois que passou o ano shemitá, um judeu que emprestou dinheiro a outro não pode mais pedir que lhe devolva o empréstimo. Pode exigir o pagamento apenas até o último dia do ano anterior, véspera de Rosh Hashaná. Se Rosh Hashaná passar e o empréstimo não foi quitado, o pagamento não pode ser exigido. (Porém, se o devedor, espontaneamente, oferecer este valor como um presente, o credor pode aceitá-lo. Esta seria a conduta correta).

D’us nos deu esta lei para nos ensinar uma lição. Ele deseja que percebamos que é Ele o dono de tudo que possuímos, bem como nosso dinheiro.

O que acontece se um judeu precisa pedir dinheiro emprestado ao final de um ano anterior a shemitá? Aquele que empresta pode pensar: "Estou certo de que ele não poderá me pagar antes do início do ano de shemitá. Poderei perder meu dinheiro." 

Se a pessoa que precisa de um empréstimo é pobre, terá dificuldade em achar alguém que deseje emprestar-lhe dinheiro. 

Já na época do Talmud, muitas pessoas deixavam de emprestar dinheiro quando o ano de shemitá se aproximava. Para resolver este problema, o ilustre erudito e líder Hilel instituiu uma fórmula que permite reclamar o pagamento mesmo depois do sétimo ano, denominada Peruzbul. Consiste no credor transferir suas dívidas a uma corte rabínica antes do ano sabático. A dívida, então, deixa de ser individual, tornando-se passível de cobrança (conforme a própria lei da Torá estipula) durante ou após o ano de shemitá.

Embora pessoas em particular não possam pedir o pagamento após shemitá, o Beit Din sempre tem permissão de reclamar este pagamento. Assim, os necessitados conseguirão empréstimos sempre, inclusive antes de um ano de shemitá.

É aconselhável que cada um faça um peruzbul antes da shemitá (mesmo quem não tenha empréstimos pendentes para receber ou que não se importe de quitar os que tem), demonstrando assim o respeito por uma ordem de nossos sábios e, ao mesmo tempo, cumprindo um decreto rabínico que só ocorre a cada sete anos. Não há nenhuma exigência de especificar as dívidas; somente declarar sua transferência à corte rabínica. O peruzbul pode ser lido perante um Tribunal Rabínico, por ocasião de hatarat nedarim (anulação das promessas) na véspera de Rosh Hashaná. Logo após o texto da anulação das promessas, deve-se recitar: "Entrego-lhes todos os meus créditos para que eu possa cobrá-los quando desejar." 

Neste caso não há necessidade de escrever ou assinar o peruzbul. Ou então, antes da véspera de Rosh Hashaná, deve-se enviar para um tribunal rabínico um documento assinado e datado com o seguinte texto:

"Eu, abaixo assinado, entrego aos senhores..., membros do Bet Din na cidade de..., todos os créditos que tenho de outrem, seja por documento ou oralmente, a fim de que possa cobrá-los quando desejar."

O peruzbul também deve ser repetido ao final do ano de shemitá.

 

 

A mitsvá da tsedacá e suas leis

Moshê explicou: "Se todo o povo judeu guardar as mitsvot, não haverá pessoas pobres entre vocês. Jamais precisarão emprestar dinheiro a outro judeu, nem precisarão dar tsedacá. 

"Porém sei que as futuras gerações não serão tão justas. Por isso, haverá pessoas pobres, e vocês precisam conhecer as leis de tsedacá."

Moshê explicou esta mitsvá aos judeus que entrariam em Êrets Yisrael. No deserto, não houvera necessidade de dar tsedacá porque cada judeu recebia maná para as refeições e porque todos tinham roupas para usar.

Sobre mitsvá de tsedacá, a Torá diz nesta parashá: ""Abra a sua mão - patuach tiftach et yadechá’. Seja caloroso e generoso com seus irmãos".

A Torá adverte em relação à ao medo natural humano de não poder gastar com caridade ou empréstimos. Um judeu nunca deve se perguntar se deve ajudar ou não, somente para quem e como oferecer ajuda, porque o ajudante definitivo dos pobres e ricos é o próprio D’us.

A Torá dirige-se a dois tipos de pessoas. Àquele que não consegue decidir se vai ou não doar, D’us diz: "Não endurecerás o seu coração". E, para alguém que deseja dar, mas no último instante volta atrás, D’us diz: " Não fecharás sua mão".

O versículo conclui com um aviso implícito para aquele que se mantém insensível: "O indivíduo diante de você é ‘seu irmão necessitado’. Se você rejeitar sua solicitação, você é aquele que poderá acabar se tornando o ‘irmão’ dele na pobreza". 
O homem pobre clama a D’us quando suas súplicas por tsedacá permanecem sem resposta. D’us escuta seus gritos sentidos e pune o avarento que não lhe forneceu tsedacá.

Uma parábola

O adágio popular diz: "A carga que um camelo suporta depende de sua força". D’us espera que a pessoa doe tsedacá proporcionalmente à abundância com que foi abençoada.

De fato, uma pessoa é afortunada se doa tsedacá com generosidade. A seguinte parábola ilustra esse ponto:

Dois carneiros estavam às margens de um rio, olhando desconfiados para as ondas espumantes. Será que conseguiriam atravessá-lo a nado, alcançando a verdejante campina que lhes acenava do outro lado?

Ambos mergulharam e começaram a nadar vigorosamente. Contudo, enquanto um carnerinho mantia o ritmo, o outro logo cansou-se, conseguindo manter sua cabeça fora da água com muita dificuldade. Não demorou muito e foi tragado pela forte correnteza. 

Para azar desse carneiro, sua longa pelagem acabou sendo um empecilho, tornando-se uma pesada carga ao molhar-se. O outro carneiro, no entanto, estava tosquiado. Era leve, locomovia-se com facilidade, conseguindo, assim, sobreviver.
Nossos sábios aconselham a pessoa atravessar ao "outro lado" com pesos leves; ou seja, a livrar-se do dinheiro extra, distribuindo-o para tsedacá. Se a pessoa, em vez disso, guardar e acumular dinheiro, por fim este o arrastará para baixo. Pois ela não utilizou sua fortuna conforme os ensinamentos da Torá.

O fiador do empréstimo

Um filósofo perguntou a Rabi Gamliel: "Sua Torá lhes ordena a dar tsedacá freqüentemente, e não ter receio de comprometer sua situação financeira. Mas esse receio não é algo natural? Como alguém pode dar seu dinheiro sem se preocupar se deveria ou não poupá-lo para uma hora de necessidade?

Rabi Gamliel, então, indagou: "Se lhe pedissem um empréstimo, você me concederia?" 

"Depende de quem está pedindo," respondeu o filósofo. "Se o requerente for um estranho, eu teria medo de perder meu dinheiro."

"E se o requerente apresentasse fiadores?", perguntou Rabi Gamliel.

"Bem, se eu soubesse que são confiáveis, concordaria," replicou o filósofo. 

"Deixe-me perguntar-lhe", continuou Rabi Gamliel, "como você se sentiria se o requerente apresentasse o chefe do governo como fiador?"

"Certamente eu lhe emprestaria o dinheiro, sob estas circunstâncias, pois estaria completamente seguro de que meu empréstimo está garantido," declarou o filósofo.

Rabi Gamliel explicou: "Quando alguém dá tsedacá, ele na verdade concede um empréstimo garantido pelo Criador do Universo. As escrituras dizem: "Aquele que dá ao pobre com benevolência empresta a D’us, Que lhe retribuirá tudo o que lhe é devido." (D’us pagará ao benfeitor neste mundo, restituindo-lhe o ‘empréstimo’, e guarda a recompensa completa para o mundo vindouro.) Ninguém é tão honrado e digno de confiança como o Criador; se Ele garante que restitui o dinheiro ao doador: por quê alguém deveria hesitar em dar tsedacá ? 

 

Ninguém nunca ficou pobre por dar tsedacá. 

De fato, a verdade é o oposto, de acordo com o versículo: "Aquele que dá tsedacá ao pobre, nada lhe faltará". D’us restitui o dinheiro gasto em tsedacá, ao passo que o dinheiro sonegado ao pobre, ao fim, será perdido. 


Como D’us recompensa quem doa grandes quantias para tsedacá 

Rabi El’azar, Rabi Yehoshua e Rabi Akiva percorriam o país a fim de coletar uma vasta soma para sustentar os estudiosos da Torá carentes.

Eles chegaram aos arredores de Antióquia, lar de Aba Yudan, o famoso magnata e filantropo. Quando Aba Yudan viu os sábios se aproximando, empalideceu de vergonha e pesar, pois havia perdido todo o seu dinheiro, e não poderia ajudá-los.

Sua esposa ficou chocada ao ver que sua aparência mudara tão drasticamente, e indagou-lhe a razão. 

"Os sábios estão visitando nossa vizinhança," ele respondeu, "e não tenho posses para fazer-lhes um donativo."

Sua esposa, que era ainda mais generosa que ele, aconselhou-o: "Venda metade do campo que nos restou, e dê o dinheiro aos sábios." (Este era um ato de bondade não requerido pela lei.)

Ao receberem seu presente, os sábios o abençoaram: "Que o Todo-Poderoso reponha sua perda!"

Mais tarde, enquanto Aba Yudan estava arando a parte que lhe restou do campo, sua vaca caiu num buraco e quebrou a perna. Ao entrar no buraco para socorrê-la, D’us iluminou os olhos de Aba Yudan, e de repente ele avistou um tesouro enterrado naquele buraco. Cheio de júbilo, exclamou: "Minha vaca machucou-se para meu benefício!"

Da próxima vez que os sábios visitaram aquela vizinhança, indagaram: "Como está Aba Yudan?"

Responderam-lhes: "Aba Yudan possui escravos, rebanhos de carneiros e cáfilas de camelos. Não temos palavras para descrever sua fantástica fortuna!"

Aba Yudan soube da chegada dos sábios e foi dar-lhes as boas-vindas. "Suas preces em prol de meu sucesso foram muito benéficas," disse-lhes. "D’us não apenas repôs o dinheiro que dei a vocês, como abençoou-me com muito mais do que jamais tive!"

Eles retrucaram: "Seu sucesso se deve aos seus próprios atos de tsedacá. Já que você deu tsedacá com tanta generosidade, D’us considerou-o merecedor de Suas bênçãos."

Sobre ele os sábios citam o versículo: "Um presente generoso (para tsedacá) acarreta que seu sustento seja ampliado."

O poder da tsedacá

Tsedacá pode prolongar a vida de uma pessoa. 
Três atos têm o poder de abolir os decretos dos céus: 

1. Arrependimento (teshuvá) 
2. Dar tsedacá
3. Orações (tefilá) 

Halachot (leis) referentes a tsedacá

  • Se alguém tem parentes pobres, a prioridade é ajudá-los. A seguir, ele deve dar tsedacá aos seus vizinhos pobres; e então aos pobres de sua cidade. Se for preciso escolher entre dar tsedacá para pobres de uma outra cidade, e a pobres de Êrets Yisrael, os pobres de Êrets Yisrael têm prioridade.

  • A mitsvá de tsedacá abrange dinheiro ou alimentos.

  • O valor mínimo a ser doado para tsedacá é um décimo dos rendimentos.

  • Quando não tiver dinheiro consigo para contribuir, ao menos seja amável com o pobre. As bênçãos que uma pessoa recebe por confortar uma pessoa necessitada são ainda maiores que aquelas recebidas por dar tsedacá.

  • A tsedacá deve ser dada de maneira amigável, acompanhada de palavras encorajadoras. Aquele que doa irritado ou com raiva, mesmo que sejam altas somas, perde o mérito da mitsvá.

  • Uma pessoa não deveria jamais sentir-se mal por dar tsedacá. A mitsvá deve ser cumprida com alegria. Aquele que dá tsedacá ganha mais que a pessoa que a recebe.

  • Se o pobre está constrangido por receber tsedacá, é preciso encontrar uma maneira de poupar-lhe embaraços. Por exemplo, pode-se dizer que o dinheiro é um empréstimo. Mais tarde, podemos informá-lo que, na realidade, não é necessário que devolva esta soma.

  • A maneira mais sublime de cumprir a mitsvá tem lugar quando o doador não conhece quem recebe a tsedacá, tampouco quem recebe conhece o doador (evitando, assim, que quem recebe fique envergonhado).

  • A maior tsedacá é evitar que um colega judeu tenha de aceitar tsedacá. Se alguém puder encontrar-lhe um emprego adequado, juntar-se a ele como sócio, ou emprestar-lhe dinheiro a fim de torná-lo auto-suficiente, este doador realizou a melhor e mais elevada forma de tsedacá.

  • Ao pensar em como distribuir dinheiro particular para tsedacá, deve-se dar prioridade aos pobres que esforçam-se no estudo da Torá. Assim como os maasrot (dízimos) sustentavam os cohanim e leviyim que faziam o serviço no Bet Hamicdash, também devemos separar um décimo de nossa renda para os estudantes da Torá em necessidades financeiras.

 

Um bom investimento 

Rabi Tarfon, que era um homem muito rico, não dava tsedacá proporcionalmente à sua fortuna.Rabi Akiva propôs-lhe a seguinte questão: "Você quer que eu invista uma parte de seu dinheiro em imóveis?" Rabi Tarfon concordou, e deu-lhe quatrocentos dinares de ouro. Rabi Akiva pegou o dinheiro e distribui-o entre os pobres. 

Depois de algum tempo, quando Rabi Tarfon pediu-lhe para ver seus imóveis, Rabi Akiva conduziu-o ao Bet Hamidrash (casa de estudos), abriu o livro de Tehilim, e leu: "Aquele que distribuiu amigavelmente e deu aos pobres, sua virtude e retidão perdurarão para sempre." (Tehilim, 112:9) "Foi assim que investi seu dinheiro."

Rabi Tarfon beijou-o e exclamou: "Você é meu mestre e professor. É mais sábio que eu, e ensinou-me a lição da maneira correta."

A fim de realmente demonstrar sua aprovação, Rabi Tarfon deu mais dinheiro a Rabi Akiva, para doar aos pobres. 

De fato, Rabi Akiva não enganou Rabi Tarfon quando descreveu o ato de dar tsedacá como "investimento em imóveis". Quando alguém dá tsedacá neste mundo, está investindo numa casa para sua alma no mundo vindouro.

Mais idéias sobre tsedacá

Maimônides, o Rambam, escreve: "Nunca houve dez judeus que morassem no mesmo local e não estabelecessem um fundo de tsedacá.

"Nós, o povo judeu, precisamos garantir o cumprimento da mitsvá de tsedacá de maneira elevada, pois ela nos caracteriza como a virtuosa e bondosa semente de Avraham, sobre quem D’us declarou: ‘Pois Sei que ele ordenará seus filhos e descendentes depois dele a fazer tsedacá.’"

Quanto agradecimento e louvor uma pessoa deve ao Criador, por possibilitar-lhe estar entre os que dão tsedacá a outros! 

A pessoa deve perceber, contudo, que todo o dinheiro que controla, em realidade, não é "seu", mas do Criador. Se D’us confiou-lhe riqueza, é para testar se dará tsedacá com generosidade, e com as intenções apropriadas.

O servo judeu e Shalosh Regalim

Moshê continuou com outra mitsvá de chêssed.

Aprendemos que se um judeu furta dinheiro e não pode pagá-lo, o Beit Din vende o ladrão como servo. O dinheiro da venda cobre o furto. O servo judeu deve servir ao amo por seis anos. Então ganha sua liberdade, no ano Sabático, shaná Shemitá.
Moshê ensinou: "Quando seu servo judeu vai embora, você deve provê-lo com carne, pão e vinho."

Nossos sábios estabeleceram a quantidade exata que cada um deve dar ao escravo judeu.D’us ordenou esta mitsvá como um ato de bondade ao servo judeu. Quando torna-se livre, não possui dinheiro. Com estes presentes, tem suprimentos para iniciar uma nova vida.

As três festas de peregrinação" Shalosh Regalim" 

Depois de ter exortado os judeu a trazerem seu dízimo a Jerusalém, a Torá agora menciona as três festas quando os judeus faziam peregrinações à Yerushaláyim. 
A Torá repete aqui a obrigação de cada homem viajar ao Bet Hamicdash em Pêssach, Shavuot e Sucot.

"Durante estas épocas tão essenciais, compareça ao Bet Hamicdash, para que você saiba que D’us é o Mestre que controla as leis da natureza e sustenta o mundo. Agradeça a Ele, e obedeça Seus mandamentos".

A Torá promete que D’us protege as posses dos que deixam seus lares para cumprir esta mitsvá. D’us declara: "Os judeus que abandonam seu ouro, prata e outros bens a fim de saudar a Shechiná estão sob Minha proteção."

Dois ricos irmãos de Ashkelon tinham invejosos vizinhos não judeus, que planejavam roubar suas casas quando de sua próxima visita a Yerushaláyim.

Aparentemente, os irmãos descobriram o plano perverso, pois os vizinhos notaram que, naquele ano, os irmãos não viajaram para Yerushaláyim. E quão surpresos os vizinhos não ficaram então, quando os irmãos vieram e os obsequiaram com presentes.

"O que estão comemorando?" - indagaram.

"Voltamos de Yerushaláyim e trouxemos - lhes estas lembranças," responderam os irmãos.

Os vizinhos ficaram boquiabertos de espanto. "De Yerushaláyim?!" - exclamaram. "Mas vimos vocês entrando e saindo de casa todos os dias! Quando vocês partiram?"

"Na data tal, " retrucaram os irmãos. 

"Abençoado o D’us dos judeus, Que não os abandona", exclamaram os vizinhos. "Pretendíamos arrombar suas casas quando vocês se ausentassem, mas o D’us em Quem vocês crêem e confiam enviou anjos para protegê-los."

 

Alegria em Yom Tov 

Infelizmente, hoje não temos mais o Bet Hamicdash, por isso não podemos cumprir esta mitsvá. Mas há uma outra mitsvá que podemos cumprir em Yom Tov: a mitsvá de nos alegrarmos em Yom Tov.

Como podemos cumpri-la? 

Oferecendo a cada membro da família algo que anime seu espírito (roupas e jóias para as mulheres, guloseimas para as crianças, e assim por diante).

No entusiasmo e movimentação para os preparativos que precedem cada yom tov, é muito fácil esquecermos das pessoas mais necessitadas.

Moshê disse a Benê Yisrael: "Compartilhem sua felicidade com aqueles que têm menos. Convide-os à sua casa ou ofereça-lhes donativos de acordo com suas posses para que tenham o bastante para Yom Tov".

A Torá ordena que os menos afortunados sejam incluídos na alegria de Yom Tov: os levitas (hoje em dia, os pobres), convertidos, órfãos e viúvas. 

D’us diz: "Seu lar abrange quatro tipos de membros: seus filhos, filhas, servos e servas; e Meu lar abrange quatro: os levitas, os convertidos, os órfãos e as viúvas. Se você encorajar o espírito dos membros do Meu lar, então Eu alegrarei os teus e os Meus."

Como devemos comemorar Yom Tov? Comendo, bebendo e descansando, ou estudando Torá? 

Rabi Yehoshua ensina: "Divida seu Yom Tov. Despenda uma parte dele em deleite físicos, e uma parte no Bet Hamidrash (casa de estudos)

 

 


 

Por que para vocês não existem profetas?

Existiram 48 profetas de Israel ao longo de nossa história. Yehoshua, Pinchás, David, Shmuel, Elyahu, Yoêl, Amós, Ovadya, Yoná, Chavacuc, Nachum, Zecharyá, Mal'achi,Yesha'yáhu, Yirmiyáhu, Yechezkel, foram alguns deles. O Tanach (Pentateuco, Profetas e Escrituras) está repleto de profecias. Assim, as palavras dos profetas continuam nos guiando através do Tanach. Interessante notar que da mesma forma como muitos homens experimentaram a profecia, também houveram profetisas. Em muitos casos, elas atingiram níveis até mais elevados que os homens. Houveram sete profetisas conforme se encontram mencionadas na Torá: Sara, Miriam, Débora (Dvora), Hana, Abigail, Hulda e Esther.

No entanto, hoje em dia não existe mais profetas, pois nosso mundo não se encontra mais em um nível tão elevado. O que existe é a presença de pessoas muito especiais em cada geração que possuem Ruach Hacodesh, isto é, um nível muito elevado de santidade que faz com que possam dar sábios conselhos e prever certas coisas de antemão. Não se tratam de profecias, mas sim da expressão e revelação de seu profundo conhecimento de Torá. São pessoas que estudam constantemente e observam os ensinamentos de D'us, cuidam detalhadamente para não violar uma única lei, tentam ao máximo e constantemente cumprir todo e qualquer mandamento da Torá, vivem livres de qualquer pecado, em pensamento e ação, completamente ligadas em fazer o bem aos outros sem pensar em si próprias, nutrem um amor profundo a D'us com profundo conhecimento de Sua essência, entre outras qualidades, raras de serem encontradas em pessoas. É o conjunto destas características, habilidades e concentração profunda à serviço de D'us que tornam uma pessoa Divinamente inspirada, diferente, no entanto, dos profetas, cujas visões vinham diretamente de D'us ou primeiramente através de um anjo. 

Embora muitas pessoas tivessem o dom da profecia, a Torá apenas menciona aqueles que deixaram uma mensagem para todas as gerações. Por esta razão nossos sábios salientam que além de Moshê e Aharon há 48 profetas mencionados na Torá. A profecia durou por 1000 anos em Israel, do tempo do Êxodo do Egito (2448; 1313 AEC) até 40 anos após a construção do Segundo Templo Sagrado (3448; 313 AEC). O espírito da profecia acabou naquele ano quando os últimos profetas, Hagai, Zecharyá(Zacarias) e Mal'achi (Malaquias), todos morreram no mesmo mês. É muito dificil ocorrer profecias quando a Arca Sagrada não se encontra em seu devido lugar no Templo Sagrado. Por este motivo, quando o Templo foi destruído, a profecia tornou-se muito rara.

Há diversos níveis de Inspiração Divina. O mais alto grau está logo abaixo do grau de profecia que somente será restaurado na era de Moshiach, quando a maioria dos judeus retornar à Terra Santa e for construido o Terceito Templo Sagrado em Jerusalém. Esperamos que seja em breve.