sucot

06/10/2014 02:19

 

 

 

 

 

 

 

    Um período alegre é iniciado com a festa de Sucot, compensando o solene período de Rosh Hashaná e Yom Kipur.

    Há mitsvot nas quais utilizamos apenas algumas partes de nosso corpo, por exemplo: a mitsvá de tefilin, filactérios, que envolve o braço e a cabeça; tefilá, prece, envolve a mente e o coração e assim por diante. Em Sucot, temos uma mitsvá (preceito) singular, que é a construção de uma sucá; a única mitsvá que literalmente envolve a pessoa de corpo inteiro, com suas vestes materiais.

    A sucá nos lembra das Nuvens de Glória que rodearam nosso povo durante sua peregrinações pelo deserto a caminho da Terra Prometida. Todos então viram a especial proteção Divina, que D'us lhes concedeu durante aqueles anos difíceis. Mas embora as Nuvens de Glória desaparecessem no quadragésimo ano, na véspera da entrada na Terra de Israel, nunca cessamos de acreditar que D'us nos dá Sua proteção, e esta é a razão de termos sobrevivido a todos nossos inimigos em todas as gerações.

A sucá

    Para que a pessoa compromissada com a torah não se esqueça de seu verdadeiro propósito na vida, D'us, em Sua infinita sabedoria e bondade, nos faz deixar nossas casas confortáveis nesta época, para habitar numa frágil sucá, cabana, por sete dias

    A sucá nos lembra que confiamos em D'us para nossa proteção, pois a sucá não é nenhuma fortaleza, nem ao menos fornecendo um telhado sólido sobre nossa cabeça. Lembra-nos também de que a vida nesta terra é apenas temporária.

As refeições na sucá

    Durante a festa de Sucot, os homens devem comer diariamente numa sucá (cabana) especialmente construída para este fim. Nestes sete dias, não é permitido comer fora da sucá qualquer refeição que contenha pão ou massa. Há aqueles que não costumam beber nem ao menos um copo de água fora da sucá.

    Nos primeiros dois dias e noites da festa, o kidush, prece sobre o vinho, antecede a refeição.     Nas duas primeiras noites, é obrigatório comer na sucá ao menos uma fatia de pão (além do kidush), mesmo que esteja chovendo. Nos outros dias, se chover, é permitido fazer as refeições dentro de casa.

Confiança em D'us

    Refletir sobre a sucá nos dá uma ampla visão do significado de fé em D'us e da extensão de Sua Divina Providência. Vamos para a sucá durante a Festa da Colheita depois de haver colhido o fruto dos campos.

    Se uma pessoa recebeu a bênção Divina e sua terra produziu com fartura, seus estoques e adegas estão repletos, alegria e confiança preenchem seu espírito - aí a Torá a leva a abandonar a casa e residir em uma frágil sucá, para ensina-la que nem riquezas, nem posses, nem terras são proteções na vida; somente D'us é que sustenta, mesmo os que habitam em tendas e cabanas e oferece uma proteção de confiança.

E se alguém está empobrecido e seu trabalho não conheceu a bênção Divina; se a terra não deu o seu produto, se o fruto da árvore não foi armazenado em celeiros e se está incerto e temeroso ao encarar o perigo da fome nos dias de inverno que se aproximam, também encontrará repouso para seu espírito na sucá.

    Lembrará como D'us hospedou-nos em Sucot no deserto; nos sustentou e nos abasteceu, não nos deixando faltar nada.

    A sucá o ensinará que a Divina Providência é segurança melhor do que qualquer bem material, pois não abandona os que verdadeiramente crêem em D'us. A sucá o ensinará a ser forte e corajoso, feliz e tranqüilo, mesmo na aflição e na dificuldade.


Nossos sábios procuram responder sobre o significado das Quatro Espécies, comparando-as aos quatro tipos de judeus que formam nosso povo.

O Etrog tem sabor e aroma, o Lulav tem sabor mas não tem aroma, a murta tem aroma mas não tem sabor e o salgueiro não possui nem um nem outro.

Da mesma forma também existem judeus que têm a seu crédito tanto as boas ações como o estudo da Torá; outros possuem apenas uma dessas virtudes e a outros ainda faltam-lhes ambas.

Assim como essas quatro variedades precisam ser reunidas para que seja cumprido o mandamento, assim também é necessário que as quatro categorias de judeus estejam unidas para formar uma comunidade, um povo.

A união é uma das bases da existência. Enquanto nos conservarmos unidos e um velar pelo bem-estar do outro, estará assegurado o futuro. Este é o intuito das quatro variedades de plantas - a reunião de todas as partes do povo, não excluindo os que desconhecem a tradição.

Quando seguramos as Quatro Espécies nas mãos, o Etrog, segundo a tradição, deve estar mais perto das Aravot do que das outras duas variedades. Com isto, mostramos que este não se recusa a se misturar com as espécies de menor valor, especialmente o salgueiro; o Etrog expressa a sua humildade e o desejo de união. Esta é a mais bela lição que as plantas nos oferecem.

Uma mensagem para o ano todoÉ preciso lembrar, no entanto, que apenas a união não é suficiente; cada um precisa esforçar-se para elevar-se à qualidade do Etrog. O que simboliza este? A sidra não tem, como as outras frutas, época certa de amadurecimento. É encontrada o ano todo.

Por outro lado, existem judeus cujo judaísmo e devoção dependem de certas condições ou épocas. Alguns, por exemplo, tornam-se religiosos nas horas difíceis - mas em tempos normais, quando tudo lhes corre bem, seu judaísmo não se manifesta. São os judeus de ocasião.

Outros seguem a tradição apenas em certos dias, por exemplo, nas Grandes Festas, mas durante o resto do ano mostram-se indiferentes à religião. São os judeus de temporada.

O verdadeiro judeu, no entanto, é aquele para quem o judaísmo não está condicionado a circunstâncias ou épocas. Este é representado pelo Etrog - "a fruta que pode ser encontrada na árvore o ano todo."

Dizem ainda os nossos sábios que as Quatro Espécies também representam a união dentro do indivíduo. O Etrog tem a aparência do coração; o Lulav da espinha dorsal; os Hadassím simbolizam os olhos e o salgueiro, a boca.

Todos os membros e sentidos devem estar unidos para desempenhar suas funções com perfeição. Se o coração sente uma coisa e a boca diz outra, o homem não é honesto. Se os olhos vêem a verdade e a espinha dorsal se curva diante da mentira porque esta é mais forte, o homem não é o que devia ser.

Mais uma lição nos traz o Etrog. A mitsvá principal em relação à sidra é que ela deve ser de propriedade da pessoa - de seu próprio jardim ou comprada com seu dinheiro. Com um Etrog alheio, não se cumpre o mandamento. O Etrog - coração do povo judeu - sempre deve ser dele mesmo, leal ao povo judeu e a D'us. Deve participar das alegrias e tristezas de sua gente. Se o coração do judeu está repleto de idéias e opiniões alheias, não é um coração judaico.

O Lulav - a espinha dorsal do povo judeu - deve também ser de sua propriedade, orgulhoso de sua lealdade para com os ideais de seu povo. Não deve se curvar nem se deixar influenciar pelos outros.

Os Hadassim - os olhos do povo judeu - devem sempre se dirigir para seu povo, à procura de meios para o ajudar. Se desviar o olhar e começar a imitar os outros, abandonará seus próprios valores.

A Aravá - a boca do judeu - deve ser primordialmente leal a si mesma. Quando um judeu calunia outro ou desdenha das tradições e ideais judaicos, espalha o ódio e o desprezo para com seu povo e causa vergonha a si mesmo. Uma boca judaica deve expressar os anseios do povo judeu, exigir todos seus direitos e defendê-lo de quaisquer ataques.

Aos judeus foi ordenado trocarem suas moradas por Sucot (cabanas) no dia 15 do sétimo mês do calendário judaico, Tishrei, em lembrança às Sucot nas quais D'us os instalou quando saíram do Egito. Entretanto pode-se perguntar: o Êxodo do Egito ocorreu em Nissan; seria, portanto, mais adequado lembrar o evento na sua época original - Nissan. Por que fomos ordenados a observar Sucot em Tishrei? Inúmeras razões foram dadas.

Durante Nissan, mês da primavera em Israel, o clima fica mais quente, usualmente saímos para ficar em cabanas. E é exatamente em Tishrei que as pessoas voltam a ficar em casa devido às chuvas e ao frio das noites. Portanto, quando neste período os judeus residem em tendas, fica claro perante todos que isto está sendo feito para servir a D'us e cumprir Sua vontade, como está escrito: "A fim de que as gerações saibam."

Nossos sábios também responderam à pergunta por que observamos Sucot depois de Yom Kipur: Em Rosh Hashaná D'us julga todos os habitantes do mundo; em Yom Kipur Ele sela o julgamento. E uma vez que possa ter sido decretado que Israel vá ao exílio, erigimos a sucá.

Outras razões foram apontadas pelas autoridades judaicas. Não comemoramos as nuvens de glória que rodearam o povo judeu quando da saída do Egito, uma vez que desapareceram com o pecado do bezerro de ouro. Comemoramos somente as nuvens de glória que retornaram - depois de Yom Kipur - e que continuaram durante os quarenta anos de permanência do povo no deserto.

Depois de Israel ter pecado com o bezerro e do desaparecimento das nuvens de glória, Moshê (Moisés) subiu aos Céus três vezes. Ao descer pela terceira vez, trouxe para Israel a mitsvá de erigir o Mishcan - Tabernáculo, como uma prova de que D'us havia se reconciliado com o povo e a partir de então iria habitar em nosso meio.

Em Yom Kipur, Moshê desceu do monte. No dia seguinte, está escrito: "Moshê reuniu toda a congregação dos filhos de Israel e disse... tomai de vós uma oferenda para D'us." Nos dois dias seguintes - dia 12 e 13 de Tishrei - eles trouxeram suas contribuições. No dia 14 de Tishrei, os artesãos que construíram o Mishcan receberam todas as contribuições de Moshê. No dia 15, começou a construção e, então, as nuvens de glória retornaram e formaram uma sucá - uma cobertura protetora - sobre o acampamento de Israel.

Conseqüentemente, determinou-se que ficássemos em tendas naquele dia. Da mesma maneira que D'us, por assim dizer, deixou os Céus e fez Sua Presença repousar no seio dos filhos de Israel, assim Israel mostra a D'us que também deixam suas casas e permanecem com Ele, numa sucá - na sombra protetora de Sua fé.

Durante os Dias de Reverência, de Rosh Hashaná a Yom Kipur, Israel pede perdão pelos pecados de todo o ano. Mas apesar do arrependimento ser aceito e os pecados perdoados, ainda nos preocupamos com pecados no passado. Normalmente, uma pessoa arrependida se sente como se não pudesse encontrar lugar no mundo. D'us então nos diz: "Desde que não conseguem encontrar um lugar, devido ao seu sentimento de culpa, Eu lhes farei um lugar. Venha a Mim e encontre proteção na Minha sombra - na sucá da Minha paz."

Uma das mitsvot especiais de Sucot é a mitsvá das Quatro Espécies: Etrog (cidra), Lulav (folha de palmeira), Hadassim (murtas) e Aravot (salgueiros). É um preceito bastante significativo e simboliza a unidade e a harmonia.

Quando são recitadas as bênçãos sobre elas, é costume sacudi-las aos quatro ventos e também para cima e para baixo, significando que D'us está em toda parte.

A tradicional prece Hoshaná (Ó salve!) que é recitada em cada um dos dias de Sucot (exceto Shabat), é acompanhada por uma sequência de movimentos com as Quatro Espécies ao redor da Bimá (mesa onde é colocada a Torá para sua leitura) na sinagoga.

É uma visão bela e impressionante. Podemos ter uma idéia sobre como era antigamente, com milhares e milhares de peregrinos judeus marchando em direção ao Templo Sagrado com lulavim nas mãos, ondulando com a brisa.

Os seis movimentos

A essência da mitsvá do Lulav é segurar as Quatro Espécies juntas na mão. Entretanto, a melhor maneira de cumprir esta mitsvá é balançar o Lulav em direção aos quatro pontos cardeais e também para cima e para baixo, sendo que cada suave chacoalhar do Lulav é constituído de três movimentos.

O Talmud explica o significado desses movimentos: "São movidas para frente e para trás, para Aquele a Quem pertencem as quatro direções; para cima e para baixo para Aquele de Quem são Céus e Terra. Isto significa que as Quatro Espécies são uma alusão a D'us ter criado toda a existência e que não há nada além d'Ele."

O Talmud também afirma: "Balançamo-las para frente e para trás para evitar ventos prejudiciais; e para cima e para baixo a fim de evitar orvalhos nocivos." Pois Sucot é a época do julgamento da água da chuva para todo o ano.

As Quatro Espécies dão uma expressão simbólica para as preces pela bênção d'água. Ao balançar as Quatro Espécies em todas as seis direções, simbolicamente falamos a Quem sustenta o mundo inteiro: "Da mesma forma que estas Quatro Espécies não podem existir sem água, assim o mundo não existe sem água. E quando o Senhor nos der água, não deixa que vento ou orvalho estraguem Sua bênção."

Se as Quatro Espécies não estiverem disponíveis pela manhã, é permitido recitar a bênção mais tarde, enquanto for dia.

Em direção a Jerusalém, segure o lulav (com hadassim e aravot) na mão direita (a espinha do lulav deve estar a sua frente) e recite a bênção abaixo. Em seguida, pegue o etrog na mão esquerda, mantendo lulav e etrog bem juntos e agitando-os levemente conforme explicado abaixo:

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu al netilat lulav:
Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou pegar o lulav.

Ao fazer a bênção das "quatro espécies" pela primeira vez, recite a seguinte bênção após a bênção anterior, antes de juntar o etrog com o lulav:

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, shehecheyánu vekiyemánu vehiguiánu lizman hazê:
Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos deu vida, nos manteve e nos fez chegar até a presente época.

OS MOVIMENTOS DAS QUATRO ESPÉCIES

As movimentações são feitas três vezes em cada direção da seguinte forma:

 

  1. para a direita;
  2. para a esquerda;
  3. para frente;
  4. para cima;
  5. para baixo;
  6. para trás.

  7. A cada movimento realizado, afastam-se as Quatro Espécies na direção especificada e são trazidas para junto do coração. Seguram-se as plantas com as duas mãos, sendo que o etrog deve ser completamente coberto com a mão esquerda; somente na terceira vez do último movimento o etrog é descoberto, enquanto o movimento é feito num ângulo maior do que nas duas primeiras vezes.

O Que é uma Sucá?

Uma sucá é uma construção temporária com um telhado de galhos, conhecido como sechach.
Durante quarenta anos, nossos ancestrais atavessaram o Deserto do Sinai antes de entrarem na Terra Prometida. Miraculosas “nuvens de glória” pairavam sobre eles, protegendo-os dos perigos e desconfortos do deserto. Desde então, lembramo-nos da bondade de D’us e reafirmamos nossa confiança em Sua Providência, fazendo todas as refeições e “morando” na sucá pela duração da Festa de Sucot (de 15 a 21 do mês hebraico de Tishrei) – fora de Israel, também no dia 22).
Comer na sucá é uma mitsvá abrangente, pois nosso corpo inteiro está dentro da sucá e envolvido no cumprimento desse preceito Divino.

Como Faço uma Sucá?

Uma sucá é essencialmente uma cabana ao ar livre coberta com vegetação. Porém há muitas orientações e exigências que devem ser respeitadas na construção, e sobre o local onde é erigida, a fim de que seja considerada “casher” – apropriada para o uso.
Existem excelentes kits de sucá pré-fabricada, numa variedade de tamanhos, em muitas lojas judaicas. Se você escolher o caminho menos aventureiro (e que economiza tempo), certifique-se que o kit sucá tem a correta certificação rabínica atestando que a sucá atende todas as exigências. A primeira coisa que você precisa fazer é selecionar o local adequado para sua sucá, para saber que tamanho comprar. Siga então as instruções do fabricante para a montagem, coloque dentro dela uma mesa e cadeiras – e está pronta! Se você preferir construir sua própria sucá à mão, veja abaixo.

Que Materiais Vou Precisar?

Se você está construindo a própria sucá, aqui estão os materiais que precisa:
As Paredes: As paredes de uma sucá podem ser feitas de qualquer material, desde que sejam firmes o suficiente para não se mover cm um vento normal. Você pode usar madeira, compensado ou painéis de fibra de vidro, tecidos à prova d’água presos a uma estrutura de metal, etc. Você também pode usar paredes pré-existentes (i.e., as paredes externas de sua casa ou garagem) como uma ou mais das paredes da sua sucá.

Cobertura do Telhado

A sucá precisa ser coberta com sechach – matéria vegetal sem acabamento. Os telhados comuns são: bambu, galhos de conífera, juncos, talos de milho, tiras estreitas (1X1 ou 1X2) de madeira sem acabamento, ou capachos especiais de sechach.

Você talvez precise também de algumas vigas de madeira para construir a estrutura sobre a qual colocar o sechach.

Iluminação (Opcional)

Se você quiser instalar um sistema de iluminação e sua sucá for construída perto de uma tomada, compre uma lâmpada com proteção contra chuva e cordão elétrico.

Cadeiras e Mesa

Lembre-se, você estará fazendo todas as suas refeições na sucá durante toda a Festa. Além disso, é uma mitsvá especial convidar pessoas para compartilhar sua sucá. Tente proporcionar espaço amplo e assentos para todos.

Decorações

Muitas comunidades decoram a sucá com pôsteres coloridos com temas das festas, ou pendurando frutas frescas ou outras decorações nas vigas. O costume Chabad é não decorar a sucá, pois a própria sucá é considerada como sendo um objeto de beleza.

Exigências Básicas para uma sucá “casher”

1) Feita pela Mitsvá

Uma sucá deve ser construída novamente a cada ano para o propósito da mitsvá. Esta exigência, no entanto, aplica-se basicamente ao sechach (telhado feito com ramos ou bambu), pois é o sechach que faz da sucá uma sucá. Assim, pode-se deixar as paredes de pé durante o ano inteiro, e colocar o telhado antes da festa. Além disso, se a sucá ficou de pé durante todo o ano, pode-se substituir o sechach, o que permite que a sucá seja considerada como nova.

2) Ordem da Construção

Deve-se primeiro levantar as paredes e somente então colocar a cobertura sechach. Se o sechach é colocada antes que haja paredes “casher” no local, a sucá é inválida, até que o sechach seja removido e re-aplicado.

3) As Paredes

Quantas paredes?
Uma sucá deve ter pelo menos duas paredes completas mais parte de uma terceira parede (a “parte” precisa ter um mínimo de 8 cm de largura). É preferível, no entanto, que a sucá tenha quatro paredes completas.

De que são Feitas as Paredes?

As paredes da sucá podem ser feitas de qualquer material, mas devem ser firmes para que não se movam com um vento normal. Pode-se usar paredes pré-existentes, como as paredes da garagem da casa, como uma ou mais das paredes. Uma estrutura já existente que não tenha telhado ou que tenha um teto removível pode também ser transformada em sucá, cobrindo-a com sechach adequado (veja abaixo).

Tamanho e Dimensões

As paredes devem ter pelo menos 80 cm de altura, e a estrutura inteira (i.e., a distância do telhado a partir do chão) não pode ser mais alta que 9 metros. Em comprimento e largura, uma sucá não pode ser menor que 50 cm por 50 cm (largura suficiente para abrigar a cabeça e torso de uma pessoa, e uma pequena mesa). Não há limite na largura de uma sucá.

Vãos nas Paredes

É melhor que a sucá tenha quatro paredes sólidas (além dos batentes e janelas). Contudo, sob determinadas condições, paredes incompletas podem ser aceitas, como se vê a seguir:

a) Se houver um vã entre a base das paredes e o chão, a base das paredes deve ter menos de 25 cm do solo.

b) Se as paredes tiver 80 cm de altura, o telhado deve ser mais alto (até a altura máxima de 9 metros acima do chão), desde que as paredes estejam abaixo do telhado.

c) Pode haver vãos de espaço vazio nas paredes, desde que essas tenha menos de 25 cm de largura. (Assim uma cerca feita de estacas na vertical ou horizontal pode ser usada, desde que os espaços entre as estacas sejam menores que 25 cm).

O Sechach (Cobertura)

O que pode ser usado como Sechach?
A sucá deve ser coberta com sechach, um telhado de matéria vegetal sem acabamento, Normalmente os telhados de sucá são galhos de bambu, junco, talos de milho, tiras estreitas (2 cm X 2 cm) de madeira sem acabamento, ou capachos especiais de sechach (veja abaixo).

Capachos feitos de bambu, palha ou outro material vegetal podem ser usados somente se forem feitos com o objetivo de servir de telhado (ex. Não para dormir, sentar ou qualquer outro uso).
Uma exigência importante é que o sechach seja cortado da fonte de crescimento – assim uma treliça viva, ou ramos presos à árvore, não podem servir como cobertura para uma sucá.

Quanto Sechach?

Deve haver sechach suficiente para proporcionar sombra, de modo que ao meio-dia deve haver mais sombra que sol refletido no piso da sucá. O sechach deve ser espalhado uniformemente sobre toda a sucá, para que não haja espaços maiores de 25 cm.

Apoio do Sechach

Tudo que estiver apoiando diretamente o sechach não deve ser feito de materiais que não sejam adequados para ser usados como sechach. Assim, se o sechach estiver apoiado diretamente sobre as paredes da sucá e as paredes não forem feitas de madeira, tiras de madeira devem ser colocadas entre as paredes da sucá e o sechach. Em sucot maiores onde é preciso haver uma estrutura de vigas é necessário apoiar o sechach, usando-se varas de madeira ou bambu, não metal. O sechach também não pode ser amarrado com arame ou preso com qualquer objeto de metal.

Refeições na Sucá

É especialmente importante comer pelo menos um k’zayit (cerca de 30 gramas) de pão na primeira noite da Festa na sucá, entre o anoitecer e a meia-noite. Prepare uma refeição e convide sua família e amigos para que eles também possam participar dessa mitsvá especial.

A seguinte bênção é recitada ao comer na sucá:

“Baruch Atá Ado-nai Elohenu Melech Haolam Asher Kideshanu Bemitsvotav Vetsivanu Leshev Ba-Sucá”:
Bendito sejas, Eterno nosso D’us, Rei do universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou sentar na sucá.

Deve-se olhar para o telhado, o sechach da sucá, ao recitar a bênção.

Na primeira e na segunda noites, aquele que recita o Kidush recita a bênção sobre a sucá ao final do Kidush. Todos os outros recitam a bênção após recitar a bênção sobre a chalá.

Para o restante da Festa, todas as refeições devem ser feitas na sucá. Muitos têm o costume de comer todo alimento ou bebida somente na sucá. Durante toda a Festa de Sucot, a bênção acima é recitada sempre que se fizer uma refeição que inclua pão, bolo ou outro alimento à base de cereais na sucá. É costume da maioria das comunidades também comer na sucá em Shemini Atsêret – o “oitavo dia” que se segue ao sétimo dia de Sucot – mas sem recitar a bênção especial.

A Bênção na Sucá

Ao ingerir na sucá ao menos 57,6 g de pão ou bolo ou tomar 86 ml de vinho, acrescente a seguinte bênção à bênção do alimento:

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu leshev bassucá.
Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou morar na sucá.

Leituras da Torá

Nos dois primeiros dias de Sucot
Porção: Vayicrá 22:26 - 23:44
Haftará do primeiro dia: Zecharyá 14
Haftará do segundo dia: Melachim 8:11-21

A mesma porção é lida nos dois primeiros dias de Sucot. É a conhecida porção que trata de Shabat e todos os dias festivos mais importantes, concluindo com a Festa de Sucot. Esta seção contém o mandamento das Quatro Espécies (etrog, lulav, mirta e ramos de salgueiro), bem como o mandamento de habitar numa cabana (Sucot).

A Haftará (porção dos Profetas lida após a leitura da Torá) no primeiro dia de Sucot é o último capítulo do Livro de Zecharyá. Contém uma profecia sobre aquele dia, que será um dia de ajuste de contas para as nações do mundo. O mundo inteiro estará envolvido numa guerra terrível. Neste dia D'us Se revelará em toda Sua Majestade, pois "D'us será Um e Seu Nome será Um".

Todas as nações do mundo reconhecerão a suprema soberania de D'us e farão peregrinações a Jerusalém para servi-Lo. O ponto alto da Haftará está nas passagens que se referem à Festa de Sucot, tais como: "E acontecerá que todos os que restarem das nações que ficaram contra Jerusalém, lá irão de ano a ano para adorar o Rei, o Senhor das Hostes, e guardar a Festa dos Tabernáculos." Dessa maneira, Sucot, o símbolo da proteção de D'us sobre Israel, será especialmente reconhecida pelas nações sobreviventes do mundo, e serão recompensadas por isso.

A Haftará do segundo dia de Sucot transporta-nos de volta aos dias do jovem Rei Salomão, que sucedeu seu pai David ao trono, na idade de doze anos. No quarto dia de seu reinado, encarregou-se da construção do Templo Sagrado, que foi completada após sete anos.

No mês de Tishrei, o Templo foi consagrado em meio a festividades espetaculares, que duraram catorze dias, incluindo a Festa dos Tabernáculos. É sobre esta consagração que a Haftará se manifesta. Os sacerdotes carregavam a Arca sagrada da cidade de David até o Templo. Quando se aproximavam do Santo dos Santos, as portas se fechavam, para que ninguém pudesse entrar.

Salomão rezava a D'us, mas era apenas quando invocava D'us em nome dos grandes méritos de seu pai David, que as portas se abriam e a Arca podia ser trazida ao Santuário interior. O jovem rei então oferecia uma prece tocante, a primeira parte da qual está incluída na Haftará.

Em Chol Hamod
Porção: Bamidbar 29:17-3

Quatro pessoas são convocadas para a leitura da Torá a cada dia de Chol Hamoêd Sucot, Dias Intermediários, incluindo Hoshaná Rabá (no Shabat Chol Hamoêd Sucot, sete pessoas são chamadas, e uma oitava para Maftir). Uma breve porção é lida a respeito dos sacrifícios que eram oferecidos no Bet Hamicdash, Templo Sagrado, a cada um dos seis dias restantes de Sucot. Dentre estes sacrifícios havia certo número de novilhos todos os dias, chegando a um total de setenta durante a Festa de Sucot. Nossos Sábios dizem que estes eram oferecidos em nome das setenta nações do mundo.

Quando um dos dias de Chol Hamoêd coincide com o Shabat, a leitura neste dia é feita em Shemot 33:12 - 34:26. Esta porção é sempre lida no Shabat Chol-Hamoêd, tanto de Pêssach como de Sucot. É a bem conhecida porção na qual lemos como Moshê pediu a D'us que revelasse um entendimento mais profundo da Divindade. Contém os Treze Atributos de D'us. A conexão especial com Sucot (assim como Pêssach) está nos versículos que se referem aos Três Festivais de Peregrinação - Pêssach, Shavuot e Sucot.

Uma porção de encerramento (Maftir) é lida no Shabat Chol Hamoêd num segundo Rolo da Torá. Esta porção é extraída de Bamidbar 29:17-34 (mencionada acima), pertinente aos sacrifícios do dia específico de Sucot.

A Haftará no Shabat Chol Hamoêd é extraída de Yechezekel 38, que contém uma profecia da terrível guerra de Gog e Magog. Esta será a última das guerras que ocorrerão, mas engolfará o mundo inteiro. Virá então uma nova era de paz, quando D'us será reconhecido por todas as nações do mundo. A profecia, como pode verificar, é semelhante àquela de Zecharyá 14, lida no primeiro dia de Sucot.

Hoshaná Rabá
 

O sétimo dia de Sucot é chamado Hoshaná Rabá (Grande Hoshaná) sendo considerado o último dia do "julgamento" Divino no qual o destino do novo ano é determinado. O Salmo L'David Hashem Ori, que tem sido acrescentado à nossa prece diária desde 1º de Elul, é recitado nesta data pela última vez.

Leis e costumes

Estudo noturno

Costuma-se permanecer acordado na noite de Hoshaná Rabá e estudar Torá. Recitamos todo o Livro de Devarim e o Livro de Tehilim. Em algumas congregações é costume para o Gabai distribuir maçãs (significando um ano doce) para todos.Na noite de Hoshaná Rabá é costume ficar de vigília, recitando Salmos e Ticun (coletânea de trechos das Sagradas Escrituras especialmente compilados).

Salgueiro e Hoshanot

Além das Quatro Espécies usadas a cada dia de Sucot, é uma "mitsvá rabínica", datando da época dos Profetas, segurar um aravá adicional, ou salgueiro, no sétimo dia de Sucot. No Templo Sagrado, grandes ramos de salgueiro com 6 metros eram colocados ao redor do altar. Atualmente, fazemos um feixe com cinco ramos de salgueiro e os carregamos junto com as Quatro Espécies ao redor da mesa de leitura da sinagoga durante as preces Hoshaanot, das quais recitamos hoje uma versão mais completa, fazendo sete circuitos ao redor da bimá (em vez do único que é feito diariamente). Na conclusão de Hoshaanot golpeamos o chão cinco vezes com o feixe de salgueiro, simbolizando "amenizar as cinco medidas de severidade".

Refeição

Uma refeição festiva no almoço é feita na sucá. Mergulhamos o pão no mel (como fazemos em toda refeição festiva desde Rosh Hashaná) pela última vez. Hoje também é a última ocasião na qual recitamos a bênção especial para comer na sucá. pois o mandamento bíblico de habitar na sucá é apenas para sete dias (embora seja prática em muitas comunidades – e este é o costume Chabad – de comer na sucá também no oitavo dia, Shemini Atsêret).

 

Shemini Atsêret

O Oitavo Dia da Assembléia Solene

 

Em conexão com a festa de Shemini Atsêret (o Oitavo Dia de Assembléia), nossos Sábios nos contam uma bela parábola:

Um rei certa vez promoveu uma grande festa e convidou príncipes e princesas a quem apreciava muito para seu palácio. Tendo passado vários dias juntos, os hóspedes prepararam-se para ir embora. Porém o rei lhes disse: "Peço-lhe, fiquem mais um dia comigo, é difícil ficar longe de vocês!"

Assim acontece conosco, nossos Sábios concluem a parábola. Passamos muitos dias felizes na sinagoga. D'us deseja nos ver por mais um dia na sinagoga, e por isso Ele nos concede uma festa adicional - Shemini Atsêret.

Em algumas congregações é costume fazer Hacafot (danças com a Torá) na noite de Shemini Atsêret, assim como na noite de Simchat Torá.

Ainda fazemos nossas refeições na sucá em Shemini Atsêret, embora sem a bênção Leshev Basucá.

Sucot é a Festa da Colheita quando a produção dos campos era colhida e o dízimo era separado, de acordo com o mandamento da Torá, e dado aos levitas e aos pobres. A leitura da Torá no Serviço Matinal de Shemini Atsêret fala do mandamento de dar o dízimo.

O serviço de Mussaf, Prece Adicional, é assinalado pela prece especial com pedidos para que haja chuva.

Leis e Costumes:
É a prática em muitas comunidades – e este é o costume Chabad – conduzir "hacafot" e dança com os Rolos de Torá também na véspera de Shemini Atsêret.Na prece de Mussaf começamos a inserir a frase "mashiv haruach umorid hageshem" ("quem faz o vento soprar e traz a chuva") nas nossas preces diárias (como continuaremos a fazer durante o inverno, até o 1º dia de Pêssach).

Hinos especiais sobre a chuva e a água são acrescentados à Mussaf em honra da ocasião.
Yizcor é recitado hoje após a leitura da Torá.

Hacafot
Após Arvit, Prece Noturna, e o kidush, prece sobre o vinho, faz-se as Hacafot (danças com a Torá), recitando-se preces especiais e tirando-se da Arca todos os Rolos da Torá, que então passam a ser carregados ao redor da Bimá (mesa onde é colocada a Torá para a leitura) em sete voltas.

Todos recebem a honra de carregar a Torá. As crianças juntam-se também à celebração e diversão, e acompanham a "coreografia" ao redor da Bimá carregando bandeirolas de Simchat Torá.

As Hacafot são repetidas novamente durante o Serviço Matinal, com o mesmo grau de alegria.