Vaychi
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Este é o ultimo Shabat de 2012. Mais uma vez fazemos uma retrospectiva do ano que passou e realizamos planos para o ano que se inicia.
O povo Hebreu tem seu próprio ano novo, que comemoramos com maçã, mel, cabeça de peixe, shofar e muita oração. No entanto, vivemos em um mundo que comemora a renovação na passagem do 31 de dezembro para o primeiro de janeiro. Mesmo que quiséssemos, não poderíamos assinar um cheque e escrever ‘São Paulo, 5 de tevet de 5773’ ou trabalhar no primeiro dia de janeiro como se nada estivesse acontecendo.
Mesmo que não pulemos sete ondas ou estouremos uma garrafa de champanhe, somos contagiados pelo clima desta época do ano. Também nós judeus avaliamos o ano que passou e realizamos planos para o ano que ainda não se iniciou.
Assim, assumimos compromissos com nós mesmos. No próximo ano vou fazer mais esportes, vou ler mais livros, vou dedicar mais tempo para a família, vou tomar menos refrigerante, vou viajar mais, vou trabalhar um pouco menos, vou ser mais agradecido pelo que tenho, entre outras promessas.
A parashá desta semana, Vaiechi, encerra Bereshit, o primeiro livro da Torá. Os filhos de Iaacóv são abençoados, um a um. As bênçãos são também utilizadas como oportunidade de ensinar algo aos mais novos e, no caso de nossa leitura, dar alguns “puxões de orelha”.
A parashá encerra também a história de José e seus irmãos. Iossêf vê seu sonho de infância torna-se realidade. Quando era pequeno, José sonhou que um dia o sol, a lua e onze estrelas se curvariam para ele. De fato, seu pai e seus onze irmãos reverenciam Iossêf por salvar as suas vidas acolhendo-os no Egito.
O sol é Jacó, o pai. As onze estrelas são os irmãos. Mas, onde estava a lua? Raquel já tinha falecido e não participou da materialização do sonho de José. Acreditoque esta narrativa traz duas importantes lições. A primeira é que sonhos tornam-se realidade. A segunda é que o resultado nunca é idêntico àquilo que tínhamos planejado.
Nesta época em que assumimos compromissos em relação ao ano que se iniciou há poucas horas, lembremosa lição de José. Sonhos tornam-se realidade, por isto vale àpena sonhar. Ao mesmo tempo, sejamos flexíveis para comemorar uma realização mesmo que ela não seja exatamente da maneira que a planejamos.
Que sejamos todos sonhadores, flexíveis.