Terumá-Quinta

01/02/2014 22:22
 

 

 

As tábuas que constituíam as paredes do Tabernáculo

As tábuas do Tabernáculo eram de madeira de acácia. Cada tábua foi folheada a ouro. Era cortada embaixo para encaixar-se em dois caixilhos de prata. As tábuas eram unidas por uma fileira superior e inferior de vigas transversais, que eram inseridas em anéis do lado exterior das paredes do Tabernáculo. Além disso, cada uma das tábuas superiores era conectada à seguinte através de um sistema de peças de madeira interconectáveis encaixando-se com perfeição. A parte inferior de cada viga se inseria em dois blocos de prata.

O que as vigas simbolizavam

Ao contrário das vigas normais de construções, que são deitadas horizontalmente, estas tábuas ficavam de pé sobre o solo verticalmente. Esta posição - alcançando, como se fosse, o alto, da terra em direção aos céu - simboliza o objetivo espiritual do homem, unir os reinos terreno e celestial, sua natureza inferior com seus mais elevados potenciais e aspirações.

O versículo descreve a posição das tábuas como permanecendo eretos. Os sábios interpretam este termo como sendo um símbolo da continuidade e uma garantia da sobrevivência judaica nas épocas mais difíceis. Apesar de nos parecer que a esperança de retornar à glória do passado findou, a Torá declara: "Madeira de acácia permanecendo ereta - eles permanecerão para sempre!"

As tábuas também eram unidas através de uma viga central que corria horizontalmente através de orifícios entalhados no centro das tábuas. A viga central unia e suportava miraculosamente toda a estrutura do Tabernáculo. Simboliza Mashiach que unirá todas as nações do mundo.

As paredes do Tabernáculo nunca se perderam

Chegou um momento em que as vigas, varas e blocos de prata do Tabernáculo não eram mais necessários. Isto aconteceu quando o Rei Salomão construiu o Templo Sagrado, cerca de quinhentos anos após o Tabernáculo ser erigido no deserto. Então, o que Salomão fez com as partes do Tabernáculo?

Nenhuma parte do Tabernáculo foi jogada fora. Todas as vigas e outras partes foram escondidas por Salomão no Templo Sagrado. Cada uma das partes era sagrada, pois havia sido confeccionada e doada por justos.

As coberturas do Tabernáculo

A cobertura superior do Tabernáculo consistia de diversas camadas de tapeçaria. Essas não apenas formavam o telhado, mas também desciam pelos lados.

A camada interior da tapeçaria, que compreendia o teto do Tabernáculo era de lã azul-celeste, de beleza estonteante. Era composta de dez peças costuradas entre si e formando dois grupos de cinco. Eram magníficas obras de arte, com figuras de leões e águias tecidas com fios multicolores. Se alguém olhasse para o teto do Tabernáculo, parecia que estava olhando para o céu. Como os dois grupos de cinco eram unidos por meio de laços e ganchos de ouro, quando se olhava para o teto, parecia também que havia estrelas brilhando.

A camada acima das cortinas azuis-celeste consistia de cortinas feitas de lanugem de cabra. D'us ordenou que as maravilhosas tapeçarias azuis-celeste fossem cobertas por uma camada de lanugem de cabra, a fim de nos ensinar uma lição. Devem tratar seus objetos de valor com cuidado a fim de evitar que se estraguem.

Parte desta lanugem caía sobre a entrada do Tabernáculo, de modo que a entrada parecia uma noiva cujo rosto estava coberto com um véu.

As cortinas de lanugem de cabra eram cobertas por mais uma tapeçaria, uma combinação de peles de carneiros tingidas de vermelhos e peles multicolores de tachash (unicórnio).

O que a cobertura simbolizava

Cobrindo as paredes e o espaço aéreo do edifício, a cobertura unificava tudo que havia dentro do Tabernáculo; significando que a arca, a mesa, a menorá e o altar não eram utensílios distintos e não-correlacionados, cada qual realizando sua tarefa separada. Eram, sim, partes de um todo unificado.

De fato, isto representa a filosofia da Torá na vida judaica: estudos, orações, negócios, e assim por diante não giram em órbitas separadas, mas trabalham juntos em direção a um único objetivo espiritua

 

 

O altar de cobre para sacrifícios

D'us ordenou a Moshê: "Farás um altar de madeira de acácia. Deve ser quadrado".

Os sacrifícios eram oferecidos sobre este altar. Por isso era chamado do altar de sacrifícios de Olá. Também era denominado de:

• O Altar de Cobre - pois era recoberto de cobre.

• O Altar da Terra - pois era construído sendo oco por dentro, e devia ser enchido de terra sempre que o povo de Israel acampava.

• O Altar Exterior - pois estava localizado no pátio do Tabernáculo.

Dois traços decorativos circundavam o altar. Um era uma renda de cobre atada à este; e outro era uma borda entalhada na parede do altar. A renda dividia o altar ao meio, sendo primordial para seu funcionamento: pois sangue de algumas oferendas devia ser colocado na metade inferior do altar, enquanto o de outras, na metade superior.

Os milagres do altar

D'us ordenou a Moshê: "Um fogo deve arder sobre o altar constantemente!"

"Mestre do Universo," objetou Moshê, "o fogo não derreterá a camada de cobre, e então queimará o altar, que é feito de madeira?"

"Estas regras podem ser verdadeiras no mundo físico," respondeu-lhe D'us, "Mas não se aplicam em Meu reino. Reflita, nas esferas Celestiais, os anjos de fogo vivem na proximidade dos depósitos de neve e granizo. Contudo, nenhum prejudica o outro. Enquanto você estava no Céu, andou através de compartimentos de fogo, e Minhas Hostes Celestes queriam te queimar, e não obstante você nem se chamuscou. Eu lhe asseguro que, apesar do fogo constante, o altar não será afetado."

Havia ainda mais dois milagres que ocorriam em relação ao altar. Apesar de estar localizado no pátio do Tabernáculo, a céu aberto, a chuva nunca extinguiu seu fogo. Além disso, a coluna de fumaça que se despreendia dele subia aos Céus na forma de uma coluna perfeitamente ereta e não era dispersada pelo vento.

O que o altar simbolizava

O propósito do altar (mizbêach, em hebraico) está indicado em suas iniciais. Concede ao povo judeu:

M - Mechilá - perdão

Z - Zechut - mérito

B - Berachá - bênção

CH - Chayim - vida

O Templo Sagrado em Jerusalém ficava no Monte Moriyá. D'us fez com que o Altar de Cobre, ficasse num local muito especial sobre aquela montanha. Foi construído exatamente no mesmo local do qual D'us pegou terra com a qual criou o primeiro homem, Adão; onde a humanidade ofereceu seus primeiros sacrifícios através de Caim e Abel (filhos de Adão); onde Nôach (Noé) construiu um altar após o Dilúvio; e onde Avraham atou Yitschac com intenção de sacrificar seu filho ao Todo-Poderoso.

Porque o Tabernáculo continha tantos materiais preciosos

D'us ordenou ao povo judeu que fizesse o Tabernáculo utilizando ouro, prata e outros materiais preciosos, certamente não por necessitar de um lugar suntuoso.

Na realidade, Ele desejava que o Tabernáculo brilhasse por duas razões:

1 - Para que todo judeu que entrasse no Tabernáculo se impressionasse com a magnífica beleza. Assim, se comportaria respeitosamente e compreenderia que neste lugar sagrado morava a Shechiná.

2 - Para que os não-judeus sentissem um grande respeito pelos judeus quando ficassem sabendo do Tabernáculo que os judeus haviam construído. Pensariam: "Os judeus eram escravos no Egito, mas agora são muito ricos. Tiveram ouro e prata suficientes para construir uma morada maravilhosa. Também devem ter entre eles homens sábios e melhores artistas que qualquer outro povo, pois do contrário, como poderiam ter feito os objetos complexos do Tabernáculo e seus intricados desenhos?"

Atualmente, quando não possuímos o Tabernáculo nem o Templo Sagrado, devemos manter esta reverência em nossas sinagogas.

O altar de cobre para sacrifícios

D'us ordenou a Moshê: "Farás um altar de madeira de acácia. Deve ser quadrado".

Os sacrifícios eram oferecidos sobre este altar. Por isso era chamado do altar de sacrifícios de Olá. Também era denominado de:

• O Altar de Cobre - pois era recoberto de cobre.

• O Altar da Terra - pois era construído sendo oco por dentro, e devia ser enchido de terra sempre que o povo de Israel acampava.

• O Altar Exterior - pois estava localizado no pátio do Tabernáculo.

Dois traços decorativos circundavam o altar. Um era uma renda de cobre atada à este; e outro era uma borda entalhada na parede do altar. A renda dividia o altar ao meio, sendo primordial para seu funcionamento: pois sangue de algumas oferendas devia ser colocado na metade inferior do altar, enquanto o de outras, na metade superior.


 

 

 

A Inocência Simétrica na União



O Símbolo do Amor Completo Entre D’us e Israel


A porção da Torá Terumá discute os detalhes do Santuário no qual D’us habita. O primeiro item relatado em detalhes em nossa parashá é a Arca da Aliança, sobre a qual estão os dois querubim. Enquanto a Arca Sagrada contém a Torá – a sabedoria eterna de D’us – Sua voz e constantes diretrizes emanam entre as pontas das asas dos querubim que se tocam, os quais simbolizam o amor completo e prazeroso entre D’us e o povo de Israel.

Querubim – Potências de 2

Na Torá, os querubim são inicialmente referidos como sendo 2. Cada anjo tinha 4 elementos (2 elevados ao quadrado):

Um corpo
Uma face
Asa direita
Asa esquerda
Quando aproximados pelas pontas das asas, os querubim têm um total de 8 elementos (2 elevados ao cubo).


A raiz da palavra hebraica para querub -- kuf-reish-beit – também representa 2. O valor numérico do kuf é 20, do reish é 200 e do beit é 2. Todos esses números podem ser reduzidos a 2.

Os dois representam o perfeito estado de amor, harmonia e prazer simbolizados pelos querubim. Esse amor serve como um imã que traz a voz de D’us para falar para Israel.

Simetria Masculina e Simetria Feminina

Os dois itens no Templo que refletem a perfeita simetria são a Menorá e os querubim. A simetria da Menorá é relativamente masculina, enquanto a simetria dos querubim é relativamente feminina.

A simetria masculina é um eixo bem definido com um no meio e um número idêntico de elementos que estão presentes em cada lado do eixo. Nesse tipo de simetria existe sempre um número ímpar de elementos, outro sinal do estado masculino. A Menorá ilustra perfeitamente esse tipo de simetria.

A simetria feminina não tem eixo definido, mas é constituída, ao invés disso, por um número par de elementos arranjados de uma maneira perfeitamente simétrica.

No Templo, a Menorá de simetria masculina estava posicionada no santuário sagrado. Os querubim de simetria feminina estavam no Santo dos Santos. A síntese da beleza e simetria da união é feminina, como também representado pelas potências de 2 associadas ao querubim.

Querubim no Jardim do Éden

O primeiro lugar em que os querubim aparecem na Torá é depois que Adão e Eva são expulsos (em hebraico, a palavra para “expulsão”, guerush, é a mesma que a palavra para divórcio) do Jardim do Éden. Os querubim assumiram um papel temível na entrada do Jardim, junto com as espadas rotatórias flamejantes. Seu papel foi o de assegurar que Adão não entraria novamente no Jardim para comer da Árvore da Vida e eternizar o pecado original.

Nesse contexto, os querubim são um tipo de anjo. Maimônides classifica os anjos em dez tipos. De acordo com a Cabala, esses dez tipos de anjos correspondem às dez sefirot. Os níveis mais inferiores de anjos, ishim (“homens”), são aqueles que conversam com os profetas ou pessoas imbuídas com o Espírito Divino. Ishim correspondem à sefirá de malchut. O próximo nível de anjos, querubim, corresponde à sefirá de yessod. Eles representam o poder espiritual de união entre homem e mulher e simbolizam a união entre D’us e Israel.

Cara de Bebê

Nossos Sábios explicam que a palavra hebraica para cherub, kruv, vem do Aramaico e significa “como um bebê”. Os querubim tinham faces de bebês. O rosto de um bebê representa inocência. O toque delicado dos querubim no Santo dos Santos reflete a síntese do amor puro e inocente. Essa inocência existe no Santo dos Santos, em um tempo que antecede o pecado original. Depois deste, os querubim passaram a também assumir o papel de anjos temíveis.

A Essência Interior da Inocência

Abraham Ibn Ezra, comentarista da Torá, define a palavra kruv como uma matéria amorfa que pode assumir qualquer forma. Essa é exatamente a propriedade dos querubim, que podem assumir a forma de anjos temíveis e também a de amantes completos. Inocência empresta a si mesma ess estado amorfo que pode assumir formas opostas. A indefinição de forma também é refletida no rosto de um bebê, que assume uma forma mais definida depois que amadurece e manifesta sua capacidade de livre arbítrio. Assim, essa habilidade de despir-se de uma forma e vestir-se de outra é a essência interior da inocência.

A Prova de Ibn Ezra

Ibn Ezra baseia sua definição de kruv como um ser amorfo nos Trabalhos da Carruagem no primeiro capítulo de Ezequiel. O profeta inicialmente descreve quatro figuras: um leão, um boi, uma águia e um homem. Depois, Yecheskel (Ezequiel) substitui o boi por uma descrição de um kruv. Ezequiel descreve todas as formas como kruvim. Ibn Ezra conclui disto que o kruv é um estado amorfo que pode assumir qualquer forma.

A Inocência e Além Dela

O estado amorfo da inocência pode amadurecer de forma positiva, mas ele também tem o poder de amadurecer de maneira negativa. O estado de inocência de Adão e Eva antes do pecado original não se destinava a ser seu estado final. D’us tinha a intenção de que eles amadurecessem até figuras Messiânicas. Entretanto, a inocência deles tomou um caminho negativo. Do mesmo modo, nossos Sábios dizem que Esaú e Jacó eram relativamente amorfos até que receberam o atributo de daat na idade de 13 anos, permitindo a cada um fazer suas escolhas de vida. Os querubim, também, tiveram de ser feitos de acordo com as mais exatas instruções, a partir de uma única e sólida peça de ouro. Nossos Sábios dizem que a mínima imperfeição na forma dos querubim os transformaria em imagens para idolatria.

Nosso objetivo é de despir-nos de nossa atual forma e vestirmos a nós mesmos com uma forma Messiânica madura. Ao meditarmos sobre os querubim, poderemos retornar ao estado amorfo e inocente da simetria feminina. Este é o primeiro passo em direção ao objetivo Messiânico.

 


Nosso objetivo é de despir-nos de nossa atual forma e vestirmos a nós mesmos com uma forma Messiânica madura. Ao meditarmos sobre os querubim, poderemos retornar ao estado amorfo e inocente da simetria feminina. Este é o primeiro passo em direção ao objetivo Messiânico.

Atualmente, quando não possuímos o Tabernáculo nem o Templo Sagrado, devemos manter esta reverência em nossos serviços

Shalom!